"Incompetência do Palmeiras", diz Caio Ribeiro sobre saída de Kardec

Comentarista diz que atacante merecia ter sido tratado com mais carinho e reconhecimento pelo clube alviverde. Jogador está próximo do São Paulo

Alan Kardec deixa o Palmeiras e acerta com o São Paulo (Foto

Cesar Greco/Agência Estado)



No Palmeiras, Alan Kardec já é tratado como passado, principalmente depois das declarações do presidente Paulo Nobre nesta segunda-feira, em que afirmou que o atacante não joga mais pelo clube, depois do anúncio que estava acertado com o rival São Paulo.



Sobraram críticas ao atleta, ao seu estafe e ao clube tricolor. Incompetência do Palmeiras ou mérito do São Paulo? O ex-jogador e comentarista Caio Ribeiro não titubeou ao responder a pergunta no “Bem, Amigos!”



- Incompetência do Palmeiras. Tenho muito respeito pelo Paulo Nobre e pela nova filosofia que ele está tentando implantar no Palmeiras, pela dificuldade financeira com que ele pegou o clube. Agora, você tem que saber valorizar aqueles que demonstraram reconhecimento com o time, adaptação ao ambiente e talento e carisma junto ao torcedor.



O Palmeiras tem hoje dois grandes ídolos nessa história recente - o Valdívia, que era um deles, já perdeu muito por tanto tempo que ficou no departamento médico -, que são Fernando Prass e Alan Kardec.



São dois jogadores que fizeram uma campanha fantástica, tanto na Série B como no Campeonato Paulista. Esses caras têm que ser tratados com um pouco mais de carinho, merecem o reconhecimento na parte afetiva e na parte financeira - afirmou.



Revoltado com as declarações de Paulo Nobre, de que Alan Kardec estava no ostracismo no Benfica, em Portugal, o pai do jogador resolveu revelar os detalhes da negociação com o clube, que já se arrastava por muito tempo.



Alan Kardec pai alegou que o estopim para ouvir o São Paulo foi que, após ficar acertado que o atleta receberia R$ 220 mil, mais ganhos por produtividade, Nobre teria tentado diminuir em R$ 5 mil os vencimentos do camisa 14. Caio Ribeiro ressaltou a valorização do jogador.



- O que quero dizer com isso? Se o Palmeiras não tivesse dinheiro para bancar o Benfica, eu respeitaria, mas o dinheiro apareceu, e se apareceu no final poderia ter aparecido antes, então errou o timing da negociação.



Houve um erro de avaliação em relação ao Alan Kardec: o jogador é emprestado, é o artilheiro da Série B no Palmeiras, tem uma valorização, nessa hora você tem que chegar e fazer uma proposta, porque ele ainda não está tão valorizado, seja em salário ou não compra do passe.



O jogador é o artilheiro do Paulista e é o único da seleção do campeonato com 100% dos votos. Você quer maior reconhecimento que esse? O que mais que o cara podia fazer? Tinha aceito a proposta do Palmeiras de um contrato por produtividade e manifestou que queria permanecer, e o Palmeiras foi empurrando com a barriga, até o momento em que o Palmeiras voltou atrás num número, aí foi a gota d'água.



O São Paulo já acertou com o estafe de Alan Kardec o pagamento de 4,5 milhões de euros ao Benfica pelo seu passe, além de oferecer um salário acima do que o Palmeiras se mostrou disposto a pagar. O jogador está em Barra Mansa (RJ), ao lado da família, e não treina mais no Palmeiras.



A expectativa é que faça exames na quarta-feira e ganhe alguns dias de folga, já que só poderá atuar em julho por se tratar de uma transferência internacional.



- Isento um pouco o São Paulo, porque o pai do Alan Kardec chegou e disse: "a partir de hoje abro para o mercado. Até então respeitei o Palmeiras e estava negociando com o Palmeiras, se não tem reconhecimento em relação ao meu filho, o Alan Kardec está no mercado".



E aí o São Paulo chegou. Acho que o seu Brunoro não soube conduzir, o Palmeiras não soube conduzir a negociação e acho que o Palmeiras tem uma perda gigantesca técnica para o campeonato.



Me pergunto: qual o tipo de perfil de contratação que essa diretoria está imaginando? É o Josimar? É o Marcelo Oliveira? O França? O Victorino? Ou um cara como Alan Kardec? Isso que revolta o torcedor do Palmeiras - concluiu Caio Ribeiro.

4668 visitas - Fonte: GE