O técnico Cuca venceu o Corinthians como jogador do Palmeiras no Campeonato Paulista 1992 (Foto: Acervo/Gazeta Press)
Cuca defendeu o Palmeiras como jogador durante apenas cinco meses, mas participou de três jogos contra o Corinthians. Há 24 anos, o então atacante ganhou um Derby e chegou a acertar a trave do arquirrival. Às 16 horas (de Brasília) de domingo, desta vez na condição de técnico, disputará o maior clássico da cidade novamente.
Após conquistar títulos por Grêmio e Internacional e passar pelo Real Valladolid, Cuca foi apresentado pelo Palmeiras em agosto de 1992 ao lado do também atacante Maurílio. Em uma das primeiras contratações da Era Parmalat, o atleta, dono de seu passe, fechou com o time alviverde até o fim da temporada por US$ 150 mil.
Ao lado de nomes como Mazinho, Tonhão e Zinho, Cuca jogou seu primeiro Derby em 18 de outubro de 1992. No Morumbi, o clássico terminou sem gols. “A partida, que prometia ser bastante disputada, teve um acúmulo de erros nos passes e só melhorou com a chuva do final da tarde”, avaliou o jornal A Gazeta Esportiva.
Com o Palmeiras na fila desde 1977, Cuca chegou durante a breve passagem pelo clube a comemorar gol levando a mão direita do ombro esquerdo ao lado oposto da cintura, como se estivesse colocando a faixa de campeão. Graças ao atacante, o clube venceu o Bragantino por 1 a 0 e avançou à segunda fase do Campeonato Paulista.
Os finalistas do Estadual de 1992 foram selecionados por meio de dois quadrangulares. O Palmeiras ficou na chave de Corinthians, Guarani e Mogi Mirim. Logo na primeira partida da segunda fase, disputada em 8 de novembro, a equipe alviverde bateu o arquirrival por 1 a 0 com gol de falta de Evair no Morumbi.
“Pintou a final”, manchetou A Gazeta Esportiva. Versátil, Cuca foi escalado pelo técnico Otacílio Gonçalves como segundo volante, mas passou a jogar mais adiantado no momento em que Daniel Frasson substituiu o meia Jean Carlo para atuar na cabeça de área. “A partir daí, nosso time cresceu e chegou ao triunfo”, disse o treinador na época.
No dia 29 de novembro, Cuca disputou o melhor Derby de sua carreira, apesar da derrota do Palmeiras. Um empate diante do já eliminado Corinthians bastava para garantir a vaga na decisão, mas César Sampaio perdeu um pênalti e a equipe alvinegra ganhou por 2 a 1 com gols de Viola e Nilson.
Superado no Morumbi, o time de Cuca avançou à final graças a Leto, autor do único gol do confronto entre Mogi Mirim e Guarani, disputado no mesmo dia. “Uma alegre derrota”, definiu A Gazeta Esportiva em alusão ao Derby. “O Corinthians venceu o clássico, mas nem isso tirou a alegria do Palmeiras”, resumiu o diário.
Cuca ganhou nota 7 na avaliação do jornal, a mais alta de sua equipe. “A apatia palmeirense, especialmente no segundo tempo, encontrou uma forte resistência em Cuca. Chutou uma bola na trave e teve uma chance ao entrar na área e bater cruzado”, relatou A Gazeta Esportiva.
Ao incluir Cuca na seleção da rodada do Campeonato Paulista, o diário voltou a elogiá-lo: “Continua sendo o jogador mais importante da equipe. De seus pés, nascem as boas jogadas.” Com a classificação para a final, o clima no vestiário palmeirense era festivo, mas nem todos estavam satisfeitos.
“O Corinthians deu dois ataques e marcou dois gols”, afirmou Cuca, preocupado com o futuro da equipe no torneio. “Apesar da classificação, estou com a cabeça quente, pois não podemos jogar dessa maneira. Caso contrário, não venceremos o São Paulo”, acrescentou.
O alerta do atacante não foi suficiente para impedir a derrota do Palmeiras diante do São Paulo de Telê Santana nas duas finais do Campeonato Paulista 1992 (4 x 2 e 2 x 1). Negociado com o Santos após sete gols em 24 partidas, Cuca acabou fora do time que encerrou o jejum de títulos ao ganhar o Estadual de 1993 sobre o Corinthians.
Palmeirense de coração, o ex-atacante participará do quarto Derby de sua carreira na tarde deste domingo, no Pacaembu. A rivalidade entre os dois clubes, ele conhece desde os tempos de jogador. “O coração aperta. Mexe com a cidade, a imprensa e a família”, disse o atual técnico, disposto a repetir o feito logrado na tarde de 8 de novembro de 1992.
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