Paulo Nobre, presidente do Palmeirasl: sem técnico com a demissão de Gilson Kleina e cercado por cofistas
O Palmeiras é um clube dividido, sempre foi. Confuso, tenso e politicamente tão fragmentado quanto a Iugoslávia quando estourou a crise nos Balcãs. Facções diversas, oposicionistas eternos, gente que circula pelo clube dia e noite a cornetar.
O clube conta com a "Turma do Amendoim", como Felipão chamou alguns associados reclamões em sua primeira passagem pelo Palestra Itália. Irritado com as críticas constantes, o técnico se referiu aquele pessoal citando o petisco favorito do grupo. O apelidou pegou de vez.
Nas últimas semanas, enquanto Gilson Kleina era cozinhado em fogo brando, nomes diversos de técnicos eram "sugeridos" ao presidente Paulo Nobre. Há os que ainda acreditam em Vanderlei Luxemburgo e repetem seu nome. Outros levam fé em Dorival Júnior.
O nome de Ney Franco ganhou força, mas no dia-a-dia do clube, até Renato Gaúcho já foi citado. Não pela primeira vez. Em 2012, quando Scolari saiu e Narciso era o interino, o nome do ex-treinador do Fluminense surgiu e depois foi descartado pelo então presidente, Arnaldo Tirone.
Deve ser mesmo complicado para o atual mandatário do Palmeiras, Paulo Nobre, contornar tamanha insatisfação. Especialmente de gente que vota nas instâncias do clube, como os que pertencem ao COF, sigla para Conselho de Orientação e Fiscalização.
Seus componentes carregam a alcunha de "cofistas" e como as contas do clube por ali passa, eles têm, sim, peso, importância no dia-a-dia. Mesmo que nada entendam de futebol. E pelos nomes que vêm e vão, não devem manjar da bola rolando mesmo.
Em janeiro, por exemplo, os "cofistas" aprovaram o orçamento do clube. Mas quem seria capaz de afirmar que, com o time mal, o grupo irá fazer o mesmo na próxima reunião com tal objetivo? Manter essa turma calma é algo estratégico.
Difícil imaginar uma saída assim, sem união, com cada um a tocar sua própria corneta. O barulho misturado ao "nhac, nhac" dos amendoins não leva a lugar algum, causa apena ruídos incômodos que fazem o Palmeiras na Série A, ficar mais agitado do que quando estava na B.
Assim fica difícil.
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