Na pré-lista olímpica, Prass inspira resgate da Academia de Goleiros

23/6/2016 13:06

Na pré-lista olímpica, Prass inspira resgate da Academia de Goleiros

Primeiro arqueiro contratado pelo Palmeiras desde 1994, veterano é exemplo para jovens das categorias de base

Na pré-lista olímpica, Prass inspira resgate da Academia de Goleiros





Das cinco estátuas construídas pela Sociedade Esportiva Palmeiras em sua sede durante mais de um século de vida, duas são de ex-goleiros. Aos 37 anos, o titular Fernando Prass, incluído na pré-lista da Seleção Brasileira para as Olimpíadas 2016, inspira o resgate de uma tradição do clube que se orgulha por formar seus próprios arqueiros, de Oberdan Cattani a Marcos.



Prass é o primeiro goleiro contratado pelo Palmeiras desde 1994, ano em que o clube trouxe o paraguaio Gato Fernandez. Após a aposentadoria de Marcos, Deola e Bruno, com passagem pelas categorias de base, tentaram assumir a condição de titular. Em dezembro de 2012, sem sucesso na busca de um herdeiro para ídolo, a agremiação resolveu recorrer ao experiente Prass, formado no Grêmio.



Ganhador da Série B do Campeonato Brasileiro 2013 e herói do título da Copa do Brasil 2015, o veterano é o oitavo arqueiro que mais vestiu a camisa do Palmeiras na história (190 partidas). E o responsável por inspirar o renascimento da Academia de Goleiros, hoje representada em diferentes categorias da Seleção Brasileira.



“Procuro ter uma postura correta e fazer as coisas certas, porque, jogando em um grande clube, você acaba sendo espelho para outras pessoas, inclusive crianças. Sempre conversamos com os meninos que vêm treinar conosco. Já passamos por isso e sabemos que uma dica pode ser importante. Assim como recebi orientações que me ajudaram muito quando era mais novo, procuro transmitir também”, disse Prass à Gazeta Esportiva.



Enquanto o veterano vive a expectativa de estrear pelo time nacional, Anderson Paixão, de apenas 18 anos, já trabalha na Granja Comary sob o comando de Rogério Micale, técnico responsável por dirigir o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Chamado para a Seleção sub-20, o jovem goleiro palmeirense participa de um período de treinamento até sexta-feira.



“O Prass já virou um ídolo no Palmeiras e procuro me inspirar muito nele. É uma pessoa que leva seu trabalho a sério e de bastante personalidade, dentro e fora do campo. É impossível não servir de exemplo para todos nós”, disse Anderson após mais um treino na Academia de Futebol II, dedicada às categorias de base e dotada de um campo especial para os goleiros, em Guarulhos.



Na última pré-temporada, realizada em Itu, o jovem chegou a dividir quarto com Prass. Assim como o veterano, ele tem facilidade para jogar com os pés e defender pênaltis. Anderson já treinou batidas de penalidade e, com bola rolando, marcou um gol durante campeonato disputado no Catar, em 2014. Em 2016, na decisão do Torneio de Bellinzona, na Suíça, pegou duas cobranças diante do Krasnodar-RUS.



“Fiquei um pouco tímido, mas foi uma grande emoção participar da pré-temporada e dividir o quarto com o Prass” contou Anderson. “Tento sempre melhorar meu trabalho com os pés. Na Suíça, por exemplo, eu estava pronto para bater pênalti e não precisou. Poder participar de uma decisão por pênaltis é um patamar a mais para um goleiro”, afirmou o discípulo do herói da Copa do Brasil 2015.



Na CBF, Rogério Micale trabalha em parceria com Erasmo Damiani, coordenador das categorias de base da entidade, que exerceu a mesma função no Palmeiras até o ano passado. Em maio, o técnico convocou Daniel Fuzato para defender a Seleção sub-20 no Torneio de Suwon, na Coreia do Sul. Com o arqueiro palestrino, o Brasil encerrou a competição invicto e no segundo lugar, atrás dos anfitriões.



“Todo goleiro que entra no Palmeiras precisa saber a responsabilidade que é vestir essa camisa, pela tradição que tem. Somos muito cobrados”, disse o atleta de 18 anos, herdeiro da posição já ocupada por nomes como Marcos, Diego Cavalieri e Velloso. “É uma responsabilidade muito boa, que a gente leva como motivação”, completou.





Daniel Fuzato (à esquerda) e Anderson Paixão disputam posição no Palmeiras e na Seleção Brasileira (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)



Com contrato até dezembro de 2018, Daniel vem participando frequentemente de treinos na Academia de Futebol ao lado de Fernando Prass, Jailson, Vagner e Vinícius Silvestre, mais uma cria da base palmeirense. A chance de conviver com os atletas profissionais, dirigidos pelo preparador Oscar Rodriguez, é tratada como um privilégio pelo jovem.



“Todos aqui sonham em chegar no profissional do Palmeiras. É uma oportunidade única nas nossas vidas e, quando estamos com o time principal, tentamos aproveitar ao máximo para retornar à base com uma bagagem maior”, disse Daniel, mais um discípulo do atual titular. “Acompanhando o dia a dia do Prass, a gente fica motivado. A trajetória dele mostra que, com trabalho, as coisas acontecem”, completou.



Na equipe sub-17 do Palmeiras, a missão de defender a meta é de Matheus Teixeira. Ele foi premiado como melhor goleiro da campanha que terminou com o vice-campeonato mundial da categoria, alcançado no último dia 1º de junho com uma derrota nos pênaltis contra o Real Madrid. O feito logrado na Espanha, conta o garoto, repercutiu em sua escola.



“Antes, os colegas não sabiam que eu jogava no Palmeiras. Quando voltei do torneio, foi diferente. As pessoas falavam: ‘Olha, o goleiro do Mundial’. Fico meio sem graça, porque sou bem tímido, mas converso com eles numa boa. Vários torcedores me adicionaram nas redes sociais e deram parabéns. Isso é bem legal”, contou Matheus.



Nascido em março de 1999, o garoto tinha poucos meses de vida quando o Palmeiras, então defendido pelo goleiro Marcos, ficou com o vice-campeonato mundial diante do Manchester United. Do CT destinado às categorias de base, localizado às margens do Rio Tietê, o jovem de apenas 17 anos sonha brilhar na equipe profissional em breve.





Palmeirense Matheus Teixeira foi premiado como melhor goleiro do último Mundial sub-17 (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)



“Depois de fazer um campeonato como esse Mundial sub-17, a gente sempre cria possibilidades. A possibilidade de assinar um contrato, de ganhar melhor, de subir para a equipe principal. São essas coisas que procuro para a minha carreira. Quem está agora no profissional é o Fernando Prass, uma pessoa muito inspiradora. Então, nos espelhamos nele”, disse Matheus.



Ian Lippolis, chamado por Guilherme Dalla Déa em maio para treinar com a Seleção sub-15 na Granja Comary, completa a trupe de arqueiros palestrinos. Com seus pupilos reconhecidos em diferentes categorias, Rodrigo Souza, preparador de goleiros da equipe sub-20, vê uma contribuição significativa de Fernando Prass no resgate da Academia de Goleiros.



“A contratação do Prass não foi uma interrupção. Acho que estava faltando alguma coisa e ele veio para somar. É sempre difícil fazer a reposição de um grande ídolo como o Marcos. Talvez o Palmeiras na época precisasse de um cara mais experiente para assumir a posição com responsabilidade e sem sentir”, disse o preparador de goleiros, função criada por Valdir Joaquim de Morais no próprio clube durante os anos 1970.



Embora esteja satisfeito com os resultados alcançados pelos goleiros palmeirenses em diferentes categorias, Rodrigo Souza considera que o ciclo estará incompleto até que um dos garotos seja capaz de assumir a posição na equipe profissional com sucesso. Em 2017, no fim de seu atual contrato com o clube, o ídolo Fernando Prass terá 39 anos de idade.



“Um grande passo foi dado, já que nossos goleiros vêm sendo reconhecidos e convocados para a Seleção. O Palmeiras está voltando a ser aquela referência na posição. Mas esse processo só vai dar 100% certo se eles jogarem no profissional. Acho que a tendência e é essa e é para isso que trabalhamos: para que um goleiro da base assuma a posição e o clube não precise contratar”, explicou.



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8025 visitas - Fonte: Gazeta Esportiva

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Ta certinho tomara que quando o Prass encerrar a carreira um deles assuma a posição. Não só no Palmeiras mais também na seleção ou na europa.

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