Gilson Kleina deixou o Palmeiras em maio de 2014
Gilson Kleina caiu com o Palmeiras em 2012, mas ficou para levar o time alviverde de volta à primeira divisão no ano seguinte. Então, fala com propriedade quando compara a queda à Série B à frente do clube com "sair da guerra e ir para a prisão". Foi o que disse o treinador em entrevista ao ESPN.com.br.
"Alguns fatos nunca tinha passado, não tinha noção do que era um rebaixamento com uma equipe como o Palmeiras. Precisávamos ganhar 10 jogos para ficar na primeira divisão. Depois do jogo em que caímos, parecia que tínhamos sido transportados de uma situação de guerra para uma prisão. A gente foi escoltado pela polícia até o centro de treinamentos, torcedores revoltados e mensagens que recebemos", contou o técnico.
Atualmente no Coritiba, Kleina ficou no Palmeiras entre 2012 e 2014, faturando o troféu da segunda divisão de 2013. Passou, posteriormente, por Bahia e Avaí.
Uma das frases mais famosas ditas pelo treinador quando dirigiu o Palmeiras foi, inclusive, um dos marcos de sua passagem e explica bem o que é a pressão de treinar a equipe do Palestra Itália.
"Essa frase: ‘Trabalhar no Palmeiras é como morar em Israel. Ao primeiro toque da sirene, você já tem que ficar alerta para ver o que vai acontecer', repercutiu muito. O que quis dizer que o povo de Israel está preparado para tudo, para se proteger de alguma maneira. O Palmeiras não é diferente, um time de ponta e que precisa trabalhar para conquistas. Se alguma coisa não acontece precisa estar preparado para resolver na hora, sem protelar", explicou o comandante.
Kleina elaborou cartilha anti-lesão para Valdivia
"Fiz essa analogia, ou combate ou vai sofrer as bombas, ou seja, a pressão. Eu amadureci muito nesse período com as experiências. Mas tenho que agradecer que me deram tempo para resgatar o Palmeiras e voltarmos para Série A do Brasileiro. Fizemos um trabalho muito difícil neste ano, saíram muitos jogadores, lembro que começamos 2013 com poucos jogadores", afirmou.
O treinador também lembra da experiência de dirigir o clube na Copa Libertadores.
"Infelizmente fomos eliminados dentro do Pacaembu. Na Libertadores contra o Tijuana era horrível o gramado sintético, tivemos que jogar de tênis de society (risos)", contou Kleina.
"Colocamos muitos garotos que nunca tinham tido sequência, eram excelentes jogadores, mas muitos jovens ainda e conseguimos classificar na primeira fase em primeiro na Libertadores. Fizemos uma Série B muito tranquila e subimos com muita antecedência", acrescentou.
Em 2014, Kleina foi demitido depois de alguns resultados negativos, como derrota para o Sampaio Corrêa, pela Copa do Brasil.
Gilson Kleina comanda o Coritiba
"Infelizmente perdemos o zagueiro Henrique e o Alan Kardec, que foi a nossa grande perda. Naquele momento o Valdívia estava na seleção chilena para a copa e eram nossos jogadores diferenciados. Ficamos sem quatro jogadores contra o Ituano no Paulista e acabamos derrotados. Sou muito grato ao período em que passei por lá", relembrou o comandante.
Kleina também falou à reportagem que quase contratou o meia Alex, que preferiu encerrar a carreira pelo Coritiba.
"Eu trabalhei na base com o Alex no Coritiba, sou padrinho de casamento dele junto com a minha esposa. Além de ser o melhor jogador revelado pelo clube nos últimos anos é um homem sensacional, com muitos valores também. O Paulo Nobre, Brunoro e eu tentamos trazê-lo ao Palmeiras assim que ele saiu do Fenerbahce, mas ele foi muito transparente", prosseguiu.
"Na cabeça dele estava tudo programado que a despedia dele seria com o camisa do Coritiba, clube em que ele iniciou a carreira. Não pudemos levar um grande jogador, mas ele deixou muito claro que tinha dado sua palavra, agradeceu o convite e jogou mais dois anos lá. É um cara sensacional, de uma índole ótima e conhece muito de futebol", finalizou Gilson Kleina.
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