Dracena vê Palmeiras no caminho para ganhar a Libertadores, lamenta poucas chances no Corinthians e culpa Léo por saída do Santos

15/2/2016 14:33

Dracena vê Palmeiras no caminho para ganhar a Libertadores, lamenta poucas chances no Corinthians e culpa Léo por saída do Santos

Dracena vê Palmeiras no caminho para ganhar a Libertadores, lamenta poucas chances no Corinthians e culpa Léo por saída do Santos

Dracena pode estrear em um jogo oficial do Palmeiras na terça, contra o River Plate-URU, pela Libertadores (Marcello Zambrana/Gazeta Press)



Franqueza. Esta é uma característica marcante de Edu Dracena, contratado para liderar a defesa do Palmeiras em 2016. E o zagueiro de 33 anos não fugiu de qualquer pergunta durante o bate-papo de 35 minutos com o Blog. Ele falou da chance do Verdão na Libertadores, admitiu que prefere evitar o confronto com seu ex-clube, o Corinthians, assim como os outros brasileiros, revelou um pouco de decepção com Tite durante sua passagem pelo Parque São Jorge… Dracena ainda explicou como conseguiu passar por três rivais de forma consecutiva (Santos, Corinthians e Palmeiras), reconheceu que deixou a Vila Belmiro por causa de Léo, cobrou dívidas do Peixe, do Timão e do Guarani e afirmou que Thiago Silva é injustiçado na seleção.



BLOG_ O quanto a lesão na panturrilha direita, no fim de janeiro, atrapalhou seus planos neste início no Palmeiras?

EDU DRACENA_
É complicado, porque estávamos em um momento importante, de pré-temporada, adaptação aos novos companheiros. O mais triste é que foi a minha primeira contusão muscular na carreira. Já havia feito quatro cirurgias no joelho, mas nunca tive um problema muscular.



Dará tempo de jogar a estreia na Libertadores, terça, contra o River Plate, no Uruguai?

Eu trabalhei demais nos últimos dias, fazendo tratamento em dois períodos. Como é uma coisa nova na minha carreira, não sei. Depende da evolução.



Os departamentos físico e médico do Palmeiras têm sido muito criticados por causa da série de contusões no elenco. As cornetadas são justas?

A estrutura e os profissionais do Palmeiras não devem em nada para os grandes clubes do Brasil. Depois que a reforma na Academia de Futebol acabar e o hotel ficar pronto, então…



Por que escolheu o Palmeiras?

Já conhecia o Arouca, o Alecsandro e o Robinho. Conversei com o Arouca, que falou muito bem daqui. Fui muito bem recebido e vi que era exatamente como o Arouca havia dito. Estou extremamente feliz.



É verdade que o Palmeiras já havia o procurado em julho?

Teve sondagem, realmente, só que não tinha como sair.



Arrependeu-se de ter saído do Corinthians depois que o Gil foi vendido para a China?

Não. Nunca me arrependo das coisas que faço, porque tomo minhas atitudes sempre bem pensadas. Às vezes, é complicado mudar de um clube rival para outro, mas conversei com meus familiares e vim convicto. O Corinthians é passado.



Você é um dos raros casos de atleta que jogou em três rivais seguidos. Como explicar?

Acho que não tenho rejeição porque sempre procuro respeitar o clube, os companheiros e a própria torcida. Você nunca vai me ouvir falando mal do Santos ou do Corinthians. O futebol é dinâmico e a gente nunca sabe o dia de amanhã.



Por que deixou o Santos no início de 2015, onde era capitão, ídolo e muito vencedor?

Fiquei quase seis anos lá e foi um período incrível. Durante esse período todo, só tive problema com uma pessoa.



Está se referindo ao Léo, que era lateral e havia acabado de virar dirigente?

Sim. Com ele.



Foi por causa dele que saiu?

Foi o principal motivo. Mas já está resolvido. Falei tudo o que tinha para dizer na cara dele. E preferi dar um ponto-final na minha vida lá no Santos.



O que o Léo respondeu?

Ele não falou nada.



Você chegou ao Corinthians com moral e salário alto, mas nunca foi titular absoluto. O que aconteceu?

Eu achei que estava sendo contratado para jogar. Quando cheguei, já fui para o banco. Depois, com a eliminação no Paulista e a queda na Libertadores, ainda tive uma sequência de oito jogos como titular. Mas voltei para o banco e não saí mais. Quando não se tem a confiança das pessoas, fica complicado. Isso que atrapalhou.



Está se referindo ao Tite?

É quem comanda, né? Quando a pessoa te liga e diz que quer contar com você, ela não tem obrigação de te escalar. Mas ouvi que seria importante. Então, achei que, se me colocasse para jogar e eu não fosse bem, tudo bem. Mas cheguei e isso não aconteceu. Fui titular pela primeira vez contra o Palmeiras, vencemos por 1 a 0 e pensei que teria sequência. Mas não.



Saiu frustrado?

Acho que dei uma contribuição no título do Brasileirão. No total, joguei 33 partidas no ano. E viram no meu dia a dia que procurei trabalhar e melhorar cada vez mais sem reclamar.



Gostaria de enfrentar o Corinthians na Libertadores? Teria um gosto de vingança?

Se puder, é melhor evitar o Corinthians. Time brasileiro é sempre complicado. E Palmeiras e Corinthians é o maior clássico do Brasil. Mas, se acontecer, vamos enfrentar de igual para igual.



Os clubes de futebol têm fama de maus pagadores. Quem ainda lhe deve algo?

O Santos, por exemplo. Quando saí, fizemos um acordo e o valor foi parcelado em dez vezes. Pagaram as quatro primeiras e pararam. Não quero ir à Justiça, mas, se tiver de ir, vou. A paciência já está perto de se esgotar.



Mais algum clube?

O Corinthians ainda não pagou o prêmio do Brasileirão. E o Guarani também me deve. Quando eu saí, em 2002, me deram um cheque sem fundo. A ação está na Justiça. Pior que o oficial vai até o Brinco de Ouro, mas não acha ninguém para receber a intimação.



O Palmeiras está preparado para ganhar a Libertadores?

Já joguei a Libertadores quatro vezes e ganhei uma (pelo Santos, em 2011). Dá para dizer que estamos no caminho certo. O Palmeiras trouxe jogadores importantes, manteve a base do ano passado, o que é motivo de comemoração… Só não dá para trazer uma carga maior de responsabilidade. Essa vai ser uma das Libertadores mais difíceis da história, com os brasileiros bem fortes, além de Boca Juniors, River Plate…



Qual o segredo para ser campeão?

Tem de ter pé no chão, mas eu acredito na equipe. Agora, é entrar bem concentrado, focado, com sangue nos olhos. Porque, além de enfrentar os adversários, têm a torcida local, a arbitragem, as viagens, logísticas nem sempre favoráveis…



O Grupo 2, com o argentino Rosário Central e os uruguaios Nacional e River Plate, é fácil, médio ou difícil?

Não tem grupo fácil na Libertadores. Às vezes, o adversário nem tem tanto nome, mas isso não vale muito. O Corinthians do ano passado foi uma prova (acabou eliminado pelo Guaraní do Paraguai nas oitavas de final). Se você não estiver bem naquele dia, pode jogar a classificação fora.



Já faz quase dois meses que você foi anunciado como reforço, mas ainda não teve a chance de jogar no Allianz Parque. Está ansioso?

Demais. Eu só estive lá para jogar contra e considero um belíssimo estádio. Entre os mais bonitos do Brasil. Também estou ansioso para encontrar a torcida do Palmeiras. Tenho certeza de que vai ser uma emoção muito grande quando ouvir a torcida gritando meu nome. Apesar da experiência, vai ser difícil segurar a emoção.



Quando vai se aposentar?

Não penso em parar ainda. Vou até o momento em que meu corpo aguentar. Minha única preocupação é continuar jogando em alto nível. Sei que as quatro cirurgias no joelho atrapalham minha longevidade no futebol, mas me sinto bem. Não tem previsão.



Quais limitações tem por causa das cirurgias?

Os joelhos não atrapalham. Somente nos treinos que faço uma preparação diferente. E, quando o campo é duro, sinto um pouco mais de dor no dia seguinte. Mas é só.



Acha que sua entrada pode ajudar a acabar com os famosos chutões da defesa do Palmeiras para o ataque?

Eu vim com o intuito de ajudar em tudo. Mas tem vezes em que o chutão é necessário, porque o adversário marca pressão. Não dá para perder a bola ali atrás e levar gol. É uma característica minha sair jogando, mas depende de todo o time.



Tem algum palmeirense na sua família?

Meu tio e meu sogro, seu José. Já a minha esposa (Milena) é Dracena Futebol Clube, assim como meus filhos (Lorenzo, de cinco anos, e Luigi, de um ano e meio).



Qual foi o atacante mais difícil que já marcou?

Peguei vários bons atacantes. Lá atrás, tinha Romário, Edmundo, Edilson em começo de carreira. Da atual geração, é complicado parar o Fred, que sabe finalizar muito bem, protege, não deixa antecipar. O Vagner Love também dá muito trabalho, porque tem uma explosão rápida. Ele toca curto para bater e não dá tempo de chegar na bola.



E seu melhor companheiro de zaga?

Seria injusto citar um só. Aquele com quem mais ganhei foi o Durval. Nós nos entendíamos muito bem, apesar de sempre nos culparem quando o time levava gol. Também joguei três anos com o Lugano no Fenerbahce. Chegamos às quartas de final da Liga dos Campeões e fomos o único time a ganhar do Chelsea naquela temporada. Ainda ganhamos no ano do centenário do clube.



Quem é o melhor zagueiro do Brasil hoje?

O nível é bom. Temos vários zagueiros com ótimo futuro pela frente. Só não vou ficar citando nomes para não me esquecer de ninguém.



É uma injustiça não convocar o Thiago Silva para a seleção brasileira?

Com certeza, um cara que é capitão do PSG e está há tanto tempo na Europa não pode ser ruim. E ele ainda serve para a seleção, com certeza. Talvez tenham colocado toda a culpa nele pelo 7 a 1 da Copa. Mas é difícil falar de fora.



Qual o melhor zagueiro do mundo?

Gosto do Miranda. Ele é firme, forte, joga sem brincadeira…



O que fará quando pendurar as chuteiras?

Muitos me falam para seguir a vida de técnico, mas não quero essa vida. Teria de largar a família e seria ainda pior do que agora, como jogador. Porque você se muda para outra cidade e depois de perder três jogos é mandado embora. Ou então você vai sozinho, mas não quero. Quem sabe eu possa virar comentarista esportivo. Seria bacana, porque teria a chance de entender a imprensa e passar a experiência que tive dentro de campo.



Qual a coisa mais chata no futebol?

As críticas que não são construtivas. Falar que um jogador não pode vestir a camisa do Palmeiras é muito pesado, porque ele trabalhou muito para chegar aqui. Certamente, se nosso governo fosse cobrado como um jogador de futebol, o Brasil não estaria desse jeito.



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19485 visitas - Fonte: Blog do Jorge Nicola

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