Dossiê do Allianz: administradora soma 226 calotes, cobranças e pedidos de falência

25/9/2015 14:55

Dossiê do Allianz: administradora soma 226 calotes, cobranças e pedidos de falência

Dossiê do Allianz: administradora soma 226 calotes, cobranças e pedidos de falência

Allianz Parque tem dado lucro recorde ao Palmeiras, mas administradora vive crise



A Real Arenas Empreendimentos Imobiliários, empresa ligada à WTorre que administra o Allianz Parque, está em situação financeira bastante delicada. Ao todo, são dois pedidos de falência, que totalizam mais de R$ 1,1 milhão, além de doze ações de cobranças sofridas na Justiça e 226 protestos registrados em cartórios por conta de supostos calotes dados nos últimos meses.



O ESPN.com.br apura desde a semana passada a condição delicada do parceiro do Allianz Parque, que foi divulgada em reportagem da Folha de São Paulo nesta sexta. O jornal diz que a WTorre pode repassar o estádio para a AEG, após receber uma oferta que ajudaria a minimizar os prejuízos sofridos.



Em sua defesa, a WTorre alega uma combinação de fatores para a série de calotes e processos, como a situação ruim do mercado de construção, motivada por restrições de crédito às construtoras. Além disso, vale lembrar que a Real Arenas é somente um braço da empresa de Walter Torre Júnior, sendo o Allianz Parque apenas mais um dos negócios do grupo.



Ainda nesse ano, por exemplo, será inaugurado um teatro, em investimento de R$ 100 milhões, além de um prédio corporativo no Morumbi que será o maior da capital paulista, sem contar outros projetos em andamento. A WTorre recentemente fez vários cortes e ajustes e diz não estar à beira da falência, e muito menos o estádio será colocado no mercado para ninguém. Além disso, a construtora promete quitar as dívidas em alguns meses.



Abaixo, a ESPN tenta explicar, em números e documentos, como é a situação financeira atual da empresa responsável pelo estádio do Palmeiras.



A crise da Real Arenas, administradora do Allianz Parque ligada à WTorre



No processo de falência aberto pela R. Cervellini Revestimentos, de agosto desse ano, a WTorre assinou dois contratos. Ambos são prestações de serviços no ramo de construção civil, compreendendo fornecimento e instalação/montagem de forro de gesso, dry wall, revestimento de parede com painel de lá de vidro, fornecimento e aplicação dos materiais e utilização de equipamentos, mão-de-obra e demais elementos necessários.



O primeiro tem o valor de R$ 2.126.547,97. O segundo, R$ 800.321,27. Desse total, a Real Arenas ficou devendo R$ 679.511,73, distribuídos em 21 notas fiscais e com quantia já somada às multas previstas contratualmente, nas faixas de 12% a 3%. Com a multa por penalidades (R$ 13.590,23), o montante alcança os R$ 693.101,97. Todos os calotes estão registrados em protestos em cartórios. A relação dos valores está logo abaixo, assim como os contratos.





R. Cervellini Revestimentos pediu falência da Real Arenas por dívidas de cerca de R$ 693 mil



Outro pedido de falência já teve acordo proposto pela WTorre



Já o outro pedido de falência veio da Empresa Tejofran de Saneamento, que cobrava uma dívida de R$ 566.534,32 da WTorre desde julho. No fim do mês passado, a construtora reconheceu o débito e propôs um acordo, homologado na Justiça desde então, o que, a pedido da recorrente, deve deixar o processo suspenso até que a quantia seja quitada.



No total, são cinco parcelas que a empresa que administra o Allianz Parque precisa desembolsar à firma de saneamento: a primeira de R$ 283.266,16, datada de 5 de agosto passado, e outras quatro de R$ 70.816,54, a serem pagas nos dias 5 de setembro, outubro, novembro e dezembro, mais honorários advocatícios de R$ 45.332,75.





Após a Tejofran pedir falência da Real Arenas, a WTorre propôs acordo



Real Arenas enfrenta diversos problemas na Justiça



Já no Poder Judiciário, são mais 12 ações de cobrança.



A EVI Serralheria foi contratada para prestar serviços com estruturas metálicas e move ação monitória por duas notas fiscais não quitadas: a primeira, de R$ 46.500. A segunda, de R$ 108.500. No total, R$ 155 mil. Com as multas contratuais, o processo alcança R$ 169.980,52, é movido desde o dia 21 de julho,.



No fim do mês passado, a Justiça deu 15 dias para a WTorre se manifestar ou quitar o débito. A WTorre ainda não apresentou defesa ao Poder Judiciário.





EVI quer receber da WTorre por contrato de R$ 155 mil não quitado



No mesmo dia 21 de julho, a Evidência Luminosos e Painéis ingressou com ação monitória na 36ª Vara Cível de São Paulo. Após ter sido contratada para prestar serviços gerais de sinalização visual padrão, a empresa alega que emitiu notas fiscais de R$ 41 mil, e valor remanescente de R$ 66 mil, por conta dos trabalhos realizados. Na Justiça, cobra R$ 71.379,24 obtidos em memória de cálculo.



Em sua defesa, apresentada em 12 de agosto, a WTorre diz que depositou em juízo os valores discutidos em 31 de julho, e que a empresa requerente da ação ainda não terminou os serviços prometidos, razão pela qual não faz juz à integralidade do valor do contrato, e que tanto os R$ 41 mil quanto o restante seriam quitados após a finalização do trabalho - um comprovante do depósito ao Banco do Brasil foi anexado ao processo.





Evidência Luminosos não recebeu valor de serviço feito à WTorre



No último dia 7 de agosto, a CGA Equipamentos Contra Incêndios Ltda cobra R$ 18.674,66 por conta de dois títulos por serviços, o primeiro de R$ 10.560, vencido em 5 de maio, e o segundo de R$ 8.144,66, esse datado de 12 de abril. A Real Arenas não honrou com os pagamentos e sofre uma execução de título extrajudicial contra devedor solvente.



A WTorre ainda não foi citada pela Justiça e por essa razão ainda não propôs acordo e nem se defendeu da acusação.





Empresa de Equipamentos de Incêndios não recebeu mais de R$ 18 mil da WTorre



A Domi JK Ferragens Eireli abriu uma ação de execução em junho em face da Real Arenas Empreendimentos Imobiliários por ter efetuado uma venda de materiais no valor de R$ 293.825,00. Com os juros, o débito totaliza R$ 333.647,64.



Em julho, a Real Arenas reconheceu o débito em juízo e quitou 30% do valor da dívida, com as devidas correções atualizadas, totalizando R$ 111.218,49. A Domi, por sua vez, retrucou que ficou faltando R$ 1.756,56, já que a quantia, no mês em que foi quitada a porcentagem, a quantia totalizava R$ 376.614,05.





Empresa de ferragens quer, com juros, mais de 300 mil da WTorre por serviço prestado



Também no começo de agosto, a Ieme Brasil Engenharia Consultiva moveu execução de título extrajudicial contra a Real Arenas por um contrato de prestação de serviços de engenharia consultiva, para monitoração em dia de show ou partida de futebol, com remuneração prevista de R$ 12.900. A dívida, atualizada, alcança R$ 13.633,50. A WTorre ainda não foi citada por um oficial de Justiça.



Já a Fenix Perfuração e Corte cobra em outra execução de título extrajudicial duas notas fiscais nos valores de R$ 9.108,42 e R$ 15.530,87, datados de janeiro e fevereiro, por perfurações no Allianz Parque. Em julho, a WTorre depositou, em juízo, R$ 29.990,85 e pediu a extinção do feito, mas a recorrente alega que, devido ao cálculo de correção, ainda ficou faltando R$ 379,42.





Ieme e Fenix, contratadas para ajudar Real Arenas no Allianz, pedem valores na Justiça



A Alquali Esquadrias de Alumínio foi contratada para fornecimento de materiais e serviços de instalação de caixilhos de alimínio nas instalações do Allianz Parque, mas não teve quitado a quantia de R$ 31.927,80, que com juros totaliza R$ 39.070,34. A WTorre realizou depósito judicial em 1 de julho no valor de R$ 41.844,29, já com honorários advocatícios. A Justiça pediu para que a empresa responda se está correto o valor, o que extinguiria o processo.



A Alubond Indústria e Comércio, em nova ação de execução extrajudicial, alega ser credora da quantia de R$ 85.889,66 e pediu a penhora dos ativos da WTorre, novamente por atividades feitas em serviços à construtora. A Justiça, no fim de maio, determinou que a responsável pelo Allianz Parque deve ser citada para cumprir a obrigação em até três dias a partir da citação por um oficial, sob pena de sofrer penhora.





Alubond e Alquali: novas empresas com dívidas feitas pela Real Arenas que correm no Judiciário



A Power Brasil Locação e Comércio moveu ação ordinária de cobrança contra a Real Arenas no dia 25 de junho, pelo valor de R$ 559,6 mil por conta do aluguel de 12 Grupos Geradores a diesel em container acústico pelo valor do negócio foi de R$ 389.600,00 - os equipamentos foram usados no show de Paul McCartney, em 25 e 26 de novembro de 2014. Posteriormente, a requerente pede mais R$ 170 mil pela locação de oito novos geradores e um transformador.



Em sua defesa sobre esse caso, a WTorre alega que estava trocando e-mails com a empresa para acordar o pagamento da dívida. No entanto, há contestação no pagamento dos R$ 170 mil - o restante é admitido pela construtora. A adminstradora do Allianz Parque diz que jamais autorizou ou aprovou a locação dos equipamentos após a data de 26 de novembro, dia do último show de Paul McCartney.





Power Brasil forneceu equipamentos ao show de Paul McCartney, mas ainda não recebeu



No dia 1 de julho, a TP Escudero moveu ação de execução por quantia certa contra devedor solvente. A empresa alega fornecido serviços de construção civil utilizando rufos no valor de R$ 50.000,85, mas diz ainda ter para receber as quantias de R$ 12.994,45 e R$ 24.111,95, que com os juros totalizam R$ 40.213,69. A Justiça ainda não analisou o processo, e a WTorre não foi citada por um oficial, portanto não apresentou defesa.



Já a consultoria Maria da Graça Moreira da Silva entrou com ação de cobrança com indenização por danos morais por acordo que previa captação de investimentos em mídia para o Allianz Parque. No entanto, ao emitir a primeira nota fiscal, de R$ 108.866, a empresa recebeu apenas R$ 49.649,98, devendo R$ 59.216,02.



O contrato foi rescindido em dezembro, e a firma diz que a Real Arenas ficou de pagar R$ 150 mil, só que pagou apenas os R$ 59.216,02. Por isso, pede na Justiça mais R$ 99.210,63. A WTorre nega as alegações, alega má-fé da requerente e pede que o pedido seja julgado pela Justiça como improcedente.





Escudero e Maria da Graça: outras firmas que alegam calotes da WTorre na Justiça



Para finalizar, a Pires & Giovanetti Engenharia e Arquitetura abriu ação de execução de título extrajudicial contra a WTorre exigindo R$ 281.384,58, por serviços de tratamento de impermeabilização à base de poliuretano na obra do Allianz Parque.



A WTorre ainda não foi notificada sobre o imbróglio e, por essa razão, não pôde apresentar defesa ao Poder Judiciário. O processo corre na 43ª Vara CÍvel de São Paulo.





Empresa de Engenharia e Arquitetura quer quase R$ 300 mil da WTorre por calotes



Além dos pedidos de falência e das ações e cobrança que já correm na Justiça e foram apresentadas acima pela ESPN, a Real Arenas enfrenta outros problemas por calotes que ainda não chegaram ao Judiciário.



Só em protestos por dívidas em cartórios espalhados pela capital do Estado, segundo apuração da ESPN, são 226 registros, já computados os apresentados anteriormente: 30 no 1º Tabelião de Protestos de Letras e Títulos de São Paulo, 34 no 2ª, 31 no 3º, 12 no 4º, 14 no 5º, 22 no 6º, 19 no 7º, 26 no 8º, 23 no 9º e 15 no 10º.



Quase 50 estão reproduzidos logo abaixo da reportagem. São calotes em empresas de publicidade, de segurança, de equipamentos de engenharia, de arquitetura, de serviços de som, de pintura, de materiais de construção, e por aí em diante.





Real Arenas, que administra o Allianz, tem 226 protestos por calotes registrados em cartórios



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11844 visitas - Fonte: ESPN

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