Palmeiras luta contra instabilidade e falhas de criação na Libertadores

Dois tropeços consecutivos contra os uruguaios do Nacional complicam a vida do Verdão na competição continental. Atletas tentam manter discurso de esperança

Cuca enfrenta velhos problemas no Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)



O time era novo, pelo menos no papel e no banco de reservas. Cuca estreou no comando do Palmeiras e tentou mexer um pouco na estrutura da equipe, apesar de ter tido a oportunidade de fazer apenas um treinamento coletivo com o elenco. Os problemas apresentados diante do Nacional, porém, são velhos conhecidos e que já atormentam os torcedores alviverdes há algum tempo.



Marca negativa da gestão de Marcelo Oliveira, estendida ao interino Alberto Valentim, o Verdão ainda não conseguiu apresentar um padrão efetivo e regular por dois tempos consecutivos. No duelo disputado no Uruguai, os palmeirenses foram dominados na primeira etapa e pouco criaram. Após mudanças no intervalo, o time tentou sair mais para o jogo e até conseguiu algumas – poucas – chances, mas não soube manter um esquema tático que pudesse fugir da boa marcação e tradicional catimba uruguaia.



– Quando a gente tiver jogo em casa, como vamos ter, tem de ter rotatividade, volantes saírem para o jogo. Você não pode por a obrigação de criação em um jogador. Se marcar ele, ninguém mais cria? O ponta é um quarto homem de meio, vem jogar, tem liberdade para rodar. Os laterais têm de passar mais. Pode ter certeza que a evolução vai vir – analisou Cuca.



Exceção ao duelo contra o River Plate, na estreia, quando dois erros defensivos determinaram o empate em 2 a 2, o Palmeiras apresentou os mesmos problemas diante de Rosario Central e Nacional, justamente os dois adversários diretos na luta por uma vaga nas oitavas de final da Taça Libertadores da América.



Contra os argentinos, uma grande atuação de Prass evitou o pior em casa e foi fundamental para o triunfo por 2 a 0. Depois, o Verdão viu o Nacional explorar os problemas defensivos e de pouca criação ofensiva do time palmeirense para somar seis pontos nos confrontos diretos e abrir vantagem na liderança do Grupo 2. E agora?



– Jogamos o primeiro tempo abaixo do que poderíamos fazer. Melhoramos no segundo tempo, mas foi insuficiente para empatar e virar. Complicou (a classificação) por causa da derrota em casa. Isso nos trouxe problemas. É muito difícil jogar fora de casa na Libertadores. Quando você não pontua dentro de casa você traz uma responsabilidade grande. Temos outro jogo fora, será outra batalha. Não está nada perdido ainda não – avaliou Alecsandro.



– Temos de levantar a cabeça. Ainda restam dois jogos. É focar nessas partidas e ter esperança na classificação. Não podemos ficar nos lamentando. Temos de trabalhar forte sabendo que ainda restam dois jogos. Nosso pensamento é de vencer para brigar pela vaga – completou Zé Roberto.



Na próxima rodada da Libertadores, Palmeiras, que soma quatro pontos, viaja para a Argentina, onde enfrenta o Rosario Central, agora com sete pontos, com a obrigação de pontuar. O jogo será no dia 6 de abril. Em caso de triunfo dos argentinos, o Verdão vai para a última rodada da fase de grupos da competição continental eliminado – o Nacional lidera a chave com oito, enquanto o River tem apenas dois.



Antes disso, o time de Cuca volta a campo no domingo para enfrentar o Grêmio Audax, em Osasco, pela 10ª rodada do Campeonato Paulista.