Primeira Liga quer atrair paulistas e vai começar pelo São Paulo

O presidente tricolor Leco será procurado pela entidade comandada pelos clubes



Marco no futebol brasileiro, o anúncio da autorização pela CBF para que a Primeira Liga realize jogos em 2016 abre caminho para que a entidade comandada pelos clubes deixe as turbulências de lado e retome os trabalhos. Segundo o seu presidente, Gilvan de Pinho Tavares, o próximo objetivo é a entrada dos times paulistas. O São Paulo deve ser o primeiro procurado pelo grupo.



A princípio, agrada o perfil de seu mandatário, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.



"O passo seguinte é conversar com outros clubes, trazer os clubes de São Paulo também. Queremos um torneio de grandeza ainda maior, esse é o pensamento nosso. Inclusive, hoje (quinta-feira), pedi para fazer contato com o presidente do São Paulo, o Leco", afirma Gilvan ao ESPN.com.br.



"A gente sabe que ele é uma pessoa simpática e com excelentes ideias. Vamos crescer cada vez mais. E a CBF quer isso, de uma forma harmoniosa, será bom para eles também", completa.



O desejo dos membros da Copa Sul-Minas-Rio, como também é conhecida, esbarra inicialmente na renovação de contrato do Paulistão com a Globo até 2021. Além de luvas, os grandes asseguraram aumentos em suas cotas para R$ 18 milhões anuais.



Esse seria um fator dificultador.



Em ocasiões anteriores, Santos e Corinthians também se manifestaram publicamente contrários a aderirem a Primeira Liga.



A entidade tem reunião marcada nesta sexta-feira, às 12h (de Brasília), em Belo Horizonte.



Esse será um dos assuntos discutidos nessa nova fase. Haverá espaço, claro, para 'comemorar' o sucesso na queda de braço com a CBF e a federação carioca.



"Somos o movimento de homens sérios, de pessoas ponderadas, firmes em nossa condições, mas ponderadas", define Gilvan.



"Ninguém em sã consciência pode pensar em acabar com a CBF. Em todos os países, existe a confederação e a Fifa se comunica apenas através delas. O importante é caminhar junto dentro do futebol brasileiro. Queremos harmonia e não brigar. O esporte não é isso, desavença, racha dentro de campo e conflito. Queremos levar o negócio de forma harmoniosa, sem trauma, ninguém saindo perdendo ou ganhando", prossegue.



"Quando falaram que o caminho não era esse, não concordei e o Cruzeiro se retirou da liga. Somente com paz e harmonia, vamos emplacá-la. Essa foi uma decisão sábia da CBF e uma demonstração cabal que a gente tem que apoiar o nosso futebol. Ontem (quarta-feira), tivemos Atlético-MG e Flamengo lotado, receita muito boa, cota de TV, isso tudo numa competição que ainda nem é oficial. Só pode fazer bem ao Brasil", conclui.



A Primeira Liga conta hoje com 15 fundadores e é formada atualmente por América-MG, Avaí, Atlético-MG, Atlético-PR, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Fluminense, Flamengo, Internacional, Joinville, Grêmio e Paraná.