Encontrar explicações para a má fase do Palmeiras é uma das tarefas mais difíceis dos últimos tempos. Fora de campo não parece haver motivações que interfiram no desenvolvimento do time. Os salários estão em dia, as contas estão sendo pagas, os investimentos estão chegando, os torcedores lotando o Allianz…
Por um momento, a alternativa mais fácil parecia a troca de treinador. Marcelo Oliveira teve um bom começo no clube, mas perdeu a mão para montar a equipe ao longo do ano, principalmente após a lesão do volante Gabriel. Ainda assim conquistou o título da Copa do Brasil e renovou seu crédito. O ano novo teve início e os velhos problemas apareceram. Mesmo com os reforços o time não andou, os nomes trazidos são discutíveis, porém o efeito deles no conjunto não traria tantos elementos para a má fase.
Marcelo, desgastado, saiu. Cuca, com moral, chegou. Em campo, nada mudou. São quatro jogos e quatro derrotas com o novo comandante e não é possível notar qualquer evolução, pelo contrário. Observa-se até mesmo alguns pontos que regrediram. A zaga vulnerável, as laterais inseguras e o meio acéfalo já vinham apresentando problemas, que acabaram se potencializando nas últimas partidas.
Assim, por meio das estatísticas do Campeonato Paulista, tentamos encontrar algo que possa explicar ou mesmo traduzir um pouco do que tem acontecido dentro de campo. A começar pelo desespero da equipe e a falta de calma para realizar as jogadas. O Verdão é quem mais cruza no campeonato. Média de 23 por duelo. Isso mostra que, na falta de opções, arrisca-se o jogo de bola aérea. Claro que gols podem sair a partir dessa alternativa, mas tal prática não pode ser regra.
Essa “deficiência” bate com as críticas que focam a falta de uma meia de criação no elenco. Alguém que pense o jogo, acalme o desespero do time, rode a bola e possa criar chances além de cruzamentos e lançamentos.
Outro dado que chama a atenção é a pequena quantidade de dribles. Foram apenas 18 em 12 jogos do Paulistão, é a pior equipe no quesito. O diagnóstico dessa estatística é um grupo que tem dificuldades para sair da marcação adversária e criar alternativas. Em outras palavras, não há individualidades ou jogadores habilidosos que consigam fazer a diferença sozinhos. Assim, quando o coletivo não funciona, ainda há a carência de peças que possam resolver.
Mais uma vez temos números que condizem com outra crítica, a de que a junção das contratações palmeirenses para essa temporada com a base montada no ano passado, não apresenta atletas acima da média e sim bons jogadores com potencial para formarem um grupo forte, o que até agora não aconteceu.
O fato é que já não há tempo para recuperar o que foi perdido, ou demolir para reconstruir. Paulista e Libertadores caminham para seus jogos decisivos e Cuca terá de inventar alguma coisa para dar outro rumo ao Palmeiras. Se não, caberá apenas replanejar para que Brasileiro e Copa do Brasil não sintam os efeitos deste início de ano.
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