Enzo foi símbolo do Palmeiras na Libertadores de 99 (Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press)
Quem nunca chorou depois de uma vitória emocionante de seu time? O palmeirense Enzo Cid, 28 anos, chorou, foi flagrado pela televisão, virou notícia e foi o estímulo que faltava para o Verdão chegar à final da Libertadores-99. A história do garoto, que na época tinha 13 anos, começou na noite de sexta-feira, 21 de maio daquele ano, no Palestra Itália.
O Palmeiras empatava em 2 a 2 com o Flamengo, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil e precisava de mais dois gols para avançar. Aos 41 e aos 43 minutos do segundo tempo, Euller, de cabeça, após confusão na área, garantiu a vaga do Verdão na semifinal. Estádio em festa, quando a TV aberta flagrou Enzo, aos prantos, emocionado.
– Eu não costumava ficar na numerada. Mas cheguei atrasado no estádio, comprei o ingresso que tinha e acabamos ficando bem na frente, porque não tinha mais lugar atrás. Quando saiu o quarto gol, não segurei a emoção... – lembrou Enzo Cid ao LANCE! em 2009, no décimo aniversário da conquista.
O choro tornou o garoto o símbolo do poder de reação do time. O técnico Felipão "adotou" Enzo, convidando-o a acompanhar a equipe em alguns treinos e jogos. A partir dali, o garoto esteve em todos os jogos do time em casa no torneio.
- Fui em Barueri assistir aos treinos, fui na concentração do pessoal. Foi bem legal. Imagina um garoto de 13 anos, louco pelo Palmeiras, conhecendo tudo aquilo? Lembro bem até hoje.
Dois dias antes do jogo contra o Flamengo, o Palmeiras havia perdido para o River Plate por 1 a 0, na Argentina. A vitória na Copa do Brasil animou o elenco, que teria um novo duelo contra os argentinos na quarta-feira seguinte, dia 26 de maio de 99, contra a equipe portenha.
Enzo acabou dando sorte ao Palmeiras. O Verdão bateu o River Plate por 3 a 0 no jogo de volta da semifinal, garantindo vaga na decisão contra o Deportivo Cali, da Colômbia. Na finalíssima, o Verdão perdeu o primeiro jogo por 1 a 0, venceu o segundo jogo por 2 a 1 e conquistou o título de forma dramática por 4 a 3 na disputa por pênaltis.
– Fui filmado antes daquele jogo contra o River e eu disse que seria 3 a 0. Participei da reza com os jogadores depois daquele jogo e na final também. Foi emocionante pra mim. Em um jogo eu estava na numerada, no outro estava dentro do vestiário com meus ídolos – contou.
Enzo cresceu e virou engenheiro. A Libertadores de 1999 é só uma ótima lembrança em sua memória. Da conquista, além das histórias, restou uma camisa, azul, que ganhou há dez anos de “São Marcos.”
– Esta eu não vendo por dinheiro nenhum deste mundo. Quando vou a um jogo importante, levo a camisa para dar sorte.
10752 visitas - Fonte: LanceNet!