Emprestado até dezembro, Gabriel fala da vontade de ficar no Palmeiras

24/4/2016 15:13

Emprestado até dezembro, Gabriel fala da vontade de ficar no Palmeiras

Emprestado até dezembro, Gabriel fala da vontade de ficar no Palmeiras

Poucos jogadores fizeram tanta falta na história recente do Palmeiras quanto Gabriel. A cirurgia no joelho esquerdo do volante, em agosto passado, culminou com uma queda drástica de desempenho do time. Coincidência ou não, o jogador de 23 anos voltou em 17 de março e o Verdão já acumula quatro vitórias e um empate nos últimos cinco jogos.



Em entrevista ao Blog, o paulista de Campinas falou de sua recuperação, da semifinal do estadual contra o Santos, dos duelos com Lucas Lima, da importância de Seedorf em sua carreira e também deu detalhes sobre sua situação contratual. Emprestado até dezembro, Gabriel ainda não foi procurado pelo Verdão. E o preço para mantê-lo é alto…



BLOG_ Depois que você se contundiu, em agosto, o Palmeiras caiu de rendimento, entrou em crise e contratou um monte de volantes. Fez tanta falta assim?

GABRIEL_ Nosso time estava muito certinho e vinha de uma sequência de sete vitórias em oito jogos quando me machuquei. A equipe sentiu minha falta, sim, até porque não tinha ninguém com minhas características. Mas sentiria com qualquer outro que se machucasse.



Como foram os sete meses e meio de recuperação da cirurgia no joelho esquerdo?

Foram complicados. Eu estava muito bem, então, é o tipo da coisa que não se espera. Mas felizmente passou e estou me sentindo 100% tanto física quanto tecnicamente.



Você estava recuperado desde fevereiro, mas só reestreou no dia 17 de março. Ficou com medo de não voltar?

Fiquei angustiado, porque fui relacionado para o jogo contra o Capivariano (em 6 de março) e, apesar de o time estar ganhando por 3 a 1, com um jogador a mais, o Marcelo Oliveira não me colocou. Depois, nem fui para o banco e percebi que estava perdendo espaço. Aí, chegou o Cuca e logo na estreia me escalou, contra o Nacional.



O que fez para ocupar o tempo durante a recuperação?

Eu nunca conseguia ver muitos jogos. Então, assisti aos jogos de fora, para saber o que fazem de diferente lá em relação à tática. As equipes jogam muito próximas, com as linhas bem compactas. Não vejo o volante correndo tanto, como aqui. Procuro passar isso ao time.



Em quem se inspira?

Gosto muito do futebol do Vidal, pela qualidade e competitividade dele. Agora no Bayern de Munique ou em qualquer time em que jogou, é muito difícil vê-lo perder um jogo, porque o cara batalha. Também tento ser voluntarioso.



Conseguiu estudar também?

Comecei a fazer um curso de inglês. Não sabia nada e acabei o primeiro nível. Falar inglês será uma mão na roda se eu sair do Palmeiras e for para o exterior. Também queria aprender porque adoro NBA, NFL…



Você está emprestado ao Palmeiras até dezembro. Há negociação para comprá-lo?

Quero muito ficar, mas ainda não me procuraram. Não chega a preocupar, pois acredito que a diretoria do Palmeiras gosta de mim e deve estar esperando as coisas se assentarem.



Mas o Palmeiras já perdeu o primeiro prazo, de 2015.

Imagino que seja porque eu estava machucado. Estou emprestado pelo Monte Azul, que tem uma parceria com meus empresários. Se o Palmeiras tivesse me comprado no ano passado, custaria 3 milhões de euros por 100% dos direitos. Agora, são 4 milhões de euros.



Passa pela sua cabeça iniciar 2017 em outro time brasileiro?

Não, não passa. Penso totalmente aqui, porque estou feliz, gosto da turma, os torcedores têm carinho por mim. Meu projeto é crescer e ganhar vários títulos. De fora, vi o quanto é bom ser campeão com a conquista da Copa do Brasil.



Você já tem cidadania italiana. Pintou proposta de fora?

Tive uma da Udinese, mas foi em 2013, quando ainda jogava no Botafogo. Aqui no Palmeiras, não. Até porque joguei uns sete meses e me machuquei. Se tivesse me mantido em ação, apareceria algo, mas isso não quer dizer que eu sairia.



O Seedorf é seu empresário?

Eu sei que ele trabalhava com o pessoal da OTB, que me representa. Na época em que jogava no Botafogo, eu queria um tratamento mais específico e o pessoal da OTB me consultou. Fui perguntar ao Seedorf e ele disse que eu gostaria.



Mas o Seedorf continua atuando na OTB?

Não sei, imagino que sim. Sei que ele continua empregado no Milan e tem de ir ao clube todo dia. Sou muito grato a tudo o que aprendi com o Seedorf, tanto que mantenho contato até hoje. Três semanas atrás, foi aniversário dele e nos falamos.



Em que o Seedorf o ajudou como atleta?

Ele é extremamente inteligente e organizado. Não aceitava uma cadeira fora do lugar, fruto de dez anos no Milan, no Real Madrid… Foi o Botafogo quem se adaptou a ele e não o contrário. E foi tão bom que levamos o Botafogo à Libertadores.



O Santos não perde na Vila Belmiro há 25 jogos. Qual a chance do Palmeiras hoje?

Acho que são 50% para cada lado, porque são duas grandes equipes. Eles também sabem que não terão vida fácil contra o Palmeiras. Precisamos ser inteligentes, porque eles criam bastante, mas também dão espaço. E o empate leva a decisão para os pênaltis.



Qual a receita para parar o Lucas Lima?

Eu jogava contra ele desde a época do Paulínia, quando o Lucas defendia a Inter de Limeira. Nós subimos da Série B para a Série A-3 do Paulista no mesmo ano. E, desde aquela época, eu dava umas chegadas nele. Forte, mas na bola.



Qual foi o meia mais difícil que você já marcou?

Sempre falo do D’Alessandro. Ele dá muito trabalho, porque protege bem, é chato, incomoda… Parece que esconde a bola, não se importa com o contato físico. O Valdivia é parecido.



Você sempre fala do seu pai, o Edmilson. Qual o papel dele na sua vida de jogador?

Ele e minha mãe tiveram uma influência enorme. Sempre gostaram de futebol, me puseram na escolinha, levavam nos jogos. Com isso, cresci com o sonho de virar jogador.



E seu pai é corneta mesmo?

Muito. Ele não deixa que eu me acomode. Depois da vitória por 4 a 0 sobre o River Plate-URU, na Libertadores, fui para casa achando que tinha jogado bem. Mas ele falou que faltou pressionar o homem da bola, subir a marcação. Como ele jogou, tem uma visão crítica.



Não se tem notícia de você em baladas, que tenha arranjado confusão ou coisa do tipo. Nunca viveu fase de bad boy?

Sempre fui muito família. Nem quando tinha 18 para 19 anos e havia ido morar no Rio, para a base do Botafogo, gostava da noite. Vi vários moleques bons, que abusavam, ficarem pelo caminho. Só para se ter uma ideia: eu morava com mais uns 15 na concentração e apenas eu estou jogando hoje no Brasil.



Como foi parar no Paulínia?

Cheguei a jogar na Ponte Preta antes de entrar para o Paulínia, com 13 anos. Era um projeto legal, que realizou uma peneira no interior e reuniu meninos bons, como o Dodô, da Inter de Milão, e o Fabinho, lateral-direito do Monaco. Fomos vice-campeões paulistas sub-17, tirando São Paulo e Palmeiras.



Era nessa época que você tinha fama de artilheiro?

Fiz 17 gols nesse Paulista, enquanto o artilheiro teve 22. Eu jogava como segundo volante e chutava muito de fora da área. Também batia os pênaltis. Fiz gol em todos os grandes e acabei tendo uma proposta para jogar no Internacional.



E por que foi ao Botafogo?

O Paulínia era do mesmo grupo do Botafogo na Copa São Paulo de juniores de 2011 e ficou interessado em mim. Cheguei para jogar na base ao lado de outros meninos como o Vitinho (hoje no Inter). Acabamos ganhando o Carioca depois de 11 anos sem título do Botafogo.



Você passou muitos apuros por falta de dinheiro no profissional. Como foi na base?

Difícil. Ganhava R$ 1.500, isso quando pagavam. Mas o pior foi no começo. Cheguei ao alojamento e no dia seguinte já tinha que estar às 9h da manhã no treino em Niterói. O problema era que ficávamos em Marechal Hermes, perto de Bangu. Tinha de atravessar o Rio de Janeiro inteiro e eu não conhecia absolutamente nada.



E como resolveu?

Cinco moleques da minha categoria tinham carro e rachavam os custos. Eu não caberia no carro. Minha sorte foi que o Jácomo, que chegou a jogar em Portugal, foi muito bacana comigo e abriu mão de ir de carro para me fazer companhia. Levantávamos às 5h, pegávamos o trem às 5h15 e chegávamos a Niterói 2h30 depois.



E nunca pensou em desistir do futebol, após gastar cinco horas por dia de deslocamento?

Não, nunca. Fiquei quase um ano perdendo cinco horas por dia no trânsito. Era uma batida cansativa, mas não dava para pensar em parar. Para quem havia começado no Paulínia, eu me sentia bem perto do meu sonho depois que me mudei para o Botafogo.



Foi o Oswaldo de Oliveira quem subiu você, né?

Sim, no começo de 2012. Passei a jogar em julho e minha estreia como titular foi curiosa. Do nada, me pouparam de um treino. Fiquei chateado, porque imaginei que nunca iria jogar desse jeito. Aí, o Oswaldo me chamou e disse que eu seria titular: vencemos o Coritiba por 2 a 0 no Engenhão e acabei virando titular para sempre.



Você acabou barrando o Renato, que é titular absoluto do Santos e seu adversário hoje.

Passei a jogar com o Marcelo Mattos. Nos jogos contra os pequenos, eu virava primeiro volante e o Renato era o segundo.



Ainda fala com o Renato?

Nessa semana, por causa do jogo, não nos falamos. Mas vou bater papo com ele depois da partida. É um cara que gosto muito e tenho como espelho.



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57297 visitas - Fonte: Blog do Jorge Nicola

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