O grande reforço do Palmeiras para a próxima temporada

Manutenção do elenco, mais dois ou três reforços pontuais: o Verdão de 2016 já está quase pronto



Este ano começou como tantos outros para o Palmeiras. Tentando esquecer o fracasso da temporada anterior, o clube pensava em 2015 como um ano redentor, e para isso apostou em uma reforma completa no grupo de atletas. O elenco que quase nos levou à segunda divisão em 2014 sofreu uma faxina geral, poucos foram os sobreviventes. O comando também foi trocado, e com as finanças equacionadas, as esperanças foram renovadas.



Batemos na trave no Paulista; ficamos com o vice-campeonato nos pênaltis. O atual quarto lugar no Brasileirão deixa um certo gosto de frustração por saber que poderíamos estar muito mais lá em cima não fossem tropeços indesculpáveis no início do campeonato. E na Copa do Brasil seguimos muito vivos, com plenas chances de subirmos mais um degrau e alcançarmos as semifinais. Estamos dominando os clássicos e os confrontos contra os rivais do Rio.



Para um time que foi formado do zero, pode-se dizer que o desempenho está dentro do aceitável. Exigimos que o time desempenhe o protagonismo nos campeonatos que dispute, e esse papel foi quase plenamente desempenhado. Os títulos são consequências, muitas vezes decididos em detalhes; exercendo esse protagonismo as taças vêm naturalmente, mais cedo ou mais tarde. Podemos até trombar com uma em pouco mais de um mês.



Por tudo isso, não precisamos mais nos apegar à velha frase da esperança: “seremos o time do ano que vem”; já voltamos a ser um time digno e a esperança não precisa de artifícios motivacionais para se manifestar em nossos peitos. As perspectivas são excelentes e podemos, ganhando ou não a Copa do Brasil, esperar para 2016 um protagonismo do Verdão até mais proeminente que em 2015.



O maior senão que ouvimos este ano foi que o time ainda estava em formação, e era verdade. Embora tenhamos montado um elenco de muito respeito ao longo do ano, o grupo sofreu em determinados momentos por ainda não estar 100% azeitado. Depois de alguns ajustes, com novas dispensas e contratações, o futebol apresentado nesta parte final da temporada é realmente animador, embora ainda possamos identificar alguns pontos que precisam de atenção.



No ataque, estamos num nível muito elevado. Os números demonstram o que os olhos veem: o ataque mais demolidor do país veste verde e branco (e cinza, e amarelo, e azul). Dudu, Barrios e Gabriel Jesus conseguiram o encaixe, e com o apoio de Robinho, Zé Roberto e Rafael Marques, mais os laterais, sobretudo Lucas, formaram a linha ofensiva mais efetiva do Brasil.



A defesa ainda precisa de ajustes. A proteção com Gabriel e Arouca foi uma das primeiras coisas a dar liga, ainda com Oswaldo de Oliveira, e Marcelo a manteve. A lesão de Gabriel nos custou uma oscilação séria, que foi reposta com a ótima aquisição de Thiago Santos. A saída de bola, a cobertura e a recomposição, depois de algum tempo, parecem sob controle; a zaga, nem tanto.



Vitor Hugo parece ser quase unanimidade, tanto que o clube fez um grande esforço financeiro para adquirir os direitos sobre o jogador, cujo contrato era de apenas um ano. Seu parceiro, no entanto, ainda não se fixou. Victor Ramos, Jackson, Leandro Almeida e Nathan não convencem, e certamente este é um dos reforços pontuais a serem buscados para o ano que vem. Ainda temos oito atletas cujos contratos vencem no fim do ano; quase todos são importantes, sobretudo Zé Roberto e Rafael Marques, e segurá-los será fundamental para que a grande arma do Palmeiras seja montada: a manutenção do elenco. Este será o maior reforço que o time deve ter em 2016.



Com duas ou três contratações pontuais, de qualidade, mais outros tantos que virão para substituir as eventuais saídas, e o elenco do Palmeiras para 2016 tem tudo para ser mais forte que o atual. Não um pouco mais forte: muito mais.



O Palmeiras não vai começar 2016 do zero, como tende a acontecer com a maioria dos times. O clube romperá o ano saudável financeiramente, com um time já montado e ainda mais reforçado, já conhecendo o sistema de jogo do treinador, que assim vai poder se preocupar apenas em desenvolver alternativas para tornar melhor o que já é muito bom.



Com tudo isso, e tendo pela frente, esperamos, uma disputa de Libertadores, e podemos sonhar com um ano coberto de glórias, mesmo com todos os pés no chão. Preferencialmente com a faixa de campeão da Copa do Brasil no peito.

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