Joseph Blatter durante uma coletiva de imprensa. Questão da dengue preocupa para Mundial no Brasil (Foto: Michel Buholzer/ AFP)
Não bastassem os estádios inacabados, a Fifa convive com um novo fantasma a 21 dias do pontapé inicial da Copa: o mosquito da dengue.
Em comunicado oficial distribuído para equipes e trios de arbitragem que estarão na Copa, a entidade fez recomendações sobre o combate à doença, que tem feito vítimas em 2014. Segundo dados oficiais repassados pelo o Ministério da Saúde, 1.932 casos graves da doença foram registrados este ano, dos quais, 69 resultaram em morte.
A Fifa tem monitorado de perto a situação e instalações que servirão de Centro de Treinamento de Seleções (CTS) têm adquirido velas de citronela, redes e raquetes mata-mosquitos, todas estas ferramentas usadas para repelir a presença do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue.
No período da Copa do Mundo, as cidades de Recife, Fortaleza e Natal são consideradas as mais suscetíveis a uma epidemia, visto que o Mundial coincide com períodos de chuva nestes três locais. A empresa que faz a análise de riscos para a Hostbroadcasting Services (HBS), emissora anfitriã da Fifa para a transmissão da Copa, já emitiu um alerta para todos seus funcionários envolvidos no evento.
- Existe risco de alguém adoecer? Sim, claro que há. É importante deixar claro que todas as sedes têm um plano de contingência elaborado para o caso de uma epidemia - disse Giovanini Coelho, coordenador-geral do Programa Nacional de Controle da Dengue, em entrevista ao LANCE!Net.
Em nota, a Fifa informou que as recomendações tiveram por base dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), e que 'um dos riscos para a saúde listados foi a dengue'.
'Casa' de CR7 é foco atual da doença
Campinas, em São Paulo, registra a maior concentração de ocorrências de dengue em 2014. Em meio ao problema de saúde pública, a cidade se prepara para receber a seleção de Portugal
liderada por Cristiano Ronaldo.
Há duas semanas, o técnico Paulo Bento esteve no The Palms, hotel que abrigará os lusos durante o Mundial. O treinador foi discutir eventuais medidas para minimizar os riscos de que algum integrante da equipe contraia a doença.
Em comunicado enviado ao LANCE!Net, a Federação Portuguesa de Futebol declarou que 'está em contato constante com as autoridades locais e que foram dadas dadas garantias de que a situação está identificada e controlada'.
De acordo com números do Ministério da Saúde, Campinas registrou 748 casos graves da dengue, e duas pessoas morreram em decorrência disso.
Com a palavra
Giovanini Coelho, coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Dengue, em entrevista ao LANCE!Net
'Comparada ao passado, a situação é confortável'
É importante destacar que a dengue é sazonal no Brasil e a concentração maior dela ocorre entre janeiro e maio. A partir daí, a tendência é de queda, e de que a transmissão da doença termine no meio de junho.
O que o Ministério da Saúde fez foi intensificar nossa prevenção nas sedes desde 2013, com o repasse de recursos adicionais para o combate à doença; Comparada ao passado, a situação hoje é confortável, pois houve redução de 70% ao que foi registrado em 2013.
Na minha opinião, a chance de uma epidemia na Copa é muito pequena, mas possível. Todos devem adotar as medidas preventivas e acreditar no resultado dos estudos independentes realizados, que apontam um risco baixo de dengue durante o Mundial.
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