18/5/2016 18:23

Tremei, rivais

Fiquei semanas sem notar rouquidão na minha voz, mas ela está de volta.



É difícil não romantizar o futebol. Somos torcedores passionais e a racionalidade pouco aparece quando se trata do Palmeiras. Afinal, o que tem de racional em acreditar que dois gols podem vir em menos de três minutos, diante de gritos de eliminado, dos pés e cabeça de quem não esperamos? Nada! E foi exatamente nada o que restou daqueles dias de ressaca, já que ali, na comemoração de Cuca, havia um sinal de bom presságio.



As olheiras da noite que nos faltou, o silêncio das desculpas que tentamos encontrar, deram lugar ao compasso de um coração que bate pelo que está por vir. Sempre bate. E sempre vem.



Acontece que existe algo nessa rotina angustiante de não ter o verde e branco para quebrar a semana. Quebrar o tédio, a impaciência e o nervosismo de dias que só a fragmentação das emoções, durante os 90 minutos, é capaz de curar. Quando o futebol respira, ele nos faz respirar também.



Quando o Palmeiras entra em campo, nos tornamos cada vez mais imponentes. Porque ele existe. Entenda, não é porque ele compete. É porque existe.



Durante os dias sem o Palmeiras, nossos olhos buscaram incessantemente por bons sinais. Sinais que se fizeram presentes no último sábado, na nossa casa, quando nós torcedores nos sentíamos incapazes de sentar diante daquele toque de bola envolvente.



Veja, um piscar de olhos ou um comentário sem compromisso ao irmão ao lado poderiam te fazer perder a maestria do toque de bola de um camisa 10 que esperamos por meses, a velocidade da nossa promessa, que em meio a Lennys, Keirrisons e Pedrinhos, se tornou realidade. A corneta, que quase soou com a chegada do menino Roger Guedes, foi definitivamente silenciada pelos aplausos da sua dedicação em campo. Da entrega ao manto da Sociedade Esportiva Palmeiras.



Isso é o que somos. A entrega.



Às mãos de nossos arqueiros, aos pés de nossos velocistas e na precisão de um camisa 10, entrego-lhes a minha devoção. Palmo 19:14



Mas vamos ao que importa...



O que esperamos do Campeonato Brasileiro este ano? O CAMPEONATO, ÓBVIO.



1. Gols de bola parada



No Campeonato Paulista de 2015 havia algo diferente naquele time, existia uma certeza de que em algum lançamento na área, a cabeçada certeira seria caixa. O motivo? Time alto!



A importância de um time alto? NÃO TOMAR GOL IDIOTA EM BOLA AÉREA! 47 do segundo tempo, segundos para o apito final, escanteio para o Palmeiras: respiramos novamente.



Sim, oportunidade de gol. É simples: time com toque de bola rápido e jogadores com habilidades individuais conseguem muitas faltas. Jogadores altos compõe o ataque em bolas áreas. Bem, aí é só preparar a garganta para o gol.



Nós voltamos a ter um time alto, mesmo que alguns ainda estejam no banco.

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2. Habilidade individual



Um time campeão conta com peças individuais que têm habilidades que diferem do resto do time. Em alguns jogos a bola não entra, o passe não sai e o Prass até cobra tiro de meta pra fora. Mas um drible sempre será um drible. Um chute de fora da área sempre será a explosão que a torcida espera para zoar o amiguinho agradecer aos Deuses do futebol.

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3. Toques rápidos – MAS TEM QUE ACERTAR, NÉ?



Não basta ser rápido, tem que ser preciso. Será que podemos jogar essa expectativa em cima do Cleiton Xavier, como camisa 10, e do Tchê Tchê quase como um segundo armador? Sim! Precisão à longa distância + velocidade.



Motivo? Nosso novo jogador tem a base do Audax, sem se limitar a uma posição fixa, trazendo a velocidade de transição justamente por não precisar de muito tempo entre receber a bola e fazer o passe.



Sobre o passe do nosso camisa 10? Aquilo é o que um atacante chama de presente.





O que aprendemos com os anos anteriores? QUE É SÓ FAZER TUDO DIFERENTE DO QUE FIZEMOS.



1. Perder ponto para times menores é algo que, independente da nossa vontade, o Palmeiras vai fazer.





2. Ninguém pode subestimar o peso da nossa camisa.

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3. Um time sem banco não consegue manter a regularidade no campeonato.





4. Não se pode perder jogos dentro de casa





5. Chegar no Z-4 é mais fácil do que parece e acreditar que “sempre dá tempo”, é ilusão.





Não subestimar o Palmeiras x Não se empolgar demais



Há quando tempo vocês não assistiam algo parecido com isso? Eu nem lembro qual foi a última vez. A única coisa que sei, é que não consegui ficar nem 1 minuto sentada na arquibancada.



Agora, não se empolgar demais?



São 38 rodadas. Torcer para o Palmeiras é sempre aquela montanha-russa de emoções, tudo pode acontecer em um dia ruim.



O nosso irmão de arquibancada Fernando Cesarotti, do Corneta & Amendoim, escreveu justamente sobre isso. Basta clicar para baixar a adrenalina, se quiser.



Empolgando ou não, o nosso coração continua acreditando que dessa vez será diferente



A gente sempre diz que vai ser diferente e, mesmo quando não é, ainda é. A diferença está no fato de que o nosso amor só cresce, de que nossa torcida permanece unida e de que o estádio nunca se faz vazio, mesmo que seja pra sentir a dor de uma derrota.



Ninguém nunca ouvirá da minha boca que o Palmeiras vai perder uma partida e espero que não escutem isso de vocês também. Se alguém tem que acreditar no título, somos nós. E que nos chamem de exagerados, apaixonados e iludidos. O que não somos é prepotentes. A gente crê na camisa que pesa nas costas, na lágrima do jogador que sai machucado de campo, na torcida que não para de cantar e no atacante exaltando o nosso escudo. Com fibra. Com garra. Nunca foi fácil, não será agora. Mas seremos um, nós e o Palmeiras. Porque nunca fugimos da luta. Da dureza do prélio.



Acreditamos que tem que ser nosso, então será.



Se eu tenho certeza? A certeza a gente cria em campo, jogo após jogo. Estamos nas finais. Nossas finais. Torcida, time e clube, com essa única certeza. A de que faremos o nosso melhor.



Quer saber? Solta o som do Tchê che rê rê Tchê Tchê, porque eu só tenho uma coisa para dizer a vocês: EMPOLGOU.

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24393 visitas - Fonte: ESPN FC

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