Nobre vê revolta legítima e torcida no direito de protestar contra filme

Paulo Nobre compreende revolta da torcida do Palmeiras com WTorre (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)



Por conta da exibição de um filme no Estádio Palestra Itália, o Palmeiras precisará enfrentar o América-MG fora de casa no próximo dia 22 de junho, pelo Campeonato Brasileiro. Paulo Nobre, presidente do clube, disse compreender a revolta dos palmeirenses e vê a torcida no direito de protestar, desde que de maneira pacífica.



Às 19h30 (de Brasília) de 22 de junho, com estimativa de receber aproximadamente 5 mil pessoas, a arena administrada pela WTorre receberá a estreia do filme “Independence Day: O Ressurgimento”. Por isso, o jogo entre Palmeiras e América-MG, previsto para as 21 horas, precisará mudar de sede.



“Acho absolutamente legítimo o torcedor ficar revoltado pelo fato de o Palmeiras ter que sair da sua casa para ter uma sessão de cinema. Não cabe a mim decidir quais eventos acontecem ou não no Allianz Parque, mas uma coisa é um mega-show, outra coisa é um evento desse tipo”, disse Nobre à ESPN Brasil.



Na tarde desta terça-feira, horas antes da entrevista do dirigente do clube, a WTorre convocou em seu escritório uma entrevista com Rogério Dezembro, presidente da divisão de entretenimento da empresa. Durante o encontro com os jornalistas, ele valorizou a exibição do filme.



“Não é um eventinho que você coloca uma tela de cinema e faz ao ar livre. Normalmente, os filmes ‘blockbuster’ são lançados nos Estados Unidos, na Europa ou na Ásia. Vai ser a primeira vez que isso acontece no Brasil”, declarou o funcionário da WTorre, em litígio com o Palmeiras desde o começo de 2014.



Insatisfeitos com a exibição do filme no mesmo dia do confronto com o América-MG, torcedores alviverdes vêm usando a Internet para tentar organizar uma sabotagem do evento no Palestra Itália. Alguns chegaram a falar em comprar ingressos para a estreia com a finalidade de causar tumulto.



“Se o torcedor se manifestar sem violência, é um direito que ele tem, de agir da maneira que acha correta. Afinal, a vaia e o aplauso são direitos do torcedor”, afirmou, sublinhando o pedido para evitar atos violentos. “A torcida está revoltada e venho sendo muito cobrado por isso. Mas se acontecer, o Palmeiras tem que cumprir”, disse Nobre.



O Palmeiras já tentou mudar a data da partida para mantê-la na arena, por enquanto sem sucesso. Ainda assim, Paulo Nobre não perdeu as esperanças. “Sou otimista e temos até sexta-feira para decidir. Estamos trabalhando, vamos ver o que é possível fazer. Acho muito difícil, mas estamos tentando”, declarou.