Prass comemora vitória, mas lamenta episódios de violência: 'É o fim do país'

Goleiro do Palmeiras celebra os 2 a 1 sobre o Flamengo, mas faz duras críticas à atual situação do Brasil dentro e fora dos estádios

Fernando Prass demonstrou revolta com a violência no Brasil, dentro e fora do futebol (Foto: Divulgação/Agência Palmeiras).



O elenco do Palmeiras tinha tudo para voltar de Brasília apenas com sentimentos positivos, após bater o Flamengo por 2 a 1, como visitante, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. O goleiro Fernando Prass, inclusive, chegou a comentar, à TV Globo, o resultado obtido pelos gols de Gabriel Jesus e Jean (Alan Patrick descontou), que valeu a presença da equipe no G-4, e já mostrou expectativa para o clássico contra o Corinthians, no próximo domingo (12).



“É cedo ainda (para comemorar a posição na tabela), o campeonato ainda está muito no início. Dá uma tranquilidade a mais, mas o importante nem é a questão do G-4, é a pontuação (12 pontos). Nós vínhamos de 100% em casa e conseguimos o que estávamos querendo, buscar pontos fora. Agora temos mais um passo (a buscar), que é vencer fora e em casa, um clássico difícil, mais um concorrente direto, o terceiro seguido que a gente pega. Jogando em casa, vamos ter o apoio da nossa torcida, é torcida única, infelizmente, mas a gente vai descansar e trabalhar, que vai ser bom para a gente”.



A nota triste do duelo ficou por conta de um enfrentamento de torcedores das duas equipes nos corredores do Estádio Mané Garrincha, que resultou na utilização de gás de pimenta por parte da polícia para conter a confusão. Demonstrando revolta, o camisa 1 do Verdão lembrou do estupro coletivo sofrido por uma jovem de 16 anos e também de uma ação militar que resultou na morte de um garoto menor de idade, que havia cometido o furto de um veículo de dentro de um condomínio.



“Não é o futebol (o único que sofre com episódios de violência), é o nosso país que está assim. A gente viu o que aconteceu na outra semana, no Rio de Janeiro, com a menina, e agora, em São Paulo, com um garoto de dez anos. É o fim do país uma criança de dez anos ser morta pela polícia, independentemente da versão, quer ela estivesse armada ou não, não sei qual é a pior”.



Fernando Prass aproveitou ainda para dar sua opinião a respeito da regulamentação estadual que proíbe, em São Paulo, a presença da torcida visitante em clássicos, a exemplo do que ocorrerá no domingo. No Allianz Parque, só serão permitidos fãs do Palmeiras, sendo vetados torcedores do Corinthians. O arqueiro criticou a medida e pediu uma atuação mais significativa do poder público.



“Tem que ter um caminho (para os clássicos voltarem a ter duas torcidas). Leis mais rígidas, que criminalizem mais esses atos dentro do futebol, porque todo mundo sabe quem é que faz, quem participa (das confusões em estádios). É tão bonito a gente ver as torcidas misturadas como tivemos aqui hoje (domingo), mas é impensável. A torcida única não é solução para nada, é só um paliativo. Mas ainda assim, na minha visão, as brigas estão acontecendo a caminho do estádio, dentro do estádio, praticamente não tem confusão”.