Atacante atuou apenas um ano no Henan Jianye e não gostou (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
Enquanto o mercado chinês chega ao Brasil com ofertas milionárias, levando técnicos e jogadores, Rafael Marques se recusou a voltar para o país. Agora já livre do Henan Jianye, o atacante do Palmeiras fala em ditadura e até agressão de técnico em atleta na nação asiática, onde atuou por apenas uma temporada.
“Teve agressão de treinador em jogador. Vi duas ou três atitudes dessas e me incomodavam muito porque não aceito, não é certo. Era entre chineses mesmo. Eu procurava sair do vestiário ainda trocado, esperava a poeira baixar e depois tomava banho, tentava esfriar a cabeça e voltar para o hotel”, lembrou Rafael Marques, avisando que será difícil a China alcançar o nível do futebol de Japão e Coreia do Sul.
“Os chineses têm uma cultura diferente. O jeito deles de agirem é meio de ditador, de comandar do jeito que querem. E futebol não é assim. Não basta só dinheiro. Se não tiver a mentalidade de evoluir e crescer, podem levar os melhores do mundo que o futebol não vai mudar”, prosseguiu o atacante, que virou fã dos japoneses ao morar no país enquanto defendeu o Omiya Ardija, entre 2009 e 2012.
Os técnicos Luiz Felipe Scolari, Vanderlei Luxemburgo e Mano Menezes foram para a China, assim como o zagueiro Gil, o volante Ralf e os meias Jadson e Renato Augusto trocaram o campeão brasileiro Corinthians pelo país asiático e o atacante Geuvânio deixou o Santos. Nenhum deles procurou Rafael Marques para buscar informações.
“Ninguém me perguntou, mas eu falaria a verdade. Não quero que nenhuma pessoa viva a coisa ruim que aconteceu comigo”, disse o atacante, relatando sofrimento até ao tentar conhecer o Henan Jianye quando foi vendido pelo Botafogo, no fim de 2013. “Para não passar informação da estrutura deles, o clube falou que não tinha estrangeiro. Cheguei lá e tinham três, sendo um angolano, que fala português.”
Mantido no Palmeiras, agora em definitivo e com contrato renovado por mais duas temporadas, Rafael Marques sorri por ter se livrado da China. Independentemente de colegas serem seduzidos pelo milionário mercado asiático, o jogador de 32 anos se satisfaz por estar em um ambiente profissional.
“O pessoal fala que estou na contramão de futebol. Mas vejo ao contrário. Eu tinha o objetivo de voltar ao Brasil em 2012 para fazer o meu nome, jogar em alto nível no campeonato mais competitivo do mundo, como jogadores experientes e de nome também não acham. Não voltei para a China porque não é o tipo de trabalho que sempre procurei traçar, com profissionalismo e competitividade”, indicou.
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