Paulo Schmitt, procurador-geral do STJD (Foto: Igor Siqueira/LANCE!Press)
O procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, atacou a Portuguesa nesta sexta-feira, após a entrega da denúncia contra o clube paulista por abandono da partida contra o Joinville, na primeira rodada da Série B. Na visão de Schmitt, que defende a exclusão do clube da competição, a Lusa precisa parar de ser vista como uma vítima das decisões da Justiça Desportiva.
- É preciso parar de tratar a Portuguesa como vítima. Já não é de hoje que ela comete erros e esses erros têm de certa forma tumultuado o ambiente esportivo brasileiro. Ela cometeu um erro grave escalando um jogador irregular, a Justiça condenou o clube e isso não foi aceito pelos dirigentes. Agora, se houve alguém que descumpriu uma decisão judicial, foi a Portuguesa ao abandonar o campo aos 16 minutos - afirmou o procurador, que concedeu entrevista na sede do Tribunal, no Rio.
A denúncia entregue nesta sexta coloca a Portuguesa como fraudadora de uma decisão judicial para tirar o time de campo aos 17 minutos do primeiro tempo. Sem a presença de um oficial de justiça ou carta precatória, a Lusa alegou ter uma liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo em vigor, que a impedia de entrar em campo pela Série B.
Schmitt acrescenta que nem mesmo o torcedor autor da ação na Justiça Comum que originou a liminar tomou a iniciativa de requerer por meios judiciais que a decisão - invalidada pelo Superior Tribunal de Justiça - fosse cumprida na noite da sexta-feira passada.
- O fato de um dirigente se passar por um oficial de justiça é muito sério. Não houve nada determinado pela Justiça para o encerramento precoce do jogo. O que aconteceu foi um técnico que não tinha ciência do documento e que, aos 16 minutos de jogo, tirou os jogadores de campo. O próprio torcedor, que, segundo os dirigentes da Portuguesa, obteve a liminar, veio à publico através do seu Twitter negando a informação dada pela Lusa - acrescentou o procurador, sem temer a ameaça de que um possível rebaixamento pelo abandono gere nova enxurrada de ações na
Justiça Comum:
- Eu quero deixar claro que a procuradoria nao teme e nunca temeu qualquer tipo de novas ações na justiça comum em razão desse julgamento. Os fatos nunca foram criados pelo Tribunal ou pela CBF. Os casos foram criados exclusivamente pelo clube envolvido. Vão dizer que é perseguição à Portuguesa, mas o time não colabora com o andamento do julgamento. Desde dezembro que a diretoria da Portuguesa causa um tumulto atrás do outro.
Como o caso foi entregue ao STJD nesta sexta, ainda não deu tempo de o processo ser distribuído. No entanto, a expectativa é que o caso vá a julgamento no começo da primeira semana de maio.
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