Os primeiros dérbis a gente nunca esquece

7/6/2016 18:31

Os primeiros dérbis a gente nunca esquece

Os primeiros dérbis a gente nunca esquece

Em pé: Martorelli, Márcio, Diogo, Bacharel, Lino e Denys; agachados: Jorginho, Edu, Edmar, Mendonça e Éder. Minutos depois, esse time seria assaltado contra o Corinthians

1986 é o ano da segunda Copa do Mundo do México, do trauma dos pênaltis, da derrota para a Inter de Limeira, da camisa do Palmeiras com patrocínio da Galeria Pagé. Eu tinha oito anos e foi naquela temporada, estimulado pelo Mundial e pela ótima campanha do Verdão no Paulistão, que o vírus do futebol se apossou definitivamente de mim.



Sabia pouca coisa então. Sabia que o Palmeiras estava "na fila", como meu tio são-paulino insistia em dizer. Sabia que nosso time, apesar de tudo, tinha uma história gloriosa. E sabia que, apesar desse tio chato e dos títulos conquistados pelo time de três cores, o adversário que devíamos odiar mesmo era o Corinthians. E desde aquele ano, o jogo que me fazia perder a cabeça durante toda a semana.



E aquela foi uma temporada pródiga em dérbis. No Paulistão foram quatro, com três vitórias nossas e uma deles, extremamente contestável, como veremos abaixo. No primeiro turno, em 27 de abril, a menos lembrada dessas vitórias, por 2 a 0, gols de Mendonça e Mirandinha. No returno, dia 3 de agosto, um massacre: 5 a 1, com dois gols de Edmar, um do eterno xerife Vagner Bacharel, um de Edu Manga e outro de Mirandinha. Foi um jogo marcante especialmente porque, uma semana antes, tínhamos levado também 5 a 1 do SPFC, para delírio do meu tio citado acima.







Pelo regulamento, avançavam à semifinal os campeões de cada turno e os dois times de melhor campanha. O Santos venceu a primeira parte, a Inter de Limeira a segunda, e os dois grandes rivais da capital ficaram com as vagas por índice técnico. E foram escalados para a semifinal, em dois jogos.



No domingo, dia 24 de agosto, apenas três semanas depois do 5 a 1, o Morumbi viu um dos maiores assaltos da história do futebol brasileiro. Sabe o pênalti do Cesar Martins Suárez domingo? Pois o Edvaldo, zagueiro deles naquele dia, fez uma defesa parecida - e o juizão só deu escanteio. No primeiro tempo, Vagner marcou gol legítimo e o árbitro anulou, num lance em que nenhum alvinegro tinha sequer reclamado.



No fim, Edu acabou expulso e eles ainda acharam um gol, com Cristóvão (o Borges, hoje técnico), num lance em que o lateral Edson "Abobrão", que anos depois jogaria com a nossa 10, estaria impedido no começo da jogada (não me parece no vídeo abaixo, mas os caras reclamaram muito).







Foram três dias de caos e psicopatia nas alamedas do Palestra Itália, com trocas de farpas entre dirigentes, torcedores reclamando de "diretoria que não age nos bastidores" (qualquer semelhança com 30 anos depois não é mera coincidência) e o técnico Carbone tendo um trabalho danado para manter o time nos eixos. Pelo regulamento, o Palmeiras teria de vencer por qualquer placar o segundo jogo para forçar uma prorrogação - na qual teria a vantagem do empate.



A tensão marcou a noite daquela quarta, 27 de agosto. Teve briga até pelo banco de reservas dos mandantes, o que atrasou o jogo. Após muita pressão, o gol salvador foi marcado por Mirandinha, com o joelho esquerdo, aos 42 minutos do segundo tempo. O cearense Mirandinha, tido por "fominha" como parte da torcida e da comissão técnica, disputava a camisa 9 com Edmar, sem que Carbone nunca tenha cravado quem era o titular, mas o fato é que, naquele dia, ele só entrou na etapa final para decidir a parada.



Na prorrogação, o Palmeiras selou a classificação com requintes de crueldade. Mirandinha marcou mais um, após um contra-ataque, e Éder fechou o placar com o mais belo gol olímpico que o Morumbi já viu. As imagens no vídeo abaixo, com o câmera atrás do pé dele, são sensacionais.







Todos sabem o que aconteceu uma semana depois e que título, mesmo, a gente levaria mais quase sete anos para comemorar. Mas aquela semana, para um menino palmeirense de 8 anos, serviu para consolidar o amor pelo clube e o desprezo pelo rival. Depois daqueles jogos, eu sabia o que era mais uma coisa importantíssima no futebol: rivalidade.





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6207 visitas - Fonte: ESPN FC

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