Carrasco corintiano, Obina diz que gols são lembrados até no Japão

Em 2009, atacante marcou três gols contra o Corinthians. Sobre saída do Palmeiras, diz se arrepender de briga com zagueiro Maurício e revela que são amigos até hoje

No Matsumoto Yamaga, do Japão, Obina manteve a camisa verde e branca (Foto: Divulgação)



O atacante Obina cruzou o mundo, vive hoje em dia no Japão, mas ainda assim os três gols que marcou num Dérbi há sete anos permanecem vivos na memória dos palmeirenses. Ele brilhou na vitória por 3 a 0 do Verdão sobre o Corinthians válida pelo primeiro turno do Brasileirão de 2009 (assista aos gols acima). Hoje atacante do Matsumoto Yamaga, da segunda divisão japonesa, o atacante ainda é cumprimentado nas ruas pela exibição de gala em Presidente Prudente.



– Aqui tem muitos brasileiros. Os palmeirenses me encontram e já chegam falando: "Eu lembro dos três gols que você fez nos caras". Foi um dia muito importante na minha carreira. Parecia que daria tudo errado. Chegamos ao hotel às cinco da manhã e o jogo era às quatro da tarde daquele mesmo dia. Ganhamos de 3 a 0 com três gols meus. É inexplicável até hoje – afirma Obina, que acordou cedinho no Oriente para atender à reportagem do GloboEsporte.com.



A partida é tão marcante para o atacante que de vez em quando ele assiste aos melhores momentos. Dos três gols marcados, Obina elege o primeiro como o mais bonito e admite, sete anos depois, que cometeu falta no lance.



– O de cabeça foi mais bonito. Nesse gol, achei que o Pierre não chegaria para cruzar. Mas ele já chegou dando o passe. Eu dei um puxãozinho no (zagueiro) Chicão, que foi bem básico, mas deu uma boa ajuda. A dancinha na comemoração foi onda do Armero e do Diego Souza. Eles ficavam fazendo aquele dancinha lá. Já que eu havia feito o gol, fui na onda também. Depois do jogo, como o Muricy estava assumindo, o Diego Souza brincou: "Esse aí não sai mais do time" – lembra.

Neste domingo, às 16h, na arena do Verdão, os rivais se encontram, mas Obina não garante que assistirá ao jogo, já que será na madrugada no Japão, mas ficará na torcida pelo ex-clube e não arrisca dizer se haverá um novo carrasco corintiano neste domingo.



– Clássico é pegado, sempre foi difícil. Ninguém sabe quem pode ganhar. É decidido por aquele que está mais focado. Eu aposto no Palmeiras porque tenho carinho especial. Acho que ganha por 2 a 1. É difícil fazer três gols em um clássico. Qualquer um que está jogando, em um momento muito bom, pode tentar fazer, mas é difícil – diz.



Emprestado pelo Flamengo em maio de 2009, o atacante marcou 15 gols em 56 jogos pelo Verdão. A última partida pelo clube foi em 18 de novembro, contra o Grêmio. Após o término do primeiro tempo, Obina e o zagueiro Maurício brigaram no gramado do estádio Olímpico, em Porto Alegre, por conta do primeiro gol sofrido pelo Palmeiras. Ambos os jogadores foram demitidos no próprio vestiário.



– Eu me arrependo. Ele queria vencer, eu também. Foi por causa de um erro de comunicação. Nosso maior erro foi ter acontecido dentro do campo e não no vestiário. Depois, tomamos banho e esfriamos a cabeça. Foi momento de cabeça quente no jogo, mais nada. Hoje sou amigo do Maurício, trocamos mensagens. Acho que eu teria ido mais longe pelo Palmeiras. Estávamos lutando pelo título. Eu estava bem, mas foi o que aconteceu – completa Obina.