A saída de Alan Kardec do Palmeiras para o São Paulo deixou um grande ruído entre as duas equipes, já que o Alviverde ainda trabalhava pela renovação do atacante e foi surpreendido com o anúncio. Se a troca por si só já deixou o clima instável, coube ao presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, colocar mais lenha na fogueira após a entrevista do mandatário palmeirense, Paulo Nobre, criticando a negociação. Para o comentarista Lédio Carmona, Aidar deveria ter assumido uma posição mais conciliadora ao repercutir as declarações do dirigente, classificadas como "pueris, juvenis" por ele, nesta terça-feira.
Ao analisar a postura do tricolor, Lédio também criticou a contratação de Kardec. Ele acredita que a negociação não foi boa para o São Paulo, tanto no lado financeiro como técnico.
- Da mesma maneira que eu considero que o São Paulo não foi antiético, eu sou obrigado a dizer que o presidente Aidar foi deselegante, totalmente deselegante e fora do tom. Primeiro que ele não tem que analisar o comportamento do Paulo Nobre, dizer que ele foi juvenil. Foi muito prepotente. E ficar avaliando se o Palmeiras se apequenou. O Palmeiras é enorme, é gigantesco, apenas tem uma política salarial mais contida, mais pé no chão que a do São Paulo. Ao mesmo tempo, podemos também avaliar se o negócio do São Paulo foi bom ou não. Porque acho que não foi.
Acho que o São Paulo está fazendo um mau negócio. Financeiramente e tecnicamente. Foi mal o Aidar, poderia ter sido muito mais elegante em relação ao Paulo Nobre - Lédio Carmona.
O jornalista Alberto Helena identificou ainda um conflito entre as ideias e a postura de Aidar. Para ele, as declarações direcionadas ao palmeirense vão contra seu discurso agregador.
- O mais curioso é que o Carlos Miguel Aidar, que eu conheço há mais de 40 anos, foi o cara que inventou o Clube dos 13. E pouco antes de voltar a presidência do São Paulo vinha com discurso da criação de liga. Isso implicaria numa capacidade de reunir o pessoal. E as atitudes dele têm sido exatamente no sentido contrário. Repugnando os seus parceiros. Futebol brasileiro é muito triste, fora e dentro do campo.
Kardec foi pivô de briga entre Palmeiras e São
Paulo (Foto: Cesar Greco/Agência Estado)
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