Valdivia pode ser negociado após a Copa.Foto: Clayton de Souza/Estadão
Com a saída de Alan Kardec, os holofotes do Palmeiras ficaram todos virados para Valdivia, mas pode ser por pouco tempo. O chileno tem grandes chances de deixar o clube após a Copa do Mundo e até já tem time interessado em contar com o jogador. Tudo vai depender de seu desempenho no Mundial.
Um dos empresários do atleta, Osório Furlan Júnior, dono de 36% dos direitos federativos do atleta, voltou da Itália recentemente com uma oferta. "Tem uma equipe italiana que está interessada nele e disse que vai avaliá-lo com atenção na Copa", disse o agente, que ainda não passou a informação para a diretoria do Palmeiras, ao Estado.
O agente tem boa relação com o presidente Paulo Nobre e já foi acertado entre as partes que o momento certo para negociar o jogador é depois da Copa. Valdivia está bem fisicamente e tem tudo para fazer um bom Mundial. Além disso, tem contrato até agosto do ano que vem e tendo o salário mais alto do elenco. Se deixar para negociá-lo no fim do ano, o valor da transação será bem menor.
"O Nobre sempre fala que nenhum jogador é inegociável e isso vale para o Valdivia. Claro que se aparecer uma boa proposta para todos os lados, vamos conversar. O Valdivia é acima da média e cabe em qualquer time da Espanha ou da Itália. Ele quer voltar a jogar na Europa, mas não pode ser em um mercado mais ou menos. Ele vai para lugar bom", disse o agente.
No dia 22 de abril, o chileno, durante entrevista coletiva na Academia de Futebol, chegou a dizer que gostaria de encerrar carreira no Palmeiras, mas depois mudou o discurso. "Gostaria de ter uma nova oportunidade na Europa. Quero aprender mais", disse o meia.
Desde que voltou ao Palmeiras, Valdivia recebeu muitas propostas e elas aumentaram nos últimos dois anos. Mas a maioria delas foi rejeitada pelo jogador antes mesmo de chegar até a diretoria alviverde.
DÍVIDA VIRA BOLA DE NEVE
Em 2010, o Palmeiras pagou R$ 14 milhões ao Al Ain (EAU), mas para conseguir contratar o jogador, o clube - então presidido por Luiz Gonzaga Belluzzo - pegou uma carta de crédito do Banco Banif.
Arnaldo Tirone assumiu o clube e ao invés de pagar a dívida, resolveu renegociar a dívida, atrasou o pagamento de algumas parcelas e no fim o jogar custou R$ 36 milhões. Em setembro de 2011, Tirone ainda deu um aumento salarial para o meia, o que inflacionou o seu salário e faz com que ele seja o jogador mais bem pago da equipe no momento.
Se ele realmente sair, as chances de acertar com um clube brasileiro são remotas. "No Brasil, não o vejo jogando em outro clube. Se algum time tiver interesse nele, tem que falar com o Nobre. Falaram recentemente que eu tive reunião com o Flamengo. É mentira. Não conversei com ninguém do Brasil", assegurou Furlan.
Para o jogador, a situação está cômoda. Ele vive um grande momento no Palmeiras, voltou a ganhar a confiança da torcida, tem um bom salário e deve ser convocado para a seleção chilena. Se for negociado, também deve ir só com um bom contrato e poderá realizar o seu último objetivo, antes de pendurar as chuteiras.
A diretoria palmeirense, como de praxe, não fala do assunto, mas o presidente Paulo Nobre já disse algumas vezes, em reunião no COF, que pretende negociar o jogador se chegar uma boa proposta. O mesmo vale para Wesley, que tem contrato até fevereiro do ano que vem e em agosto já pode assinar um pré-contrato e sair de graça.
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