Nota de falecimento do Americano-rj em jornal (Foto: Chandy Teixeira)
Seu Tito Lucas Madeira viu grandes equipes do Internacional. O Rolo Compressor, da década de 1940, o time tricampeão brasileiro na década de 1970, e o grupo que conquistou o mudo no século XXI. Faltava ver um jogo do Beira-Rio. No último fim de semana, Tito Lucas, torcedor colorado de 100 anos de idade, viu sua primeira partida no estádio do Inter.
A história do centenário torcedor do Internacional foi apenas um dos episódios curiosos do futebol brasileiro no último fim de semana, dentre eles uma inusitada provocação dos torcedores do Goytacaz ao time rival, o Americano. E ainda teve mais: "acidentes de trabalho" no Moisés Lucarelli e na Arena Pernambuco, campos alagados em São Luís e em São Vicente, homenagens às mães e caneleira sem dono no clássico mineiro.
Imagine abrir um jornal, ir ao obituário do periódico e se deparar com o anúncio da morte do seu clube. Foi o que aconteceu com os torcedores do Americano-RJ que leram o Jornal Folha da Manhã, de Campos dos Goytacazes, do último sábado. A nota comunicava o falecimento da equipe e ainda divulgava a data e horário do velório do time.
- É com extremo pesar que viemos (sic) por meio deste comunicar o falecimento do Sr. Americano Futebol Clube. Convidamos familiares, amigos e "torcedores" para o velório no dia 10/05/2014, às 15:00, no Estádio Antônio Ferreira de Medeiros (Cardoso Moreira). O enterro será logo após no Parque Tamandaré. A família lamenta a perda, pois o mesmo faria 100 anos em 2014, mas já vinha mal de saúde há muito tempo - dizia a nota.
O autor do anúncio não foi encontrado, mas no dia anterior, o perfil “Goytacaz da Depressão”, no facebook, publicou que haveria uma surpresa no jornal no último sábado. A nota gerou a revolta dos torcedores do Americano nas redes sociais.
Ao GloboEsporte.com, o Jornal Folha da Manhã se limitou a dizer que “se trata de um anúncio de classificado”. O Americano perdeu para o Barra da Tijuca por 2 a 1 e foi desclassificado da Série B do Campeonato Carioca. O Goytacaz segue com chances de avançar para a semifinal.
SUSTO EM BOB
A imagem é forte e o susto foi grande. Aos cinco minutos do segundo tempo da vitória da Ponte Preta por 2 a 1 em cima do ABC, o volante Fernando Bob, da Macaca, torceu o tornozelo na queda após dividida pelo alto com Xuxa. Ele saiu de campo em uma ambulância com suspeita de fratura. Entretanto, depois de pensar que não jogaria mais na temporada, o volante recebeu a notícia de que sofreu apenas uma luxação e poderá voltar aos gramados em três meses.
- Estou até feliz. Eu estava triste. Quando vi meu pé, achei que não jogaria mais neste ano, mas agora o doutor disse que em uns três meses eu posso estar de volta. Se Deus quiser logo depois da Copa já estou bem de novo - afirmou Bob ao site da Ponte.
Em março do ano passado, os jogadores da Ponte Preta sofreram o mesmo drama quando o volante Ferrugem levou um carrinho do meia Danielzinho, do São Caetano, e fraturou os ligamentos do tornozelo esquerdo.
SANGUE NOS OLHOS
No duelo entre Santa Cruz e Luverdense, na Arena Pernambuco, um jogador também sofreu com os acidentes do futebol. O meia Gilson, da equipe mato-grossense, teve que sair de campo aos 30 minutos do primeiro tempo. Com o rosto coberto de sangue, deixou o gramado reclamando de uma suposta cotovelada de um atleta tricolor. O árbitro nada marcou no lance. Pouco tempo depois, Gilson retornou ao jogo com uma touca de natação e atuou até o fim.
ARQUIBANCADA IMPROVISADA
Cerca de 450 pessoas foram ao estádio Casolão, em Rolim de Moura, e viram a vitória do Vilhena sobre o time da casa por 1 a 0, no primeiro jogo das semifinais do Campeonato Rondoniense.
Entretanto, pelo menos 20 pessoas também assistiram à partida, mas não entraram na contagem oficial. Elas acompanharam o jogo em outra parte do Cassolão. Sentados no muro do estádio, onde, segundo eles, a visão era melhor, alguns torcedores chamaram a atenção.
- Este é o segundo jogo que assisto, mas sem dúvida a visão daqui é bem melhor porque o muro é mais alto que a arquibancada – disse Sérgio Reis, de 36 anos, torcedor do Rolim de Moura.
Torcedores do Rolim de Moura assistem jogo em cima do muro do estádio Cassolão (Foto: Lauane Sena)
PISCINA OU CAMPO DE FUTEBOL?
São Vicente e Portuguesa Santista jogaram em um campo com poucas condições de jogo (Foto: Antonio Marcos)
Dois jogos sofreram com a chuva no último fim de semana. Um deles sequer começou. Em São Luís, Sampaio Corrêa e Avaí não puderam entrar em campo para o duelo marcado pela quarta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro no último sábado. Com o gramado do Castelão encharcado, o árbitro Neuriclaudio Costa resolveu adiar a partida, que ainda não teve nova data confirmada.
Já na Segunda Divisão do Campeonato Paulista – correspondente à quarta divisão –, São Vicente e Portuguesa Santista jogaram, mesmo em circunstâncias pouco usuais para uma partida de futebol. O campo estádio Mansueto Pierotti, em São Vicente, estava cheio de poças d’água. No final, o 0 a 0 não foi surpreendente.
"VERGONHA NACIONAL"
A quarta rodada do Brasileirão rendeu a maior goleada da competição até agora. O Botafogo venceu o Criciúma por 6 a 0, e a torcida do Tigre catarinense não perdoou a equipe. Após sofrer a goleada, os muros no entorno do estádio Heriberto Hulse foram pichados. Xingamentos, pedidos de raça e honra foram vistos entre as mensagens deixadas pelos torcedores revoltados. Ao chegarem em Criciúma, os jogadores foram recebidos com ovos, laranjas e pipocas.
Pichação na porta do Heriberto Hülse (Foto: João Lucas Cardoso)
DE QUEM É A CANELEIRA?
Aos 18 minutos do primeiro tempo do clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, o árbitro Héber Roberto Lopes parou a partida por um motivo inusitado. O juiz procurava o dono de uma caneleira, que estava perdida no gramado do estádio Independência. O volante Leandro Donizete, do Galo, logo apareceu para recuperar seu material perdido e mostrou seu meião todo rasgado, resultado de uma dividia com um cruzeirense. O volante teve que sair de campo e colocar um meião novo.
HOMENAGENS ÀS MÃES
Do Campeonato Sergipano ao Brasileirão. As homenagens às mães marcaram alguns jogos nos campos do Brasil. Em Aracaju, jogadores do Sergipe entraram para a partida contra o Coritiba-SE portando uma faixa com a seguinte mensagem: “Mãe, você é minha bola cheia”. Na Série A, os colorados levaram os nomes de suas mães às costas no duelo com o Atlético-PR no Beira-Rio.
Os rubro-negros do Vitória tinham várias frases no alto das costas em comemoração à data. Uma delas era “mãe é ternura”, que ficou em evidência no lance em que Souza e Uelliton foram expulsos (veja o vídeo). No Independência, os jogadores do Atlético-MG foram recepcionados por suas mães ao entrarem em campo para o clássico com o Cruzeiro. O Coxa também lembrou a data, mas com uma homenagem diferente. Cada atleta teve uma camisa personalizada, com uma foto de sua mãe estampada.
D'Ale veste camisa com nome de sua mãe às costas (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
TORCEDOR CENTENÁRIO
Tito Lucas Madeira é um exemplo prático de que nunca é tarde para realizar o sonho. Aos 100 anos, o torcedor colorado viu todas as glórias do Internacional, que tem apenas cinco anos a mais que Tito. Entretanto, faltava algo na história da relação entre ele e o clube: acompanhar um jogo no Beira-Rio. A idade não foi problema para ele “solucionar” o problema. No último sábado, o centenário torcedor foi até o estádio e viu a vitória do Inter sobre o Atlético-PR por 2 a 1.
- Nos meus 100 anos, isto é uma luz para mim. Conheci o estádio quando guri. Isto é uma luz. Isto é uma alegria para mim. É um presente. Estou maravilhado. Está aprovada a casa. Inimaginável. É assim que eu defino – disse Tito, ao site oficial do Internacional.
Tito Lucas é natural de Pinheiro Machado e atualmente mora em Pelotas, no sul gaúcho. Ele sempre acompanhou o Colorado à distância e antes só havia passado na porta do Beira-Rio.
Tito Lucas (de chapéu), ao lado dos familiares, em sua primeira vez no Beira-Rio (Foto: Divulgação/Internacional)
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