Nobre procura substituto para Kleina (Daniel Teixeira/Estadão)
Gilson Kleina não resistiu à derrota para o Sampaio Corrêa, a terceira seguida do Palmeiras, e foi demitido. A diretoria alviverde não quer transformar a contratação do novo técnico em outra novela e, por isso, já decidiu que vai buscar Vanderlei Luxemburgo ou Dorival Júnior. Ney Franco é a terceira opção, mas conta com o voto apenas do presidente Paulo Nobre.
Nesta quinta-feira, Nobre não quis falar publicamente sobre o perfil de treinador que ele deseja ver no comando da equipe, mas a sua ideia é contar com um técnico renomado, que seja capaz de passar mais confiança ao elenco do que Kleina.
Luxemburgo conta com a simpatia de Nobre e, embora tenha conquistado muitos adeptos nos últimos meses, ainda está longe de ser uma unanimidade no clube, especialmente entre os membros do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização). O ex-presidente Mustafá Contursi, ainda muito influente no Palmeiras, é um dos que são contra a volta do treinador.
Para retornar, o técnico que conquistou quatro títulos paulistas (1993, 1994, 1996 e 2008), dois brasileiros (1993 e 1994) e um do Rio-São Paulo (1993) pelo Alviverde quer um contrato que lhe dê segurança. Ele não deve aceitar um vínculo de menos de dois anos e espera por uma multa grande o suficiente para que não seja demitido no primeiro tropeço. Para demitir Kleina, por exemplo, Nobre vai pagar ao treinador cerca de R$ 900 mil, valor equivalente a três meses de salário.
Dorival Júnior é visto no clube como um treinador experiente, que enfrenta muito menos resistência de conselheiros do que Luxemburgo e tem história no Palmeiras, o que pode lhe render mais respaldo da torcida. Seu tio, o ex-volante Dudu, foi um dos maiores jogadores da história do clube.
O presidente, no entanto, não se empolga muito com Dorival e só vai atrás dele caso não consiga trazer Luxemburgo. Ney Franco também agrada ao dirigente, mas a negociação é difícil porque o ex-técnico do São Paulo tem multa elevada para deixar o Vitória e alto salário.
Recentemente, Ney recusou uma proposta do Botafogo. Antes de fechar com Kleina, ainda sob o comando de Arnaldo Tirone, o clube tentou contratar o treinador mineiro, mas a negociação não foi adiante.
Até a noite desta quinta-feira, o clube ainda não havia procurado nenhum treinador de forma oficial e estava analisando o mercado. E Paulo Nobre já avisou que a política de contenção de gastos continuará.
"Ainda não abri nenhuma negociação, por isso se falar em números estarei fazendo futurologia. Só posso garantir que a responsabilidade com as finanças será total", disse o dirigente.
Não existe um prazo para a escolha do novo treinador, mas a intenção da diretoria é conseguir encontrar alguém logo, já que na próxima quarta-feira o clube fará o jogo da volta contra o Sampaio Corrêa.
A demissão de Kleina ocorreu de forma bem rápida. Por volta das 11h30, ele foi chamado pelo diretor executivo José Carlos Brunoro para uma reunião na Academia de Futebol. Três horas depois, já deixava o local como ex-palmeirense.
INTERINO
Na partida contra o Goiás, sábado, a equipe será comandada por Alberto Valentim, que foi contratado para fazer parte da comissão técnica fixa do clube. Junto com Kleina, foram embora seus auxiliares, Jair Leite e Juninho, e o preparador físico Fabiano Xhá. Em meio a essa grande mudança, o meia Bernardo foi submetido a exames nesta quinta-feira e até segunda-feira deve anunciado.
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