12 de Junho nunca será só o Dia dos Namorados

10/6/2016 17:57

12 de Junho nunca será só o Dia dos Namorados

12 de Junho nunca será só o Dia dos Namorados

Diz a história que, Valentinus, um bispo do Império Romano, lutava em favor do amor. Mesmo proibido de realizar casamentos, insistia em unir casais e suas juras eternas de amor. De forma clandestina.



Então, vejam vocês como o amor é pecador: nós, apaixonados, sempre nos posicionamos de lados opostos, puxando uma corda imaginária que em algum momento há de ceder. Somos nós, os devotos de um amor, contra poderes absolutos que exigem constantemente que suas crenças sejam atendidas. Sejam elas quais forem. No ano de 270 o imperador precisava de homens para fortalecer o seu exército. E hoje, precisam de quê? Arquibancadas vazias?



Valentinus foi para a forca e ganhou um dia só para ele. Um dia que já foi de todos, mas que domingo é só nosso. O Dia dos Namorados, que deveria se chamar o dia dos apaixonados, depois de anos, se tornou o dia da paixão palmeirense.



Merecem entrar para história aqueles que não desistem do amor, que lutam pelas suas paixões pelo tempo que parecer necessário. Até quando impossível. Mesmo que durante 17 anos. Em 1976, fizemos o concreto do Palestra Itália balançar, daquele jeito peculiar que ao fechar os olhos parecia flutuar, era um Paulista em que 40.283 torcedores fizeram recorde no estádio. Só não sabíamos que na alegria do gol do título, também viria anos seguintes de angústia.



Se a gente soubesse que os 17 anos seriam compensados com tanta emoção, talvez esperaríamos por eles com mais tranquilidade. A mesma tranquilidade que o Evair corria para a bola. Com um peso nas costas, mas não tão pesado quanto carregar o Palmeiras no peito.



Seria o Viola um incentivador da perna direita de Zinho? Do instinto mais animal que o nosso animal pôde apresentar? Das habilidades de zagueiro-atacante do nosso xerife? Da liderança absoluta de Sampaio? Com um esquadrão imortal, exercemos a soberania sobre o nosso maior rival. A camisa do Palmeiras os fez ídolos.



Como é mágico esse tal de futebol. Anos depois, em um campeonato tão longo, com confrontos pelo Brasil inteiro, lá estava reservada a nossa data. Aquela que poderia ser qualquer outra, que é de tantos, mas que por um motivo especial agora é nossa.



Os tempos mudaram e, justa como deveria ser uma disputa, nosso adversário não está presente, as bandeiras não tocam mais o céu, a fumaça verde não atrapalha mais a nossa visão e o som do bumbo não dá o ritmo do compasso do nosso coração.



De todas as mudanças, o que não muda é o nosso amor. O estádio tão lotado quanto 17 anos antes do título. A rivalidade que não nos deixa dormir de ansiedade - a mesma que se disseminou durante uma semana, até o apito final no Morumbi, em 93. Não muda a vontade de ganhar o maior clássico do Brasil e o desejo abafar, com o nosso grito, o que estão fazendo com o futebol. Não vão nos calar. Fomos atingidos pelo raggio anos atrás, não tem mais volta.



Diz Mario Puzo, um italiano, em O Poderoso Chefão, que os homens da Sicília, em algum momento da vida poderiam ser atingidos pelo raio. O coração bate acelerado, o sangue circula aceleradamente pelo corpo e você perde os sentidos. A verdade é que os italianos sabem das coisas, esses entendem de amor. Intensidade. E entrega. A tradução da forza palestrina!



Você não pode esconder o raggio. Quando ele atinge uma pessoa, todo mundo vê. Por Deus, homem, não se envergonhe disso, alguns homens rezam pelo raio. Você é um sujeito de sorte.



Somos nós, palmeirenses, sujeitos de sorte. Não fomos para a forca dessa vez, como Valentinus, mas fomos castigados pela impunidade de um poder absoluto incapaz de ajudar o futebol a respirar. De um mesmo lado da corda tem dois rivais que ainda lutam por um mesmo amor: o de ver aquele tal espetáculo chamado futebol vindo das arquibancadas. Foi em um derby que nos tornamos mais porcos do que nunca, que um 4x0 se tornou uma guerra, que santificamos para sempre um goleiro e que fomos presenteados com um dia nosso na história. Em um Morumbi lotado com mais de 100 mil torcedores, nós fizemos o verde ser a cor.



A hora que eu corri para bater o pênalti, eu não pisava o chão.





Ao adentrar o Palestra, a gente não pisa até hoje, Evair.



A verdade é que o dia 12 de junho nunca será só o Dia dos Namorados.



E sabe, amor? Não tem discussão. A gente comemora outro dia.





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4578 visitas - Fonte: ESPN FC

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Que tal no dia do namorados dar um presente para essa torcida maravilhosa, contratar o Rafael Sobis, com ele seríamos campeões sem muito esforço, ainda falta um meia esquerda que chute de fora da área como ele.

dalhe palmeiras

Belo texto. Parabéns.

Que timaço hein, do goleiro ao ponta esquerda; todos craques, jogavam com garra, amor, que saudades daquele time.

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