Acusado no Uruguai, Gorka Villar é quem manda na "nova Conmebol"

3/2/2016 11:22

Acusado no Uruguai, Gorka Villar é quem manda na "nova Conmebol"

Poderoso nas gestões dos hoje presos Leoz, Figueredo e Napout, espanhol assinou indulto ao Boca, primeira decisão da gestão de Alejandro Rodríguez

Acusado no Uruguai, Gorka Villar é quem manda na

Del Nero abraça Gorka Villar na sede da CBF (Foto: Vicente Seda)



O primeiro ato da "nova Conmebol" tem a assinatura da velha Conmebol, a entidade que está no centro de um escândalo de corrupção no futebol e cujos três últimos presidentes estão presos - Nicolas Leoz (1986-2013) em Assunção, Eugenio Figueredo (2013-2014) em Montevidéu e Juan Angel Napout (2014-2015) em Nova York.



A circular 01/2016, que anistiou os clubes com punições pendentes - e beneficiou notoriamente o Boca Juniors - foi assinada pelo diretor-geral da confederação, o espanhol Gorka Villar, que é filho do poderoso Angel Maria Villar, presidente da Federação Espanhola desde 1988, vice da Uefa desde 1992 e vice da Fifa desde 2000.



A decisão teve repercussões imediatas dentro da Confederação. O uruguaio Adrian Leiza, vice-presidente do Tribunal de Disciplina (que havia imposto a punição - agora reduzida - ao Boca), renunciou ao cargo. O presidente do TD, Caio Rocha, afirmou que se pronunciaria sobre o tema ainda nesta semana.



Gorka ocupou o cargo de diretor jurídico da Conmebol nas administrações de Leoz e Figueredo. Em dezembro de 2014, pelas mãos de Napout, foi alçado ao cargo de diretor-geral. Na semana passada, durante o evento que culminou com a aclamação de Alejandro Domínguez como presidente até 2019, Gorka circulava com um crachá que o identificava como CEO.



Em seu discurso de posse, Domínguez prometeu mudanças, transparência, contratação de uma auditoria para revisar todos os contratos assinados nos últimos anos e admitiu que a entidade atravessa "a maior crise de sua história". Ao GloboEsporte.com, disse que ainda não conhecia Gorka Villar.



- Não posso dizer se ele continua ou não. Vou avaliá-lo.



Brasil e Argentina apoiam a permanência de Gorka no cargo de diretor-geral da Conmebol.



Acusações



Gorka Villar é figura central no caso contra a Conmebol que corre no Uruguai. Em 2013, sete clubes e o sindicato dos atletas daquele país acionaram a Justiça com o seguinte argumento: a confederação recusa melhores ofertas de transmissão de seus torneios e isso prejudica clubes e jogadores.



Trata-se exatamente da mesma acusação feita pelas autoridades americanas, que indiciaram dezenas de dirigentes sul-americanos, entre eles os três últimos presidentes da CBF: Ricardo Teixeira (1989-2012), José Maria Marin (2012-2015) e Marco Polo Del Nero (desde 2015, hoje licenciado).



Abriu-se uma investigação, tocada pelo procurador Juan Gomez, que atua no combate ao crime organizado no Uruguai. Quando a apuração tomou corpo, os sete clubes que haviam deflagrado o processo se retiraram da causa, alegando que estavam sendo pressionados pela Conmebol. Sobrou apenas o sindicato dos atletas.



Em dezembro de 2015, Eugenio Figueredo foi extraditado ao Uruguai, após ter passado sete meses preso em Zurique. Ao chegar em Montevidéu, deu depoimento ao procurador Gomez, admitiu que recebia subornos, reconheceu práticas prejudiciais aos clubes e apontou Gorka Villar como autor das chantagens que resultaram na saída dos clubes uruguaios do processo.



No despacho em que determina a prisão de Figueredo, a juíza Maria Adriana de Los Santos Carigoni escreve:



- [...] Os clubes manifestaram que não ratificariam a denúncia devido a pressões exercidas pelo Comitê Executivo da Conmebol. Seus presidentes seriam sanciados e suspensos por até 60 dias.



E cita o depoimento de Figueredo, que entrega diretamente Gorka Villar como autor dessas pressões:



- [...] O senhor G.V. aproveitando as articulações que tem graças a seu pai, utilizava a influência de seu pai para que a Fifa respaldasse com notas coercivas contra a AUF [Associação Uruguai de Futebol]. Vinha uma nota da Conmebol e uma ratificação da Fifa, dizendo que poderiam ser suspensos os times e até a AUF.



Trecho do depoimento de Figueredo que acusa Gorka Villar de pressioar clubes uruguaios (Foto: Reprodução)



Na acusação, o procurador Juan Gomez escreve que "este é um comportamento que merece ser investigado". As autoridades do Uruguai pediram ajuda ao Paraguai para que Gorka Villar seja ouvido sobre as acusações.



No final de dezembro, reportagem do jornal paraguaio "ABC Color" informou que Gorka teria ido até a sede da Conmebol durante a madrugada e destruído documentos. Uma semana depois, o Ministério Público do Paraguai invadiu o prédio e apreendeu documentos e computadores. Em nota, o dirigente negou que tenha feito queima de arquivo e declarou que está colaborando com todas as investigações.



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3621 visitas - Fonte: GE

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