Para Assunção, experiente Zé Roberto poderia ter acalmado ânimos em polêmica entre Palmeiras e Ricardo Oliveira (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
A rivalidade entre Santos e Palmeiras reviveu seus tempos áureos dos anos 60 e 70 neste temporada, com sete clássicos, duas finais e uma animosidade aflorada entre os dois esquadrões. Torcedor assumido do Peixe e protagonista nas duas equipes como jogador, Marcos Assunção revelou à Gazeta Esportiva que não conseguiu escolher um time para torcer durante as finais da Copa do Brasil.
“Não. Eu fiquei em cima do muro. Joguei pelos dois times, tenho um carinho enorme. Sou santista, mas tenho um carinho enorme pelo Palmeiras, que foi um clube onde eu consegui conquistar uma Copa (do Brasil) e, como capitão, tive o prazer de levantar a taça. Então, eu fiquei em cima do muro e quem ganhasse eu estava feliz, porque são dois clubes que eu tenho uma admiração e um amor muito grande”, revelou o volante, que segue com sua carreira e pode jogar pelo Rio Branco na Série A2 em 2016.
Tanto pelo Palmeiras quanto pelo Santos, Marcos Assunção sempre foi visto como um dos líderes do elenco, independente de estar portando a faixa de capitão ou não. E quando questionado sobre a polêmica que se instaurou entre os atletas palmeirenses com Ricardo Oliveira, centroavante santista, antes, durante e, principalmente, depois da decisão do título, Assunção viu muito exagero na situação.
“Mas a culpa disso ai são de vocês da imprensa. Vocês fazem essa muvuca toda. Antigamente, você via xingamento, você via empurrões, você via um monte de coisas. É que hoje, no futebol, você não pode fazer mais nada. Essa pilha que ele (Ricardo Oliveira) tem é antiga. É de jogadores da nossa época mesmo. Fazíamos de tudo para deixar o jogador nervoso ou para causar uma expulsão. Mas é assim. O futebol é isso”, disse, na noite desta quarta-feira, durante jogo beneficente organizado pelo ex-jogador Narciso, na Vila Belmiro.
Aos 39 anos, Marcos Assunção, ex-Seleção Brasileira, falou com pesar da mudança comportamental no futebol e, em sua visão, o camisa 9 alvinegro não fez nada que justificasse tanta revolta dos jogadores do Palmeiras e voltou a ressaltar que as atitudes que hoje geram indignações, antigamente eram encaradas com naturalidade.
“O futebol não pode ser sujo, de cotovelada, de dar uma entrada maldosa para machucar e tirar o companheiro de trabalho do jogo. Mas o futebol é isso, sempre foi gostoso por isso. Mesmo nas peladas por ai você vê um monte de zoeira, um monte de gente fazendo um monte de coisa para pilhar a equipe adversária, para ter alguma coisa a mais e tentar se sobressair, mas é uma coisa normal”, reiterou.
Após a vitória alviverde nos pênaltis, Dudu ironizou o fato de Oliveira ser pastor fora de campo e Rafael Marques chegou a chamar o centroavante de 35 anos de mau caráter. Essas acusações foram as únicas que acabaram condenadas pelo centroavante do Peixe, que em todas as declarações pós final fez questão de parabenizar o Palmeiras e explicar que suas provocações não tinham qualquer objetivo que não fosse acirrar a disputa dentro de campo.
“Eu acho que tem que ter respeito. Tem que ter respeito pela carreira do Ricardo. Molecada de 20 anos, 18, 19 anos. Acho que quem tinha que falar não falou, que é o Zé Roberto, que é um cara que conquistou tudo na vida e não falou nada, ficou quietinho. Não vi nenhuma polêmica. Só vi declarações de outros jogadores, mas, enfim, acho que no futebol, assim como na nossa vida, você tem que respeitar o Ricardo não só pela idade, mas pelo currículo que ele tem e pelos times que ele jogou na Europa”, finalizou Marcos Assunção.
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