Ricardo Oliveira e Zé Roberto tiveram Candinho como mentor no início de carreira
Foi sob o comando de Candinho, técnico que acumulou quatro passagens pela Portuguesa, que Zé Roberto e Ricardo Oliveira, líderes de Palmeiras e Santos, começaram a se destacar no futebol nacional. O lateral esquerdo alviverde brilhou como meio-campista no vice-campeonato brasileiro da Lusa em 1996, pouco antes de acertar sua transferência para o Real Madrid. Já o artilheiro santista, dispensado pelo Corinthians no início de carreira, ganhou oportunidades com Candinho entre 2001 e 2002.
Responsável pela ascensão da dupla no Canindé, o ex-treinador, afastado do dia a dia dos clubes desde 2013, ano em que deixou o cargo de gerente de futebol da Portuguesa, não poupa elogios à personalidade dos veteranos, mas critica o posicionamento atual de Zé Roberto no Palmeiras. Segundo ele, é um desperdício deixar um atleta de 41 anos atuando na lateral esquerda.
"O Zé Roberto, quando começou na Portuguesa, era um menino muito rápido com aquela perninha esquerda. No Pequeninos do Jóquei [clube paulistano conhecido por revelar talentos], ele era meio-campista. Na Portuguesa, o escalamos na lateral porque havia a necessidade [de um jogador no setor] e ele era canhoto. Mas em 1996 ele já estava jogando como meia. Hoje, aos 41 anos, não dá para ele jogar na lateral, correr atrás de ponta, cruzar, voltar. Ele seria mais eficiente jogando como um terceiro homem de meio pela esquerda. Dá para aproveitar a qualidade dele. Acho um desperdício o Zé ficar marcando ponta", observa.
Ele cita como o exemplo o ex-flamenguista Júnior, que foi deslocado para o meio-campo no decorrer da carreira e jogou em alto nível. "É normal um lateral com qualidade ir para o meio", diz, lembrando em seguida das boas atuações de Zé Roberto como meia do Santos entre 2006 e 2007.
Candinho absolve Ricardo Oliveira, considerado pelo ex-treinador "uma pessoa maravilhosa", pelo envolvimento nas polêmicas com Fernando Prass e outros jogadores palmeirenses ao longo do ano. Ele conta que, nos tempos de Portuguesa, o centroavante não cultivava o hábito de fazer discursos nos vestiários, postura diferente da que tem hoje no Santos.
"O Ricardo é uma pessoa maravilhosa. Um líder para os meninos do Santos. Ele, o Renato e o David Braz são os líderes do time, mas o Renato é muito calado, então ele assumiu junto com o Braz o fato de comandar a molecada. Ele não era assim [na Portuguesa], não era de liderar. Sempre teve personalidade, mas não era como hoje. Ele aprendeu muito na Europa, não fala abobrinha, não fala errado. É o cara que comanda ali", elogiou.
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