Pelas evidências, vestiário do Palmeiras segue intacto

Robinho sinalizou que está tudo em paz no vestiário



Após a partida contra o São Bento, na quinta-feira, Marcelo Oliveira concedeu a coletiva de praxe bastante contrariado. Claro, o assunto mais quente foi a atuação de Leandro Almeida.



Observando com bastante atenção as frases do treinador, não é possível apontar um momento sequer de desrespeito ao zagueiro. Ao contrário: ele fez todas as considerações possíveis a seu passado, a suas supostas habilidades e a sua dedicação. Pontuou que o erro no segundo gol do São Bento teve origem na determinação de não dar chutão, mas mesmo assim decidiu por afastar o jogador do time titular. Ainda na entrevista, já falando sobre as jogadas de bola parada, disse que o Palmeiras tomou um “gol ridículo” – e há poucas palavras na língua portuguesa que descrevam melhor o primeiro gol.



Parte da imprensa tratou logo de misturar as coisas. Seja por desatenção ou por má-intenção, houve quem dissesse no dia seguinte que Marcelo Oliveira queimou o jogador, classificando a jogada de “ridícula” e por isso a discussão passou a ser outra: Marcelo já estaria com problemas no vestiário.



O Palmeiras se reapresentou após a folga de Carnaval nesta segunda-feira e voltou à rotina de treinamentos. Como de hábito, um dos atletas foi designado para conceder entrevista coletiva aos jornalistas – recuperando a boa fase do ano passado, Robinho foi o escolhido. E o afastamento de Leandro Almeida voltou à pauta, claro. Robinho não fugiu do pau e fez a seguinte declaração:



“É complicado escutar uma crítica dessa. Complicado o técnico falar assim, mas o atleta tem que estar preparado. O Marcelo sabe conduzir bem, sei que os dois já chegaram a um consenso do que tem que fazer”.



Ao que parece, apesar da palavra “complicado” ter aparecido duas vezes, Marcelo segue com o domínio do grupo. Aparentemente, o “complicado” usado por Robinho foi do ponto de vista emocional de um atleta na situação de Leandro Almeida. Não parece, sobretudo diante de “O Marcelo sabe conduzir bem”, que o grupo tenha se sentido traído pelo comandante; a impressão maior é que há um sentimento de solidariedade ao companheiro e de compreensão com o treinador pela tomada de decisão.



Robinho fala só por si, não se pode cravar que todos os atletas absorveram bem a situação, sobretudo porque aquela parcelinha da imprensa inflou a situação e isso pode afetar os jogadores. Mas aparentemente o foco foi controlado e não chegou a virar um incêndio. O tempo dirá se o episódio terá mais desdobramentos.



O que nós aqui na torcida não podemos fazer em hipótese alguma é alimentar mais esse boato sem que novas evidências venham à tona. Com o que temos no momento, é absolutamente insano crescer essa conversa de que o elenco está rachado com o comando. Não podemos ser burros a ponto de jogar contra nosso time.

7314 visitas - Fonte: ESPN FC