De Love a Jesus: Chico e o peso de ser um atacante da base do Palmeiras

21/9/2015 16:29

De Love a Jesus: Chico e o peso de ser um atacante da base do Palmeiras

Nos 12 anos que separam Vagner Love de Gabriel Jesus, vários foram apontados como solução para o ataque do Verdão, entre eles Chico, hoje no São Bento

De Love a Jesus: Chico e o peso de ser um atacante da base do Palmeiras

Chico, atacante do Palmeiras, está emprestado ao São Bento (Foto: Emilio Botta)



O fardo de ser apontado como uma promessa de um grande clube brasileiro é pesado. Assumir a responsabilidade de se tornar referência ou destaque em um time com uma torcida imensa não é absorvida por muitos atletas das categorias de base. O atacante Chico viveu isso no Palmeiras.



O promissor atacante passou a ser observado pela equipe profissional do Verdão após boa campanha na Copa São Paulo Futebol Júnior de 2013. Na ocasião, o Palmeiras acabou na terceira colocação, sendo eliminado pelo Santos de Neilton na semifinal. Chico marcou três gols e foi um dos destaques da equipe naquela edição do campeonato.



Com o Palmeiras sem revelar um grande atacante desde Vagner Love, que brilhou no time em 2003, o jogador foi apontado como a solução para o ataque alviverde que vivia a agonia de disputar a Série B do Campeonato Brasileiro pela segunda vez em uma década. Não deu certo.



– A camisa dos clubes grandes é de peso, muito tradicional. Eu acredito que o torcedor não entenda o processo de adaptação do jogador que sobe da categoria de base para o profissional. Alguns sobem e conseguem corresponder, outros precisam de um tempo para poder mostrar o seu futebol. O pessoal precisa ter calma com quem vem subindo da categoria de base – diz Chico, que está hoje emprestado ao São Bento, de Sorocaba.



– Se a gente colocar um menino que tá subindo agora e a torcida começar a jogar pedra nele, nunca teremos um Neymar, Ronaldo Fenômeno ou um Ronaldinho. O futebol brasileiro precisa de calma e paciência. Se todo mundo pensasse assim, teríamos inúmeros jogadores – emenda o atacante.



Chico nunca foi unanimidade dentro do clube - fez apenas duas partidas na equipe profissional no Brasileirão de 2014. Ele guarda a frustração de não ter "vingado" após ser promovido das categorias de base. Mudanças de treinador (passaram pelo clube no período Gilson Kleina, Alberto Valentim, Ricardo Gareca e Dorival Júnior), pressão da torcida, falta de oportunidade e de calma com os jovens atletas são alguns dos motivos apontados por ele próprio para explicar o insucesso no ataque do Verdão.



– Tinha renovado meu vínculo, a diretoria estava me apoiando e o clube acabou trocando o treinador. O Gareca assumiu o time, e tive propostas do Joinville e do Paraná Clube. Como era um ano de centenário, achava que não teria muitas oportunidades e que um novo empréstimo me faria bem. Não vem ao caso, mas a troca de diretoria e outras coisas acabaram atrapalhando. Não tenho raiva e desconforto com ninguém. Foi o clube que me abriu as portas e fez com que as pessoas conhecessem o Chico. Espero um dia poder mostrar meu valor lá ou em outro grande clube brasileiro – diz o atacante.





Chico nas passagens por Palmeiras, Joinville e São Bento (Montagem: GloboEsporte.com)



Sem oportunidades no Palestra Itália, Chico acabou emprestado ainda em 2014 para o Joinville, onde se sagrou campeão da Série B do Brasileiro. O que parecia ser o credenciamento para uma nova oportunidade no Palmeiras deu lugar ao esquecimento após inúmeras contratações na gestão de Paulo Nobre.



O empréstimo ao São Bento, que acabou na nona colocação no último Paulistão, surgiu para Chico como uma oportunidade para mostrar o seu potencial ao ex-clube. Porém, uma fratura no pé deixou o jogador cinco meses sem poder atuar. Em fase final de recuperação, ele espera terminar o ano jogando em algum clube.



– Antes de terminar o campeonato já vinha tendo várias propostas, pois o São Bento fez uma bela competição. Infelizmente aconteceu de machucar o pé e ter de ficar cinco meses fora. Estou tentando voltar ao meu ritmo e tenho certeza que estarei melhor e podendo jogar futebol.



O contrato de empréstimo com o São Bento se encerra no dia 30. Chico tem vínculo com o Palmeiras até o fim do ano e afirma que já conversa com a diretoria palmeirense sobre uma possível renovação.



– O que passa na minha cabeça é a vontade de jogar logo. Meu vínculo de empréstimo está para terminar e estou tranquilo. Única coisa que eu consigo pensar é no meu futebol. Se for para voltar para o Palmeiras ou permanecer aqui, que eu possa corresponder da melhor maneira possível.



Confira abaixo outros trechos da entrevista de Chico:



Copa São Paulo de 2013



– Ficamos frustrados por não termos levado o título da Copa São Paulo. Depois que subi para o profissional, tive o apoio de muitos torcedores e, por ser palmeirense, fiquei muito feliz. Realizei o sonho de jogar no Palmeiras. Infelizmente não pude ficar lá, mas futebol é assim mesmo. Um dia você está por cima, outro por baixo. O importante é continuar trabalhando.



Gabriel Jesus



– É um jogador que na base correspondeu. No começo no profissional ele não correspondeu e gerou dúvida nos torcedores. A diretoria soube trabalhar isso e acredito que ele possa se tornar um ídolo no Palmeiras.



Neilton



– A gente sempre que pode bate um papo. O Neilton conseguiu aproveitar a oportunidade que ele teve. Estava no lugar certo e na hora certa. Não era titular naquela Copa SP, acabou relacionado e fez o pé de meia dele ali. Correspondeu no Santos, foi para o Cruzeiro e está no Botafogo fazendo uma grande Série B.



Santos, o algoz?



– Pior que é verdade. Eu quando jogava no Desportivo Brasil em 2012, ajudei a equipe a eliminar o Santos na Copa SP fazendo dois gols. Tive proposta do Santos, mas a do Palmeiras foi melhor e acertei. No ano seguinte, no Paulista sub-20 fui eliminado, na Copa SP também. Aconteceu de machucar contra o Santos. Estou começando a achar que o meu destino é lá. Foi o time que mais joguei contra, mas vamos ver o que pode acontecer amanhã.



Sempre palmeirense?



– No nosso dia a dia pensamos mais na gente. Mas quando temos tempo, claro que acompanhamos o nosso clube do coração. Não só isso, mas o futebol no geral. Vivemos disso.



Projeção da carreira



– O Chico quer voltar a jogar. Infelizmente aconteceu, mas tudo tem um propósito. Me sinto preparado para voltar e dar alegria a torcida que eu possa estar jogando. Penso lá na frente, mas quero seguir um dia de cada vez e lá na frente vou poder olhar e lembrar dessa matéria.





Chico comemora gol contra o Desportivo Brasil na Copa SP (Foto: Marcos Bezerra / Agência Estado)







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