Crefisa e Fam ainda não pagaram a parcela referente ao patrocínio na camisa palmeirense que venceu em 1º de março. O blog apurou que José Roberto Lamacchia e Leila Pereira, donos das duas empresas, esperam a assinatura de um aditivo contratual para efetuar o pagamento. Só que existem divergências entre as partes. Na próxima sexta, vence outra parcela.
O problema começou na derrota do alviverde para a Ferroviária por 2 a 1, pelo Campeonato Paulista. Naquele jogo, o time da capital colocou no lugar do nome dos jogadores a estampa do Avanti, seu programa de sócio-torcedor. Os patrocinadores se revoltaram por não terem sido consultados sobre a mudança na camisa, em relação a qual entendem que têm exclusividade.
A partir daí, o patrocínio deixou de ser pago até ser assinado um adendo contratual. Ele prevê, entre outras medidas, que Crefisa e Fam sejam consultadas com 48 horas de antecedência sobre alterações na camisa. As mudanças só poderão ser feitas com autorização dos parceiros. O objetivo é assegurar que os tamanhos e locais de exibição das marcas serão preservados.
O casal dono das duas empresas entende que o contrato anterior foi desrespeitado e que por isso pode suspender o pagamento. Mas promete à diretoria regularizar a situação assim que o adendo for assinado.
Só que o clube não concordou com parte das alterações propostas. As empresas, então, retiraram algumas cláusulas para atender ao Palmeiras, mas outras ainda estão em discussão, o que impediu a assinatura do novo acordo até agora.
Procurado pelo blog, Eduardo Rodrigues, funcionário da FAM que cuida dos dois patrocínios, disse que não poderia confirmar nem negar a suspensão do pagamento por decisão das empresas. Porém, confirmou que há demora para ser selado o acordo sobre o adendo. Ele deverá ter uma nova conversa nesta quarta com Maurício Percivalle Galiotte, vice-presidente do clube, sobre o assunto e acredita que o acerto está perto de sair.
Por sua vez, o Palmeiras não comenta assuntos referentes ao relacionamento com seus patrocinadores.
Entre os motivos do impasse estão o valor da multa exigida pelos parceiros caso eles não sejam consultados com 48 horas de antecedência sobre eventuais mudanças. O pedido inicial foi de uma penalização de pelo menos R$ 2 milhões, considerada alta pelo Palmeiras.
Outra discordância diz respeito à autorização também para camisetas comemorativas em caso de títulos. Na conquista da Copa do Brasil do ano passado, a Crefisa reclamou do tamanho que seu logo apareceu na camisa usada após a final com o Santos.
O Palmeiras, que tem um acordo com a Adidas sobre o material comemorativo, fez restrições em relação ao pedido.
Rodrigues confirma que esse é um dos pleitos dos patrocinadores. “Tem esse detalhe por causa da comemorativa da Copa do Brasil. O pedido é para que, nesse caso, sejam mantidos nossos patrocínios do tamanho que eles são e nos locais em que eles estão (na camisa de jogo), mas Palmeiras e Adidas têm liberdade para fazer o uniforme que bem entenderem. A única coisa é que queremos o direito de aprovar as nossas marcas. A gente sempre fala em aprovação das nossas marcas, não do layout das camisas. A Adidas pode fazer o que quiser, mas vamos querer nossas marcas bem aplicadas”, disse Rodrigues.
Outra exigência dos parceiros é receber 400 camisas do Palmeiras por ano, número que o representante dos patrocinadores considera abaixo da média do mercado.
Em reunião do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) do clube na última terça, a diretoria informou que nenhum dos pagamentos com vencimento no início de março foi feito pelos patrocinadores, o que atinge também a quantia usada para pagar os cerca de R$ 500 mil mensais de salários para Barrios. Porém, o acerto com o jogador foi feito normalmente.
O novo impasse aumenta o histórico de problemas entre os patrocinadores. Além da camisa festiva da Copa do Brasil, os empresários também se incomodaram por não serem convidados para a festa do título da competição e por não serem consultados sobre um modelo comemorativo com a marca da Parmalat, que acabou não sendo feito, entre outras queixas.
Descontentes, Lammachia e Leila, deixaram de ir aos jogos da equipe. Devem voltar só depois da assinatura do adendo.
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