Presidente em exercício da CBF, o Coronel Antonio Carlos Nunes viaja nesta quarta-feira a Belém para participar do lançamento da Copa Verde. E não vai dar nem entrevista coletiva, para evitar gafes e assuntos considerados incômodos. O cartola esteve à frente da Federação Paraense por mais de 20 anos.
Desde que Nunes assumiu a presidência interina da CBF em janeiro – quando da segunda licença tirada por Marco Polo Del Nero – a entidade decidiu "preservá-lo", para usar um eufemismo. O Coronel aceitou.
Em dezembro, quando foi eleito vice-presidente, Nunes deu algumas entrevistas e deu declarações polêmicas. Na semana passada, ganhou mais um motivo para permanecer calado.
Uma reportagem da Agência Pública revelou que Nunes recebe um salário mensal de de R$ 14.786 da Força Aérea Brasileira como anistiado, por ter sido "vítima de ato de exceção de motivação política". Além disso, recebeu uma indenização retroativa de R$ 243.416,25.
Dias depois de ter deixado a Aeronáutica, Nunes entrou para a Polícia Militar do Pará, onde atuou por 24 anos até se aposentar em 1991 como Coronel. Consultada pelo GloboEsporte.com, a CBF enviou a seguinte nota:
– O Presidente em exercício da CBF, Antônio Carlos Nunes de Lima, afirma que o processo que resultou em sua anistia política transcorreu dentro da mais perfeita legalidade e foi assinado pelo então Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos - jurista consagrado por sua brilhante atuação em defesa da democracia - como forma de reconhecimento aos prejuízos sofridos por ele em relação ao Estado durante aquele período. Quanto a sua trajetória na hierarquia da Polícia Militar do Pará, Nunes destaca seu orgulho por fazer parte desta instituição centenária tão importante na história do povo paraense e reitera que o fato de ter sido um servidor público exemplar não o coloca como apoiador do Regime Militar vigente à época.
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