Marcelo Oliveira foi oficializado no Palmeiras dia 15 de junho de 2015, em contrato até o fim desta temporada. Era uma aposta do presidente Paulo Nobre, mas sobretudo do diretor de futebol Alexandre Mattos, que o conhecia bem do Cruzeiro, onde ele conseguiu dois títulos brasileiros, fazendo o time de Minas jogar com a bola no chão e revelando uma série de bons jogadores no meio de campo, como Ricardo Goulart. Marcelo Oliveira era reverenciado, embora chegava notícias de Belo Horizonte dando conta de que o treinador tinha dificuldade para treinar e encontrar soluções na hora do aperto, e que aquele Cruzeiro resolvia tudo dentro de campo, entre os próprios jogadores.
O que ocorre no Palmeiras é exatamente isso: o time não consegue evoluir com as peças que tem, com responsabilidade do treinador, que não tem mais confiança, e dos jogadores, que são limitados ou estão de corpo mole. Não vejo sacanagem do elenco com o treinador, mas já vi tantas coisas no futebol, que não duvido que exista má vontade dos que estão no banco, esperando para entrar sem saber se entrarão. Não duvido mesmo. O fato é que o Palmeiras não anda. E a Copa do Brasil não pode servir de muleta para segurá-lo, porque o desempenho do time em 2015 também foi ruim. Ganhou por sorte e porque fez uma boa partida na final contra o Santos.
Imaginamos que esteja tudo bem entre as partes e que o elenco não quer derrubar o treinador. Assim, é notório que o Palmeiras tem problemas de limitação técnica. Barrios, por exemplo, é limitadíssimo. Não consegue dar um drible e o que tem salvado sua pele é o número de gols que faz. É o jogador mais próximo dá área. Está machucado agora, mas não é o cara para resolver e ajeitar tudo. Marcelo Oliveira tem pedido para Gabriel Jesus ajudar na marcação pelo lado esquerdo e isso tem tirado o garoto do ataque, ou cansado o jogador mais rapidamente. O problema maior, no entanto, está no meio de campo. Não há armador inteligente e habilidoso, técnico e com boa visão de jogo. A bola queima neste setor. O melhor de todos ainda é Robinho, quando está de frente para o rival e não de costas. Quem mais?
Marcelo também não pode deixar Dudu na armação. Ele rende mais pelas pontas e perto do gol. É atacante e não armador. Faz isso porque não tem um cara para o setor do meio. Dudu não consegue armar e perde sua característica de atacante. O Palmeiras perde duplamente. Contar com Cleiton Xavier é uma grande interrogação. Não contaria. E todos os jogadores comprados ainda não renderam, talvez o melhor seja Jean, mas como volante. Falta um meio-campista que não se incomode em ficar com a bola e que não queira se livrar dela com tanta rapidez. Se Marcelo não pediu para a diretoria este jogador, errou. Se não consegue arrumar o time, tem de sair. Não deu liga. Simples assim.
Muricy Ramalho também não dei liga no Palmeiras. Eduardo Baptista não se encaixou no Fluminense como estava no Sport. Isso é comum no futebol. Da mesma forma, tem jogador que não combina com o time também, com a seleção. Acontece. Isso não quer dizer que eles, técnico e jogador, devam ser detonados e não sirvam para outras equipes. Há uma série de fatores entre o Céu e o Inferno. Apostar em quem não está funcionando também é um erro, provoca desgaste e pode gerar injustiças. E Marcelo Oliveira não está funcionando. O Paulistão é o limite, com possibilidade de o time sofrer na Libertadores. Também penso que uma mudança só deva ocorrer quando há uma solução. Sem essa de interino.
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