Coletiva de imprensa da Operação Cartão Vermelho ocorreu na manhã desta sexta-feira (Foto: GloboEsporte.com)
O Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, reforçou a necessidade de torcida única em clássicos e pediu o fim da promiscuidade entre clubes e organizadas. Para ele, o fato de os ingressos para torcida visitante serem repassados às uniformizadas nos duelos entre os quatro grandes clubes paulista é um problema que contribui com as constantes brigas entre torcedores.
– Os clubes entregam a carga visitante, antes de vender, para as organizadas. Essa promiscuidade tem de acabar. Estamos no caminho certo. A venda tem de ser online. Quem compra, tem de se cadastrar – afirmou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
O promotor do Ministério Público de São Paulo, Paulo Castilho, disse que já conversou com Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, e que a entidade, que havia se posicionado contra torcida única em clássicos em um primeiro momento, vai acatar à decisão das autoridades sem maiores contratempos.
– A torcida única é uma das medidas necessárias para que possamos combater a violência no futebol. Temos Santos e Corinthians na Vila Belmiro, são 200 torcedores visitantes, com carga destinada à organizada. Eles levam a tropa de frente, nem mulher, nem criança. Causam um custo muito grande ao Estado – explicou.
Castilho citou o nome da operação, batizada pelo Delegado-Geral da Polícia, Youssef Abou Chahin, como “Cartão Vermelho”, e falou em acontecimento histórico sobre o trabalho que terminou com 69 mandados em nove cidades – 32 de busca e apreensão, 37 de prisão – com 20 prisões preventivas e seis temporárias já concretizadas.
– Sabemos da relação que tem entre clubes e organizadas, eles dizem que é uma coisa deles, mas eu entendo como sendo reféns das torcidas organizadas. Nessa situação, tem de partir uma determinação da Secretaria de Segurança Pública e do Ministério Público. Vamos aplicar a lei, atuar, e vamos dar um cartão vermelho à violência – disse o promotor.
– Hoje temos um momento histórico, entendo como um divisor de águas. A torcida organizada tem de entender que não pode mais caminhar como está, com desordem, depredações e violência.
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