As diferenças de Palmeiras e Corinthians na gestão de seus estádios

10/6/2016 14:52

As diferenças de Palmeiras e Corinthians na gestão de seus estádios

As duas arenas são belíssimas e modernas. Os palmeirenses, no entanto, não tem a gestão nas mãos. Os corintianos têm uma dívida de R$ 1,2 bilhão

As diferenças de Palmeiras e Corinthians na gestão de seus estádios

Um assunto tomou conta do noticiário do Palmeiras nesta semana sem rodada no Campeonato Brasileiro, e nada teve a ver com seus jogadores ou com o trabalho do técnico Cuca visando a partida de domingo contra o Corinthians. Clássico importante. A discussão monopolizou o fato de a WTorre ter marcado evento para o Allianz Parque no mesmo dia em que o Palmeiras receberia o América-MG pelo Nacional. Não era um e evento comum. Trata-se do pré-lançamento do filme “Independence Day, O Ressurgimento’. Marcado para o dia 22, mesma data da partida, a WTorre apenas comunicou o inquilino Palmeiras de que ele não poderia usar o estádio neste dia, e que se virasse para mudar o local do jogo.



Como a WTorre é dona do arena e o Palmeiras só pode usá-la nos dias em que a construtora liberar para as partidas, o jeito foi tentar na CBF a antecipação do duelo para dia 21, o que conseguiu imediatamente. O fato é que muitos torcedor ameaçaram protestar contra a WTorre e seu “Independence Day”, como se ela estivesse abusando dos seus direitos no Allianz. O filme foi considerado pequeno demais perto de um jogo de futebol ou mesmo de um show musical. Ouvi de alguns palmeirenses que o mesmo não acontecia com o estádio do Corinthians, o que me fez correr atrás das explicações como cada clube administra seus estádios.



ARENA DO PALMEIRAS



Sem dinheiro para construir um estádio novo, entendendo que o Palestra Itália já estava superado e não tinha mais lugar nos anos modernos do futebol, o Palmeiras aproveitou o boom da Copa do Mundo de 2014 para se juntar à construtora WTorre e construir uma nova arena, batizada de Allianz Parque por R$ 300 milhões. Colocou abaixo o Parque Antarctica e ergueu a arena Palmeiras, ao custo de R$ 660 milhões. Sem dinheiro para tanto, o Palmeiras aceitou a oferta da WTorre e sua gestão por 30 anos, contratualmente ficando com 100% das rendas dos jogos, mas submetendo-se às regras da parceira, que poderia explorar o estádio quando e como bem entendesse para seus eventos, em qualquer dia do ano. Bastava avisar ao Palmeiras que naquele determinado dia o Palmeiras não teria vez no estádio. Ou seja,o Palmeiras passou a ser inquilino em seu terreno. Mas, além da renda integral das partidas, teria direito a um porcentual das bilheterias dos shows e eventos organizados pela construtora, de 20%, com crescimento de 5% a cada cinco anos até o fim do acordo. Todos os custos do estádio seriam da empresa e não do Palmeiras. O clube também receberia um percentual dos convênios e parceiros da WTorre dentro do estádio. E assim, assinou o contrato, feliz da vida. Jogaria no seu estádio quando o estádio não estivesse ocupado pela empresa. Na hora, pareceu um bom negócio para o clube e seu futebol. Agora, com dois anos de uso, o Palmeiras se ressente do acordo e acusa a WTorre de tirar o time de seu estádio, onde ele é mais forte diante de seus oponentes. Há outros pequenos acordos quando o Palmeiras joga fora de sua casa como mandante. Nesse caso, a WTorre tem de pagar ou reembolsar o clube, coisa pequena perto do fato de o time não ter o direito de mando diante das interpelações da parceira da construção civil. Mas era a regra do jogo na qual o Palmeiras concordou em participar.







ARENA DO CORINTHIANS



Da mesma forma, o Corinthians não tinha dinheiro para construir seu estádio. E da mesma forma também, o clube pegou carona na onda da Copa do Mundo de 2014, com a diferença de que abria a competição da Fifa, portanto, com mais responsabilidade e prazo definido para assentar o último tijolo. Correu contra o tempo. Para arrecadar dinheiro, aceitou um empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES, para pagar em 12 anos, depois de 17 meses de uso (a ser discutido na Justiça ou por órgão competente). Mas esse dinheiro não daria, até porque o Itaquerão custou R$ 1,2 bilhão. O Corinthians teve de recorrer ao CDIs da Prefeitura, que são certificados de incentivos ao desenvolvimento, de modo a vender os papéis para interessados com a possibilidade de abatimento do imposto de renda. Outros R$ 300 milhões, o clube buscou no mercado. Então, o Corinthians não se juntou a nenhuma empreiteira para gerir o estádio. A Odebrecht seria a avalista, não a administradora da arena, como é a WTorre no Palmeiras. Essa é a diferença. O Corinthians é dono de sua casa, diferentemente do Palmeiras, por questões contratuais e opção de negócio, de parceria. De modo que o Corinthians só tem agora de pagar R$ 1,2 bilhão que pediu ’emprestado’, com prazos definidos e juros sobre juros. Não é pouco. Tem de desembolsar para o BNDES, por exemplo, R$ 5,7 milhões por mês, tendo ou não tendo em caixa, arrecadando ou não no estádio. Os gestores corintianos do Itaquerão esperavam fazer mais dinheiro com o novo estádio, incluindo o dinheiro que viria no batismo do local, mas que até agora não conseguiu. Com tamanha dívida é duro dormir direito. O Palmeiras não tem essa preocupação, mas tem de se sujeitar aos 30 anos de parceria com a WTorre.



VEJA TAMBÉM
- Palmeiras finaliza preparação e define escalação para enfrentar o Cuiabá no Brasileirão.
- Palmeiras Recebe Reforço de Poupados em Treino Pós Vitória na Copa do Brasil
- Abel Ferreira tem nove jogos para realizar sonho da torcida palmeirense





11832 visitas - Fonte: Estadão

Mais notícias do Palmeiras

Notícias de contratações do Palmeiras
Notícias mais lidas

Se deve pro BNDES então não é dono!

DESBLOQUEAMOS OS CANAIS PARA ASSINANTES DE TV POR ASSINATURA

WHATSAPP 11946268875

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui ou .

Últimas notícias

publicidade
publicidade

Brasileiro

Qua - 20:00 - Arena Barueri -
X
Palmeiras
Internacional

Brasileiro

Dom - 18:30 - Manoel Barradas
0 X 1
Vitoria
Palmeiras