Crise técnica, erros e falta de confiança: o que acontece com o Palmeiras?

O ano de 2015 começou promissor para o Palmeiras: investimento pesado em contratações, final do Campeonato Paulista, e briga pelo G-4 no Brasileiro durante a maior parte da temporada. Na reta final, entretanto, o alviverde vem caindo de rendimento de forma vertiginosa – a derrota para o Vasco, lanterna do campeonato, deflagra um momento de crise no alviverde.



Com 48 pontos e na nona colocação, o Palmeiras viu ficar distante a possibilidade de terminar o Brasileirão entre os quatro primeiros. Isso coloca pressão para a conquista do título da Copa do Brasil diante de um embalado Santos – tarefa possível, mas complicada. Seis derrotas nos últimos oito jogos, entretanto, tornam inevitável a pergunta: o que acontece com o time?



As lesões

A primeira explicação, e mais óbvia, é a adotada frequentemente pelo técnico Marcelo Oliveira: o Palmeiras perdeu Gabriel, depois Arouca, dois jogadores fundamentais. A queda com a lesão do primeiro foi imediata – passaram pela titularidade Amaral, Andrei Girotto, Zé Roberto, Robinho, Matheus Sales. De agosto até novembro, não foi encontrada uma solução definitiva.



Crise técnica

As contusões não são a única explicação para a queda alviverde. "Sem dúvida, a crise técnica do time é o que mais está atrapalhando", disse Robinho, após a derrota. Os jogadores simplesmente não estão rendendo mais o que já renderam no ano – o ataque, em setembro, era o melhor do Brasileirão; atualmente é apenas o quarto. A defesa, até a 13ª rodada a menos vazada do campeonato, é agora a 15ª – sofreu mais gols do que três dos quatro times na zona do rebaixamento. Rafael Marques, artilheiro do time na temporada, Victor Hugo, pilar da defesa e que falhou feio neste domingo, entre vários outros atletas não vivem o melhor momento.



Sem confiança

Por trás da queda de produção existe um elemento psicológico – segundo os próprios jogadores, o elenco está sem confiança. "Está todo mundo sem confiança. O Marcelo Oliveira tem tentado nos passar confiança, encorajar. Tem que mudar, se não vai ser muito difícil", disse Robinho. Abatidos, os jogadores evitaram imprensa após a derrota deste domingo – além de Robinho, Thiago Santos foi o único a passar pela zona mista. Isso tudo quase uma hora depois do apito final, algo incomum – o elenco teve uma conversa franca no vestiário, que segundo os jogadores foi bastante dura.



Sem reação aos treinos

No calendário atual, os treinadores agradecem muito quando tem uma semana inteira de treinamentos. Para o Palmeiras, isso não tem adiantado: duas das piores atuações da equipe vieram após períodos longos: contra a Ponte Preta, no dia 14 de outubro (dez dias de preparação) e neste domingo, diante do Vasco (sete dias). O próprio Robinho admitiu que há dificuldade em trazer para o campo o trabalho feito na Academia de Futebol. "Estamos treinando, fizemos grandes treinamentos nessa semana, mas chegamos aqui e foi horrível, não implementamos", afirmou.



Mais uma vez, o alviverde tem dez dias para trabalhar, e só volta a campo na próxima quarta, diante do Atlético-PR, pelo Brasileirão. O foco, entretanto, é cada vez mais só na final da Copa Brasil, que terá a primeira partida no dia 25 de novembro, na Vila Belmiro.