Pênaltis, rivalidade, torcida única... Prass abre o jogo antes de semifinal

22/4/2016 13:46

Pênaltis, rivalidade, torcida única... Prass abre o jogo antes de semifinal

Goleiro do Palmeiras não deseja decisão com o Santos nos pênaltis, mas se diz pronto para bater: "Estou mais calejado"; times buscam final do Paulista no domingo

Pênaltis, rivalidade, torcida única... Prass abre o jogo antes de semifinal

Fernando Prass, goleiro do Palmeiras (Foto: Felipe Zito)



Fernando Prass se acostumou a ser herói do Palmeiras. Seu ponto alto foi justamente em uma partida contra o Santos, adversário deste domingo, às 16h (horário de Brasília), na Vila Belmiro, por uma vaga na final do Campeonato Paulista.



Responsável pela cobrança de pênalti que deu o título da Copa do Brasil ao Verdão contra o rival da Baixada, ele espera que, desta vez, o confronto eliminatório se resolva no tempo normal.



– Com toda sinceridade do mundo, se pudesse escolher um resultado, seria uma vitória no tempo normal. Pode deixar o rótulo de herói para o Alecsandro, Vitor Hugo, Gabriel Jesus, para quem quiser. O importante é classificar para a final – disse o goleiro, em entrevista exclusiva.



No ano passado, Palmeiras e Santos se encontraram sete vezes, entre Paulista, Brasileiro e Copa do Brasil. O Peixe ganhou os quatro jogos na Vila Belmiro (três por 2x1, um por 1x0), enquanto o Verdão venceu os três em sua arena (um por 2x1 e dois por 1x0). Sempre um gol de diferença. Neste ano, pela primeira fase do estadual, ficaram no empate sem gols na casa alviverde. Um histórico muito equilibrado.

Fora de campo, a rivalidade também se intensificou, e os resultados de 2015 continuam ecoando em provocações. Lucas Lima, alvo de brincadeiras de palmeirenses pela má atuação na final da Copa do Brasil, postou mensagens ironizando a goleada do Verdão sofrida para o Água Santa e também a eliminação na Libertadores. Na última segunda, Dudu rebateu, dizendo que os santistas "estavam com tempo para falar besteira" por não estarem disputando o continental.



Experiente, Prass, que se envolveu em polêmicas com Ricardo Oliveira no ano passado, também comentou o assunto. Para ele, é natural que cada jogador tenha um estilo de se portar fora das quatro linhas.

– De repente, ele (Lucas Lima) até preferiria que o Palmeiras tivesse caído fora da competição. Porque é um time forte, que sempre chega. Cada um tem sua maneira, né? Tem gente mais irreverente, outros mais tranquilos, gente que gosta de agitar as coisas, acalmar. Cada um na sua.

Trabalho psicológico, evolução sob o comando de Cuca, decepção pela eliminação na Libertadores... Fernando Prass abriu o jogo nesta conversa com a reportagem do GloboEsporte.com. Abaixo, você lê a entrevista com o goleiro e ídolo palmeirense na íntegra.



GloboEsporte.com: Mais uma vez, o Palmeiras encontra o Santos em uma decisão. A rivalidade se acirrou muito desde o ano passado. Será mais um jogo tenso?



Fernando Prass: Os jogos têm sido rotineiramente tensos, disputados e muito equilibrados. Tanto que as duas decisões foram para os pênaltis. Infelizmente o regulamento do campeonato não permite dois Palmeiras x Santos como foram as finais, que foram grandes jogos. Seria muito mais interessante, até pela situação da torcida única. Acho que vai ficar um pouco triste essa semifinal. A tendência é que seja, até por ser um jogo único, muito tenso. O equilíbrio é grande. Sendo um jogo decisivo, a rivalidade e o nervosismo ficam à flor da pele. Temos de tomar cuidado porque essa parte é importantíssima para a decisão.







Como trabalhar a parte psicológica antes de um jogo assim, para que não atrapalhe?

Temos de conhecer o grupo. Tem grupos que você sente que precisam de uma palavra mais forte para entrar mais ligado, mais esperto. Em outros têm de dar uma segurada. Essa semana ganhamos tempo para pensar só no Santos. Fazia tempo que não tínhamos. Estávamos sempre dividindo as atenções, focando em uma competição e esquecendo a outra. Vamos ficar juntos aqui no CT, conversar sobre tudo isso e sentir o ambiente de cada um. Sem dúvida, o aspecto psicológico é fundamental. A parte técnica e tática você treina dentro de campo, é mais palpável.



Em um jogo assim, fica mais fácil perder a cabeça? Um jogador tenta controlar o outro?

Temos de ter cuidado com isso. É o equilíbrio emocional. Na hora de uma decisão, na adrenalina, lá dentro às vezes é um turbilhão de emoções. Um segundo que você não pensa, faz uma besteira. Não é garantia de que vá resolver, mas tem de ser pensado anteriormente. Essas situações têm de ser colocadas, para caso aconteçam, você não tomar um susto. Tem de estar pronto para dar uma respirada. Isso se trabalha ao longo da semana, para não chegar no jogo e cair nas armadilhas emocionais.



O que mudou do Palmeiras que ganhou a Copa do Brasil para o Palmeiras de agora?

Um novo treinador normalmente já muda muita coisa. O Cuca tem algumas ideias bem diferentes do Marcelo (Oliveira). O modo de treinamento, a maneira de ver futebol... Cada um tem suas particularidades. Mas falar o que mudou é difícil e acho que é dar arma pro adversário (risos). Eles estão vendo a gente todo dia na televisão, vendo nossos jogos no Paulista. E principalmente os da Libertadores, porque são jogos decisivos, como vai ser esse. Deixa a gente levar uma surpresa para eles.



Algum ponto do trabalho do Cuca já se destacou para vocês, jogadores?

A intensidade do trabalho. O Cuca é um cara muito intenso, e acho que isso já está se refletindo no trabalho. Nosso time comemora essa semana porque os jogos nos desgastam muito. Ganhamos um tempo para descansar e trabalhar.



Qual o tamanho da decepção pela eliminação na Libertadores? Foi a quebra de um projeto?

A decepção foi muito grande porque sabíamos que, mais do que o projeto, tínhamos condições de passar. Não passamos por erros nossos, óbvio. Mas serve de aprendizado. Eu sempre falo: a Libertadores, não é que você vai jogar um ano e vai ganhar. Você tem de aprender a jogar. Aprendemos algumas coisas nessa Libertadores que, de repente, não deu tempo de usar porque fomos desclassificados. Se tivéssemos passado de fase, estaríamos muito mais fortes e prontos para chegar. Joguei em 2013 com o Palmeiras. Agora joguei de novo em 2016. Ficamos dois anos fora. Só que não dá para contar, porque de 2013 só tem eu. Ano que vem temos de estar de novo na Libertadores, para entrarmos mais fortes e criarmos uma rotina. Essa é a vantagem de times de Argentina, Paraguai, Uruguai, Colômbia, têm. São praticamente os mesmos todo ano. No Brasil é o contrário, a alternância é grande.



O Palmeiras vem demonstrando evolução técnica. O Cuca diz que o campeonato para mostrar o trabalho é o Brasileirão. Após essas mudanças, o time já está pronto de novo para ser campeão, como foi ano passado?

Temos condições. Eu falava no ano passado, quando diziam que estávamos montando o time. Não estar pronto não significa que não esteja em condições de disputar o título. Chegamos entre os quatro (do Paulista). Agora é um jogo de mata-mata. Claro que o time não está em seu ponto ideal, mas dá para ser campeão.







Ser herói virou uma rotina para você no ano passado, no próprio Paulistão e também na Copa do Brasil. Acha que vai continuar assim?

Quando vai para os pênaltis, o goleiro fica em evidência. Normalmente quando o time vence o goleiro se destaca. Com toda sinceridade do mundo, se pudesse escolher um resultado, seria uma vitória no tempo normal. Pode deixar o rótulo de herói para o Alecsandro, Vitor Hugo, Gabriel Jesus, para quem quiser. O importante é classificar para a final.



Pretende bater pênalti de novo, se precisar?

Estou treinando. Aí vai depender do Cuca e dos batedores. Com certeza o Cuca vai colocar os cinco melhores para bater. Se eu estiver entre os cinco, beleza. Se tiver gente batendo melhor que eu, sem problema nenhum.



Desde o pênalti decisivo da Copa do Brasil, você aperfeiçoou mais as cobranças?

Agora tenho mais tempo de treino. Tudo o que você faz pela primeira vez é complicado. Dirigir um carro pela primeira vez, andar de bicicleta... Eu treinei muito pênalti. Nunca tinha pegado a bola em um jogo grande, com responsabilidade, torcida, o goleiro adversário... Eram situações novas. Agora não. Bati contra o Nacional (na pré-temporada) também. Não quer dizer que eu vá acertar porque acertei na primeira vez. Mas com certeza estou um pouco mais calejado.



O Lucas Lima, depois da derrota na Copa do Brasil, passou a provocar muito o Palmeiras pela internet, em momentos marcantes, como após a goleada para o Água Santa e a eliminação na Libertadores. Como o elenco recebe isso?

Vou ser sincero. Eu não tinha ficado sabendo disso. Fiquei sabendo porque me perguntaram depois do jogo contra o São Bernardo. O Palmeiras é um time muito grande, chama a atenção de todo mundo. É de se entender que o Palmeiras dá audiência. Querem ver a gente jogar, querem acompanhar. De repente, ele até preferiria que o Palmeiras tivesse caído fora da competição. Porque é um time forte, que sempre chega. Cada um tem sua maneira, né? Tem gente mais irreverente, outros mais tranquilos, gente que gosta de agitar as coisas, acalmar. Cada um na sua. O importante é que isso fique dentro de campo, que não extrapole as arquibancadas.



Acha que essas provocações podem estimular a violência?

Tenho receio pelo que estamos vivendo na nossa sociedade. Estamos numa sociedade meio maluca, perdendo noção de valores, conceitos. Vimos no último Palmeiras e Corinthians, o que aconteceu. Nós, que estamos dentro de campo, temos de cuidar para que não joguemos combustível nessa situação de violência.



Você lembra de ter jogado com torcida única? O que achou dessa decisão?

Acho que só estádio sem torcida, mas com torcida única, não me recordo. Na Vila são acho que nem 1.000 pessoas (no setor visitante), né? Sempre, por menor que seja, tem um barulho, você tem o seu torcedor do lado. Infelizmente chegou a uma situação que tomaram essa decisão. Não resolve nada, na minha opinião. Essas mortes não acontecem dentro do estádio e nem nos arredores. São longe, são brigas marcadas, combinadas. Isso não vai resolver de maneira nenhuma a situação da violência.



Para quando você projeta o Palmeiras no ponto ideal neste ano?

É difícil colocar um prazo. É tudo muito subjetivo, depende do que o Cuca vai conseguir passar e da velocidade do grupo em absorver. É como um aluno na escola. Tem uns que aprendem mais rápido, outros demoram mais. Acho que estamos conseguindo entender bem. Mesmo sem muitos treinos, tivemos mudanças táticas e situações que estamos conseguindo assimilar.





Goleiro ganhou status de herói após o título da Copa do Brasil (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)



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