Mendieta pediu desculpa após a comemoração polêmica na quarta (Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press)
Mendieta havia acabado de marcar o gol que abriu caminho para a vitória do Palmeiras sobre o Sampaio Corrêa e poderia estar sendo ovacionado pela torcida, mas se assustou com as ofensas que ouviu ao cobrar uma falta próxima ao alambrado do Pacaembu.
Foi o suficiente para que o paraguaio, titular mais uma vez no jogo contra o Vitória, às 18h30 deste domingo, no Pituaçu, se arrependesse de comemorar pedindo silêncio aos torcedores alviverdes.
Se os alvos do “cala a boca” eram só três ou quatro, segundo o camisa 8, o grupo que o xingou no lance seguinte tinha mais de uma dezena de pessoas. Depois do jogo, enquanto dava entrevista, ele ouviu novos gritos pouco educados.
Fora as redes sociais que ficaram lotadas de reclamações. Uma boa maneira para perceber o peso de cada gesto dentro do Palmeiras.
– Um jogador com a cabeça quente às vezes não pensa, eu reconheço que fui mal. Mas não foi para a torcida do Palmeiras, que eu respeito muito, é única e apoia a todo tempo. Peço desculpas para quem entendeu assim. Agora tenho que pensar bem para fazer alguma coisa, porque é ruim todo mundo falando mal, xingando. Minha família fica preocupada – disse o jogador, em entrevista ao LANCE!Net.
O fato o fez lembrar de um episódio ruim no Paraguai. Derrotado por 5 a 3 para o Tigre (ARG) e eliminado em casa ainda na fase de grupos da Libertadores, o Libertad (PAR) revoltou sua torcida em abril de 2013. Mendieta foi um dos alvos na saída do estádio em Assunção.
– Os torcedores passam pelo estacionamento na hora da saída. Quando vi, um grandão estava vindo para cima de mim: “Ei, Mendieta...” e fez assim (simula uma peitada). Eu estava com minha filha, não podia partir para a briga – contou ele, que viu o colega Velázquez, que chegou a ser alvo do Palmeiras, ir às vias de fato com um torcedor.
Para não reviver situações como essa, o meia quer se firmar na ausência de Valdivia, que pode nem voltar ao Verdão depois da Copa.
– Desde que vim para o Palmeiras, é a minha melhor fase. Agora estou com mais responsabilidade, porque o Valdivia não está e tenho que fazer a criação. Mas estou tranquilo, com bastante moral para fazer bem as coisas – completou.
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Por que você comemorou pedindo silêncio à torcida na quarta?
Sempre quando estou jogando e caio daquele lado, eles sempre estão xingando. Quando perco uma bola ou erro um passe, sempre escuto ou vejo que estão xingando. Fico um pouco nervoso. Como fiz um gol importante para a classificação, a raiva me tomou e por isso fiz o festejo.
E como foi a repercussão?
A verdade é que após este festejo ouvi muitos comentários xingando. Mas falei que foi para algumas pessoas que estavam xingando desde o começo, não só contra o Sampaio Corrêa, em outros jogos também.
Agora titular e sem Valdivia no time, como você prefere jogar?
Na criação. Como falamos no Paraguai, de 10. É importante quando um treinador mostra confiança. Tenho que fazer meu trabalho e mostrar. Cada jogo é uma prova para mostrar porque vim ao Palmeiras.
Você disse viver sua melhor fase. Sonha com a seleção paraguaia?
Estava bastante esperançoso para ser chamado para este último amistoso, mas fico tranquilo. Sempre penso que primeiro tenho que fazer bem as coisas no clube, mas o meu sonho é jogar pelo meu país.
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