Victor Luis reza e beija o símbolo do Palmeiras antes do início da partida contra o Mogi Mirim (Foto: Felipe Zito)
Minutos antes do início da partida entre Palmeiras e Mogi Mirim, no último domingo, Victor Luis se ajoelhou no gramado do estádio Vail Chaves. Após uma oração durante o rápido momento de fé, o lateral-esquerdo beijou o símbolo do clube alviverde e se levantou para fazer a estreia na temporada de 2016.
Formado nas categorias de base do Verdão, o jogador de 22 anos não havia sido inscrito para a primeira fase do Paulistão. Mas a lesão de Moisés (que se recupera de uma fratura no pé esquerdo e só volta ao time em junho) e a falta de um lateral-esquerdo de origem na última rodada da fase de grupo do torneio estadual (Egídio estava suspenso, e Zé Roberto havia sido vetado por desgaste) fizeram a diretoria palmeirense optar pela mudança na lista. Em campo, o atleta aproveitou o momento para repetir ritual e agradecer pela chance.
– Às vezes alguém pode achar que isso é forçado. Procuro me ajoelhar todas as vezes, pedir proteção. O beijo no símbolo é pelo amor que eu tenho por esse clube, que me ajuda muito. Eu torço pelo Palmeiras desde sempre. Não é só fazer uma partida pelo Palmeiras. Para mim, que sempre foi torcedor de ir ao jogo, essa coisa de beijar o símbolo é natural. Eu imagino o que o torcedor que está fora sente, e eu posso representar dentro de campo. É o amor por esse clube que sempre me fez bem – disse Victor Luis, nesta segunda-feira, na Academia de Futebol.
Novidade no time, Victor Luis teve uma atuação mediana. No segundo tempo, a falta de ritmo fez o atleta cair de produção. Mas, na primeira etapa, uma bola na trave em cobrança de falta da direita quase deixou a tarde do lateral-esquerdo ainda mais perfeita.
– Quando eu vi a bola indo em direção ao gol eu percebi que tinha pegado bem na bola. Eu treino isso no dia a dia. Eu treino, mesmo que seja sozinho. Tive a oportunidade, o Robinho me deu credibilidade e falou que eu ia fazer. Infelizmente parou na trave – afirmou o atleta.
No ano passado, o diretor de futebol Alexandre Mattos garantiu a reintegração de Victor Luis e Thiago Martins ao plantel palmeirense antes mesmo do fim da temporada. Depois de disputar a Série B do Campeonato Brasileiro de 2015 pelo Ceará, o lateral-esquerdo retornou ao Verdão mais preparado, mas ciente da grande concorrência.
– Disputar uma permanência por dois anos seguidos é muito difícil. Até brinco com meus que eu aprendi da pior maneira possível no futebol. Cresci muito lá no Ceará, profissionalmente e pessoalmente. Espero poder brigar por títulos esse ano – declarou.
– É bom ter concorrência na posição, isso não deixa ninguém se acomodar. Aqui dentro sempre teve disputa saudável. Quem sai torce por quem entra – completou o atleta.
Além de Victor Luis, Cuca conta atualmente com Zé Roberto e Egídio como opções para a lateral esquerda palmeirense. Mas, pelas primeiras escalações do treinador, a tendência é que a concorrência diminua, já que Zé Roberto vem sendo aproveitado no meio-campo.
Especulado em outros clubes no começo do ano, o lateral-esquerdo quer aproveitar a chance para ganhar mais a confiança da comissão técnica.
– Quem vem aqui no dia a dia sabe o quanto eu trabalho. Estava me esforçando para que quando aparecesse essa oportunidade eu pudesse aproveitar da melhor maneira possível. Fiquei feliz por essa reestreia. A temporada começou agora para mim. O Cuca é um excelente profissional, já tinha trabalhado contra ele em 2014. Todo mundo sempre falou bem dele. Hoje tenho essa oportunidade, ele acredita no meu trabalho e no da equipe inteira. Ele acreditou no projeto e veio para cá. Espero que ele possa tornar a equipe vencedora – acrescentou.
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