14/6/2016 08:05

Edu Dracena supera desconfiança e comemora

Após sequência de problemas musculares, zagueiro foi um dos destaques da vitória no clássico contra o Corinthians, em seu seu primeiro jogo na casa alviverde

Edu Dracena teve boa atuação contra o Corinthians, no domingo (Foto: Marcos Ribolli)



Reforço anunciado ainda em dezembro do ano passado, o zagueiro Edu Dracena foi apresentado no Palmeiras com status de xerifão e com a missão de dar experiência para o sistema defensivo alviverde. Prejudicado por uma sequência de lesões musculares, porém, o defensor de 34 anos não conseguiu ter muitas oportunidades e só voltou ao time titular no último domingo, justamente contra o ex-clube, o Corinthians.



Com uma atuação segura, ele foi um dos destaques da vitória alviverde no Dérbi e conseguiu transformar toda a insegurança criada por parte da torcida por causa do seu retorno ao time justamente no clássico em muitos elogios.



– Isso é normal (desconfiança sobre o retorno ao time). Cabe a mim, dentro do dia a dia e dentro de campo, como fiz contra o Corinthians, retribuir a confiança que depositaram em mim. Sabemos que o futebol é muito dinâmico, é jogo a jogo. Procuro sempre fazer meu melhor – disse o zagueiro.



– Fico feliz de retornar. Foi importante para mim, ainda mais voltando em um clássico, um jogo importante para nós. Foi um primeiro semestre bem difícil, com lesão. Voltei, não estava 100% fisicamente, fui para ajudar a equipe, acabei me prejudicando e prejudicando também a equipe. Agora é pensar no presente e no futuro, no que posso fazer aqui no Palmeiras. Sei que o Thiago e o Vitor são os titulares. Estou aqui para ajudar no que for necessário – afirmou.



Depois de sofrer uma lesão na panturrilha esquerda antes da estreia no Paulistão, Dracena voltou ao time no dia 13 de março, quando Alberto Valentim comandou o Palmeiras na vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, no Paulistão. Na sequência, já com Cuca, foi titular nas derrotas para Nacional (URU), Audax, RB Brasil e Água Santa. Depois, voltou ao time no empate por 3 a 3 contra o Rosario Central, na Argentina, dia 6 de abril, seu último jogo antes do Dérbi.



A torcida do Palmeiras, como diz o hino, canta e vibra. Isso nos empolga dentro de campo. Se mantivermos essa sintonia jogando em casa, vai ser muito difícil perder os jogos lá

Edu Dracena



Titular na pré-temporada, Edu Dracena perdendo vaga por causa das lesões. Recuperado, o zagueiro, que tem contrato com o Verdão até o fim do ano que vem, trata o assunto com parte de um passado difícil, mas superado.



– Sempre tive a confiança de todos aqui. Quando surgiram rumores (de sair), fui o primeiro a conversar com o Cuca, e ele me passou uma confiança muito grande, que queria contar com o meu trabalho e contar comigo aqui. A diretoria também. Eu estava tranquilo porque tinha o respaldo daqueles que comandavam a equipe. Graças a Deus permaneci e pude retribuir essa confiança, até dos jogadores também. Passei por muitas situações na minha vida, várias experiências. Você tenta usufruir delas. Sempre trabalhei, fui correto, e nunca desisti.



Confira a entrevista exclusiva de Edu Dracena ao GloboEsporte.com:



VOLTAR NO CLÁSSICO



– Voltar, jogar bem, o time vencer, contra o maior rival... Isso dá uma confiança muito grande. Independentemente disso, tendo a confiança do trabalho no dia a dia, sendo bem realizado, já é meio caminho andado. Ter a confiança de quem te comanda é importante. Dentro de campo é fazer o que você sempre faz. Ninguém esquece como se joga futebol. Lógico que você passa por momentos difíceis, mas o que tem de ter é um discernimento. Na minha vida, achei um equilíbrio. Não é porque joguei bem que acho que sou o melhor do mundo, nem quando jogo mal acho que sou o pior.

Dracena teve problemas de lesão neste ano (Foto: Cesar Greco / Fotoarena)



O time está crescendo no momento certo. Não é porque ganhamos do Corinthians que somos os melhores do mundo. Temos de ter os pés no chão, a humildade para continuar trabalhando. Os jogos mais difíceis são os que estão por vir, porque vão querer ganhar do Palmeiras.



AMBIENTE NA ARENA



– Foi minha primeira partida na arena, os outros jogos foram no Pacaembu. Foi uma bela estreia, estou invicto (risos). Acredito que esse conjunto time/torcida faz a diferença. A torcida do Palmeiras, como diz o hino, canta e vibra. Isso empolga a gente dentro de campo. Se mantivermos essa sintonia jogando em casa, vai ser muito difícil perder os jogos lá.



CARA DE CAMPEÃO?



– É difícil falar agora, ainda está cedo. Acredito que estamos no caminho certo. Temos tudo para conquistar. São jogadores de talento, e o time está crescendo no momento certo. Não é porque ganhamos do Corinthians que somos os melhores do mundo. Temos de ter os pés no chão, a humildade para continuar trabalhando. Os jogos mais difíceis são os que estão por vir, porque vão querer ganhar do Palmeiras. Muitos (jogadores do atual elenco palmeirense) já ganharam Brasileiro e sabem o quanto é difícil. Tem de manter a mesma pegada.



CUCA



– É um cara que contagia todo mundo e que cobra bastante também. Acho que está sendo bacana essa sintonia dele com os jogadores. Ele acaba cobrando e tirando algo a mais de todos. Haja vista o crescimento da equipe. É uma grande parcela do treinador, que confia em nós. Agora é retribuir essa confiança. Ele vem colocando a maioria dos jogadores, não tem medo de mudar a equipe. Ele confia no elenco que tem. É uma peça importante na nossa engrenagem.



CONSELHOS PARA MAIS NOVOS



– Conversamos bastante. Eles (Thiago Martins e Vitor Hugo) são meninos bacanas, têm talento, são grandes jogadores. Eu procuro sempre passar um pouco da experiência que adquiri na carreira, passar alguns toques. Eles têm talento próprio, são grandes jogadores, vivem grande momento e hoje são os titulares da equipe por méritos. É gostoso esse ambiente onde um torce pelo outro. O Palmeiras está muito bem servido de zagueiros.

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