Presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar (à dir), e o
vice, Ataíde Gil Guerreiro, com bananas na mesa e críticas à
diretoria do Palmeiras (Foto: Alexandre Lozetti)
Com vários cachos de bananas na mesa, numa alusão à campanha contra o racismo no futebol, o novo presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, concedeu uma entrevista coletiva nesta terça-feira de manhã, no Morumbi, para rebater as declarações do colega palmeirense, Paulo Nobre, que classificou como "antiética" a postura do Tricolor nas negociações com Alan Kardec. O são-paulino classificou as declarações do dirigente alviverde como "pueris, juvenis".
– A manifestação do presidente Paulo Nobre chega a ser patética. Demonstra, infelizmente, o atual tamanho da Sociedade Esportiva Palmeiras, que, ano após ano, se apequena com manifestações dessa natureza. O São Paulo perdeu vários atletas, como o Dagoberto para o Internacional, o Cafu e o Antônio Carlos através do Brunoro, nos anos 90, que os tirou fazendo ponte com o Juventude, e nem por isso ficou chorando pelos cantos. Faz parte do jogo. Como se diz nas arquibancadas, o choro é livre – disse o presidente do São Paulo.
Aidar, 67 anos, um dos fundadores do Clube dos 13 na década de 80, diz que mal conhece Paulo Nobre, 46, e que assumiu o Palmeiras no ano passado.
– Não conheço o Paulo Nobre, eu o vi pela primeira vez na festa de encerramento do Paulistão. Eu dei a mão a ele e disse "muito prazer, sou fulano de tal". Certamente vamos estabelecer contato ao período da nossa gestão. De lá pra cá, não tive contato com ele. Sei que outros clubes tentaram, e sei porque vocês (jornalistas) disseram.
O fato é que o São Paulo foi mais rápido. Se perder um atleta para o rival, a relação fica, os clubes são muito maiores, isso não devera interferir. Se interferir, paciência, não tem o que fazer. Não devemos ter esse tipo de preocupação. O Ataíde (Gil Guerreiro, novo vice-presidente de futebol do São Paulo) é executivo do Clube dos 13 e estabeleceu relações estreitas com dirigentes, os conhece muito mais do que eu. Eu estou chegando agora, não acredito que (a relação com outros clubes) vá estremecer.
Ataíde Gil Guerreiro, que acompanhava ao lado a coletiva do presidente, emendou:
– Tenho dois amigos lá no Palmeiras, o Belluzzo e o Cipullo (N. do R: ambos deixaram a administração há quatro anos). Existe um relacionamento muito bom e eu pretendo que continue. Esse negócio de tirar um jogador de um clube é comum, vai acontecer com o São Paulo como aconteceu várias vezes. Como o Palmeiras demorou muito, tem a necessidade de se justificar para torcida. Sobre contrato de produtividade, não pretendemos mexer com produtividade, vamos continuar na forma usual, mas é um caso para ser analisado, até pode ser interessante, mas ainda não pensamos em fazer isso – disse Ataíde.
Na sequência, Aidar foi questionado se faltou ética ao São Paulo na negociação por Kardec. Ele disse que não.
- A lei permite que você procure seis meses antes e assine contrato de trabalho, que é algo muito maior do que começar uma negociação. Se isso é possível, não entendo que haja falta de ética. Você precisa proteger seu patrimônio, e na medida que não consegue segurar esse patrimônio não pode se queixar que ele mude para um lugar.
O presidente do São Paulo salientou que Alan Kardec ainda não assinou com o clube, já que o atacante precisa acertar primeiro a rescisão com o Palmeiras. Clique e veja aqui os detalhes dos próximos passos da transação.
5952 visitas - Fonte: GE