Há exatos 20 anos, o Brasil via um time praticamente imbatível ganhar o único título daquele que seria uma das melhores equipes da história do Palmeiras e do futebol brasileiro.
Velloso; Cafu, Cleber, Sandro e Junior, Amaral e Conceição, Rivaldo e Djalminha, Muller e Luizão. Muito talento e técnica em campo comandado por um técnico no auge: Vanderlei Luxemburgo. A campanha não foi invicta - o Palmeiras perdeu de 1x0 para o Guarani, já com o título em mãos. Em compensação, as goleadas - 7x1 no Novorizontino, 4x1 no Juventus, 8x0 no Botafogo e um massacrante 6x0 no Santos, na Vila - tornaram a equipe inesquecível.
O Palmeiras de 1996 foi mais uma equipe da década de 1990 a coroar o 4-4-2 “à brasileira”, com 2 atacantes, 2 meias centrais no papel de armação e 2 volantes com pegada defensiva para cobrir laterais. O sucesso desse modelo no Brasil, não apenas no Palmeiras, mas em quase todo o período entre 1990 e 2005 foi tão forte que até hoje, 20 anos depois, o “4-4-2” ainda é pedido por muitos torcedores
Havia detalhes que hoje não são tão lembrados, e o mais importante deles era Rivaldo: móvel ponta-esquerda em 1994, Luxa jogou a ideia do camisa 11 jogar mais recuado, fazendo um “vai-e-vém” entre defesa e ataque. O futebol mudou MUITO de lá pra cá, mas é possível comparar com o que Renato Augusto fez no Corinthians: um “box-to-box” que defendia sem a bola e ajudava a construir as jogadas com ela, entrando na área sempre.
Esse suporte defensivo dava liberdade total para Djalminha, Muller e Luizão e os laterais, responsáveis pelas jogadas mais treinadas da equipe: Rivaldo recebia, escorava em Muller e o camisa 7 dava um tapa para Júnior, que entrava na linha de fundo sozinho e cruzava. Vendo os jogos, é possível perceber como aquele time fazia gols de cabeça e em cruzamentos, sempre com Cafu e Muller recebendo e muita gente entrando na área.
A história de como esse time surgiu é um perfeito reflexo da década de 1990 no Brasil: o "encaixe" ideal de tantos talentos aconteceu até que rápido, na pré-temporada. O 6x1no Borussia Dortmund deu confiança e o ritmo físico, principalmente dos laterais e de Rivaldo, ia evoluindo jogo após jogo.
Tudo pensado e planejado por Luxemburgo, "midas" do futebol na época e que saiu do Palmeiras no mesmo ano. Na Copa do Brasil, o desfalque de Muller na partida final pesou, e o Cruzeiro de Levir Culpi levou o título.
Ao todo, 102 gols marcados, 19 sofridos, 27 vitórias, 2 empates e 1 derrota - aproveitamento recorde de 92,2%, o maior da era profissional do futebol paulista. Um time para ver e relembrar.
10536 visitas - Fonte: Globo Esporte