Primeiro jogador do São Paulo a ser abordado sobre a chegada de Alan Kardec, Antônio Carlos foi relutante inicialmente e até discordou dos palmeirenses Valdivia e Fernando Prass por terem falado sobre o assunto, mas, em seguida, não só comentou sobre o assunto como também questionou o presidente do rival, Paulo Nobre, pela entrevista em que ele criticou Carlos Miguel Aidar, mandatário são-paulino.
"Eles dois também tinham que ficar de fora dessa. É uma coisa de diretoria para diretoria", disse o zagueiro, na tarde desta quarta-feira, antes de, contraditoriamente, rebater Nobre. "A entrevista que vi dele foi uma coisa sem nexo, porque, se não foi acertado, o cara (Kardec) tem total liberdade de querer assinar com São Paulo, Corinthians ou quem ele quiser. É uma escolha mais do Alan do que de São Paulo ou Palmeiras. A vontade dele é que vai prevalecer".
Kardec desistiu de renovar com o Palmeiras depois de uma arrastada negociação, foi finalizada por seus representantes a partir do momento em que Paulo Nobre insistiu em uma proposta menor quando as partes já haviam se acertado. O São Paulo entrou em cena, acertou-se rapidamente com o atacante e enviou ao Benfica, clube português detentor dos direitos econômicos do jogador, uma proposta de 4,5 milhões de euros (quase R$ 14 milhões) que deverá ser aceita.
Ao tomar conhecimento da negociação do São Paulo, Nobre convocou entrevista para segunda-feira e fez um pronunciamento atacando Aidar. O palmeirense chamou o presidente rival de antiético e sorrateiro. No dia seguinte, da mesma forma, Aidar rebateu ao classificar a entrevista como patética e dizer que o Palmeiras tem se apequenado ano após ano por atitudes como essa. Em seguida, Valdivia e Prass saíram em defesa da história do clube.
"Tem que respeitar o jogador, o trabalho que ele fez", opinou Antônio Carlos. "Ele tem que buscar valorização pelo que ele fez, melhorar a vida dele. Não é a primeira vez que isso acontece no futebol. Fica uma discussão de rivalidade que não tem nada a ver. O torcedor tem que ir ao estádio torcedor, ficar feliz e brincar com os outros torcedores, mas todos nós temos que ficar fora disso".
O zagueiro e os demais jogadores do São Paulo só deverão ter a companhia de Kardec em julho, quando será reaberta a janela de transferências internacionais, já que ele será vendido por um clube português. Seu contrato de empréstimo ao Palmeiras, válido até 30 de junho, ainda está em vigor, porém deverá ser rescindido em breve.
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