Paulo Nobre concedeu entrevista coletiva na Academia de Futebol nesta quinta-feira (Foto: Fabricio Crepaldi)
A era Gilson Kleina chegou ao fim no Palmeiras no início da tarde desta quinta-feira. Insatisfeita com a sequência de três derrotas consecutivas na temporada, a diretoria se reuniu com o treinador no retorno da delegação para São Paulo e definiu a saída da atual comissão técnica. Depois da reapresentação do elenco alviverde após a derrota para o Sampaio Corrêa, pela Copa do Brasil, o presidente Paulo Nobre concedeu entrevista coletiva na Academia de Futebol.
O dirigente falou com jornalistas e explicou os motivos que o fizeram a demitir o treinador. Nobre relembrou momentos delicados vividos por Kleina no comando do Verdão e afirmou que a decisão visa o melhor para o clube.
- Viemos comunicar que o Gilson Kleina não é mais técnico do Palmeiras. Eu tenho profundo respeito pelo profissional e pela pessoa do Gilson Kleina. Sou muito agradecido por tudo o que fez no Palmeiras e quero dizer que essa administração procura não cair na mesmice do futebol, de seguir o caminho mais fácil.
Aconteceram nesse período com o Gilson alguns episódios que acreditamos que o normal seria a demissão, como o 6 a 2 do Mirassol, a eliminação para o Tijuana em casa, ou a Copa do Brasil, o Paulistão desse ano... Se ele não foi trocado nessas oportunidades é porque acreditávamos que o melhor para o clube seria ele ficar - avaliou.
Sem revelar o perfil do técnico que o Verdão procura para substituir Gilson Kleina, o presidente confirmou o auxiliar Alberto Valentim como técnico interino da equipe palmeirense a partir desta sexta-feira.
- No futebol existem ciclos e chegamos à conclusão em uma reunião hoje que o ciclo dele terminou no Palmeiras. Muito boa sorte ao profissional, que siga a carreira vitoriosa e assume interinamente o Alberto Valentim, que faz parte da comissão permanente e ele ficará no comando até que outro seja contratado - completou Nobre.
Contratado em setembro de 2012, Kleina não conseguiu impedir o rebaixamento do Verdão para a Série B do Campeonato Brasileiro.
No ano passado, o comandante conquistou a Segundona, recolocou o Palmeiras na elite do futebol nacional e renovou seu vínculo por mais uma temporada. Mas a eliminação no Paulistão, apesar da boa campanha na primeira fase, e a queda de produção no Brasileirão, acabaram determinando a demissão. No total, o treinador fez 105 jogos no Alviverde, com 56 vitórias, 20 empates e 29 derrotas.
Perfil do novo técnico
- O perfil do técnico que desejamos, a diretoria já tem. Mas se eu começar a definir o perfil para vocês, eu vou restringir as possibilidades e começa especulação em cima de um ou outro nome. Entendo a ansiedade do torcedor e peço um pouco de calma. Não vou abrir o perfil para não atrapalhar.
Contratações
- Elas vão continuar da mesma forma, seguindo a responsabilidade com as finanças e a preocupação em fortalecer o elenco. Existem perfis do presidente. Na minha forma de ver, ele é sempre responsável por tudo. Se o cara erra o penâtli, ele que contratou. E o presidente nunca pode fugir. As contratações foram em muita conversa para trazer o perfil de jogador para compor o elenco, sempre discutindo com a comissão. Nunca medimos esforços para reforçar e não vamos mudar. Sempre atento aos jogadores daqui e de fora. Ninguém espera agora algum estrangeiro, porque a janela está fechada. Mas nosso trabalho é constante.
Culpados
- Encerrou-se o ciclo do Gilson no Palmeiras. Mandamos embora porque concluimois que o ciclo dele acabou. Insistir nisso seria pior para o Palmeiras e para ele. Fazemos avaliações, a cada rodada fazemos reuniões, temos consciência de onde o elenco precisa ser reforçado. Fizemos avaliações no Paulista para contratar agora e deixar o elenco mais forte.
Contrato de produtividade
- Esse conceito é uma realidade no Palmeiras. Não dá pra acontecer com o técnico, como não tinha com o Gilson. Isso depende de quantos jogos ele vai estar e o técnico está lá em todos. Não dá pra fazer isso com o técnico. A produtividade é o salário dele. No técnico tem metas e o do Gilson tinha metas, que poderiam multiplicar o salário dele.
Diferença para a próxima comissão
- Não entro na parte técnica, mas espero que tenha a mesma seriedade dessa comissão, é muito importante trabalhar em quem você confia. Queremos profissionalismo, que queira vencer. Quem não venceu, que tenha a fome de vencer. Quem venceu tudo, que queria continuar vencendo. E uma comissão que entenda a grandeza do Palmeiras e respeite nossas tradições
Agilidade para contratar
- Tem de contratar com calma e o quanto antes, a pressa não pode ser sua inimiga. O time sentiu falta porque o Kardec é um grande jogador. Da mesma forma que vamos contratar para suprir essa perda, vamos contratar um técnico para suprir a ausência do Gilson.
O atual plantel
- O elenco carece de alguns reforços e quando chegar o novo técnico vamos discutir se isso ele enxerga também para fazer o time competitivo.
Vanderlei Luxemburgo
- Me agrada o nome de qualquer técnico que venha com esse espírito, não tenho preconceito com nenhum técnico.
dentificação de Dorival e Luxemburgo facilita?
- Não necessariamente, um técnico que nunca jogou, que não tem parente aqui, pode ter o mesmo conhecimento de quem é o Palmeiras. Não existe preconceito para vetar um técnico ou outro. Estamos trabalhando para conseguir um técnico.
Renovação do Kleina
- Fizemos com a maior certeza. Era um contrato de um ano e chegamos a conclusão que o ciclo dele acabou. Não foi falta de convicção nenhuma.
Valor para investir
- Nem falei com técnico nenhum ainda. Se eu falar isso vou estar fazendo uma futurologia. Posso afirmar que com técnico ou qualquer profissional, jogador ou o que for, a responsabilidade com as finanças será levada muito a sério. É um perfil da minha administração e isso não vai mudar.
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