Na Chape, Guto Ferreira extingue camisa amarela e celebra classificação histórica

4/10/2015 08:40

Na Chape, Guto Ferreira extingue camisa amarela e celebra classificação histórica

Em entrevista ao LANCE!, treinador da Chape falou sobre prioridades neste final de ano, saída da Ponte, catimba argentina e o amuleto da sorte

Na Chape, Guto Ferreira extingue camisa amarela e celebra classificação histórica

Guto Ferreira não usará amarela contra o River Plate (Foto: PontePress/ VictorHafner)



Guto Ferreira, com pouco tempo de casa, colocou-se na história da Chapecoense. Na última quinta-feira, seus comandados derrotaram o Libertad (PAR) e selaram uma vaga nas quartas de final da Copa Sul-Americana. Feito inédito para uma equipe que nunca havia, sequer, disputado uma competição internacional.



– Foi uma emoção incrível. A Chape é uma equipe que teve um acesso meteórico no futebol brasileiro. Tem muito jogador que vivenciou todas as fases, eles são muito importantes nesse momento. Comeram o pão que o diabo amassou e agora estão vivenciado as vitórias – disse Guto Ferreira, treinador do time, ao LANCE!.



O próximo rival da Chape na competição será o temido River Plate, o atual campeão da Copa Libertadores. Para Guto Ferreira, porém, é fundamental deixar o peso da classificação em mãos argentinas. A Chape tem que entrar para jogar. Se der para ganhar, ótimo. Mas, ainda assim, o treinador se preocupa com a tradicional catimba dos adversários.



Para Guto, a Copa Sul-Americana é luxo. A real prioridade da Chape é não cair para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. No momento, os catarinenses estão na 17ª colocação - a equipe que abre a zona dos desesperados. Na opinião do treinador, os antídotos para a queda são a experiência do elenco, a temida Arena Condá e o coração na ponta da chuteira.



Na busca pelos objetivos, Guto não contará com seu amuleto da sorte: a camisa amarela, que ficou marcada nos tempos de Ponte Preta.

- Camisa amarela não é superstição, era uma âncora com a torcida da Ponte. Eu uso ela normalmente, às vezes vou para o estádio com ela, mas não utilizo no jogo, porque aqui a gente utiliza o material da Chape.



Confira a entrevista completa de Guto Ferreira, na qual o treinador falou sobre o desafio de substituir Vinícis Eutrópio, a saída da Ponte Preta e os segredos para bater o Palmeiras neste domingo:



Como foi bater o Libertad e conseguir essa classificação histórica?

Com sinceridade, tínhamos feito uma partida tão boa e saímos injustamente empatados por erros no Paraguai. Expulsão nossa foi absurda no início do segundo tempo. Jogador corta a bola, ele tira o corpo e acaba acertando o jogador que veio para cima dele. Juiz vem direto dar o vermelho no primeiro lance do jogador na partida. E sem dizer da bola que saiu um metro e o juiz mandou seguir. Ontem de novo teve três impedimentos que o juiz deixou seguir. Árbitro cansou de apitar faltinha, ele empurrou o tempo todo o time do Libertad para cima da gente. Mas é como eu digo: o mal não vence o bem. É a lei da natureza.



Você teme ser prejudicado pela arbitragem também contra o River?

Eu acho que não. O River nem precisa disso. Eles foram prejudicados contra a LDU, teve um pênalti absurdo marcado à favor da LDU. River não foi para os pênaltis lá porque o cara errou o pênalti. Vamos jogar com o melhor time da América no momento. A responsabilidade é deles, para nós, vamos jogar, se chegamos até aqui, vamos jogar. Futebol é jogado lá no campo, nos 180 minutos de jogo. Quem se portar melhor, vai vencer.



O que você falou na preleção para motivar o time contra o Libertad?

A semana toda foi de mobilização. Chegamos do Recife esperando manifestação contra. Foi todo o contrário. Torcedores gritando que acreditavam, "vamo, vamo, Chape". O torcedor esteve presente no treino. Teve manifestação da comunidade em prol do time, manifestação que levou quase 10 mil torcedores ao estádio. Foi uma situação de amparo, de jogar junto. Quando terminar numa festa vitoriosa, não tem preço participar de um momento como esse. Você usa na preleção toda esas história. Chape é uma equipe que teve um acesso meteórico dentro do futebol brasileiro. Não só em resultados, mas em organização. Mentalidade dos dirigentes, seriedade, como se faz futebol. Tem muito jogador que vivenciou todas as fases, eles são muito importantes nesse momento. Comeram o pão que o diabo amassou e agora estão vivenciado as vitórias. Passar experiências para vivenciar essa experiência.



Quais foram os jogadores que foram chamados por você para falar?

Jogadores com histórico dentro do clube. Situações que além de toda parte organizacional que já tinha sido feita durante a semana. Dá uma passada no quadro sobre a estratégia de jogo, depois tendo outra parte mental, de motivação, mas na realidade é muito mais picar o jogador. Dar aquele tcham. Tem o goleiro Nivaldo, de 40 anos, que chegou aquk em 2006 quando o clube estava para fechar, jogaria só a capinha. Ele participou de todos os processos do clube. Ontem ele estava no banco. Rafael Lima participou da Série C, B e A, vem sendo capitão do time. Tiago Luis, Camilo, depois as lideranças do Cleber Santana. Jogadores que vivenciaram uma campanha muito boa no primeiro turno. Há esses momentos quando a equipe se superou. O momento nosso era de resultado, o nível de concentração da equipe estava em baixa por causa dos resultados. Enquanto eu falava, dentro do hotel, eu tinha dificuldade de ouvir porque a torcida mandava ver nos instrumentos e nos gritos.



Como será enfrentar o campeão da Libertadores?

Encarar como mais uma partida, sabendo de todo poder da equipe que vamos enfrentar. Se for para temer, nem vai. Eu assisti a partida contra a LDU, mas ainda não estudei o River. A cabeça está voltada ao Brasileirão. É um time rápido que sabe o que quer, experiente, extremamente competitiva. Como todos os times argentinos, sempre no limite, matreiro, copeiro. Pode colocar n elogios, virtudes, para eles.



Você se preocupa com a catimba argentina?

Por incrível que pareça, para essa partida da LDU, que era na altiude, achei que o River até catimbou pouquíssimo. Jogou na experiência, soube administrar paradas de bola, nunca fazendo catimba. Acho que hoje eles estão em um momento tão alto astral, tão superior aos clubes da América que tem enfrentado, que quando enfrentam um clube inferior, nem se preocupam em catimbar.



Os jogadores estão empolgados de viajar para a Argentina?

O momento é o Brasileiro. Desligar a chave da Sul-Americana e é Brasileiro. Precisamos de uma guinada no Brasileiro. Palmeiras é o Palmeiras, que é o que eles só pensam, não estão com a cabeça lá na frente.



O que aconteceu no final da partida que teve aquela confusão?

Eu também não entendi. O que me parece é que os jogadores nossos saíram para comemorar, em determinado momento o Thiego deve ter virado para comemorar, de repente olhado alguém que estava vindo. O jogador do Libertad achou que era para ele, e o árbitro veio e acho que o Thiego estava buscando confusão e o expulsou sem mais nem menos. Não precisava daquilo. Eles tentaram fazer o resultado de todas as maneiras.



Qual é a mágica da Arena Condá?

É a energia. Quando a comunidade vem com o pensamento positivo, aquilo lá transforma. Aí, meu filho, o time dentro de campo vira o bicho, tudo conspira.



O que você acha dos torcedores da Chape?

É uma torcida fiel, como todas têm seu lado crítico, mas é uma torcida que sabe o que quer, que apoia, que quando entende o que está acontecendo abraça. E quando abraça, aí ela vem com tudo.



Como é assumir um clube que ficou com um mesmo técnico por muito tempo?

Sempre é difícil estar assumindo nessa condição. O Vinícius fez um grande trabalho. A Chape acabou tendo decréscimo como todos os clubes estão tendo no Brasileiro. Não vim trabalhar o lado físico, vim para trabalhar o lado mental em uma campeonato muito equilibrado, de pequenos detalhes que influenciam na campanha. Precisa de maturidade. Até pegar o gancho de novo com espaço pequeno de tempo, às vezes pode até ter a competência, mas não tem o tempo necessário. Sempre tem muita dificuldade para treinador assumir nessa condição. Não é a tua competência que direciona isso. A gente espera que a gente possa reverter o principal objetivo que é o Brasileiro.



Foi fácil para os jogadores entenderem sua metodologia?

Hoje o mundo está globalizado, tem vários jogadores que já trabalharam comigo no grupo. Jogadores buscam informações com amigos que trabalham. Hoje a gente não é desconhecido no mundo da bola, esses trabalhos nos embasam. Essa questão de aceitação passa a ser mais franco, começa a ter êxito e trata bem as pessoas. Tem uma linha de trabalho, cada dificuldade precisa ser amparada, trato com respeito na dificuldade. Tendência é certeza que ele vai te ajudar sempre. Respeitar o ser humano primeiro, depois o profissional. Independente de ser o escolhido, tem que ser respeitado da minha parte com ele, e ele da parte dele comigo. Eu simplesmente estou aqui para organizar as ideias do grupo. Os grandes responsáveis por isso são os jogadores, eles que fizeram tudo acontecer. Grande trunfo foi o apoio da comunidade, jogou junto, deu a força para superar a barreira.



Dos dois jogos que você fez contra o Palmeiras neste ano, perdeu um e ganhou um. O que esperar deste duelo?

Espero que eu possa sair vencedor. Domingo quem tiver assistindo vai ver. Vai ser difícil. Palmeiras vive um momento espetacular, precisamos fazer um jogo espetacular.



O Argel falou que o Palmeiras é o melhor time do Brasil. O que você acha do Palmeiras?

Não posso achar nada enquanto não estiver dentro de campo. Palmeiras fez grande jogo contra o Inter, não tenho como dizer ainda se eles estão nesse estágio ou não, espero que contra nós não esteja.



Qual o segredo para bater o Palmeiras?

Aí vou estar entregando toda a rapadura [risos]. Palmeiras é um time rápido, incisivo, tem muita força pela lateral, transição bastante rápida.



Em 2013, a Ponte priorizou a Sul-Americana e acabou caindo no Brasileirão. Você teme que o mesmo aconteça?

Não. Sul-Americana está acontecendo, não sendo priorizada. O jogo de ida contra o Libertad foi o reserva. Poderia ter perdido lá. Contra o River, podemos colocar reserva também. Depende do momento.



Qual a prioridade da Chapecoense neste final de ano?

Jogo a jogo. Para esse momento, essa é a fórmula. Se a gente estivesse disputando meio de tabela para cima, poderia se fazer prognóstico de pontuação. Quem joga embaixo, é jogo a jogo.



Por que você decidiu assumir a Chape?

Cara, sinceramente não sei. Bateu um negócio que tinha que ser. Umas coisas que nem eu sei explicar.



Outros times te procuraram?

Até o momento da Chape, não. Tive sondagens de clubes da Série A que não efetivaram em convites, como Cruzeiro, Vasco e Inter. Quem veio de forma oficial foi a Chape. Após o acerto com a Chape, três clubes vieram me procurar. Deixei quieto. Procura foi com a pessoa que me presenta, não de forma direta comigo. Foram times que estavam na parte do meio e em baixo da tabela.



Você pensou em sair?

Não titubiei, não posso assumir um clube e três dias fugir para outro. A não ser que estivesse indo para fora do país e, com sinceridade, seria impossível de negar.



Você esperava que seria demitido da Ponte?

Eu não esperava. Se bem que no futebol nada mais me chateia. Não adianta falar de passado e remoer. Passou. Nada a declarar mais sobre a Ponte. Não acompanhoa mais os jogos, sinceramente. Mas eu torço para ficar na primeira. Na minha saída, sem demaogia, coloquei o desejo de que, sim, os jogadores seguissem apoiando o Doriva, que é um grande treinador. Que bom que ele está conseguindo executar um grande trabalho.







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