Eu tenho 21. Não assinei um contrato ao escolher meu time, não fui apresentada à torcida e nem prometi honrar o manto em campo. Não me compraram com benefícios, não me disseram quais eram os nossos títulos nem me convenceram com a nossa gloriosa história. Quando o Palmeiras me escolheu, eu tive a certeza que seria o maior amor da minha vida. O contrato seria vitalício. De coração. A apresentação não seria necessária e eu honraria a camisa sob qualquer situação, pressão ou proposta. Por amor. Porque eu escolhi jogar nesse time.
Durante esses anos, o Palmeiras despertou todos os sentimentos mais extremos que se pode ter. Aprendi a ir do inferno ao céu em segundos, a tacar amendoins no campo, nos jogadores, na comissão técnica e nos próprios torcedores amendoins. Descobri que ele me tira o sono em noites de vitórias como a de ontem, que me atormenta em jogos como o do Cruzeiro e me faz plena em conquistas como a do ano passado. O Palmeiras me deu vários sentimentos, só não me deu o sentimento de campeã do Campeonato Brasileiro. Não por falta de título, já que somos o maior campeão nacional, mas por falta de idade.
Ontem, um motorista me perguntou se eu só torcia para o Palmeiras. Como assim “só torço para o Palmeiras?”, existe alguma outra opção que não seja essa? É claro que não. Mas para ele existia a opção de torcer para o time que estava ganhando no momento.
Oras, como funciona isso? Eu não escolho um amor pelos benefícios que ele me dá, escolho pelo que me faz sentir. Eu escolhi o maior amor da minha vida, pro resto da vida, porque ele me faz maior.
"Olha lá, quem sempre quer vitória e perde a glória de chorar"
Eu choraria novamente, Palmeiras, todas as vezes. Nas derrotas, nos anos de fila, nas decepções. Porque isso faz a nossa torcida ser a torcida que lota o estádio, que joga junto, que acredita no título antes do campeonato e que te garante que ganhando ou perdendo, seremos palmeirenses de coração. Porque nós te amamos.
Me traga o título, Palmeiras. Me traga o meu primeiro título de campeonato brasileiro.
Porque não tem meio termo, não tem outro amor. Não existe outro time. Somos nós e vocês, por mais 26 rodadas, até o título. Façam por amor, porque vocês tiveram a sorte de jogar nesse time. E porque prometeram honrar o nosso manto.
(Imagem: Luana Maluf)
Precisamos ganhar fora de casa. É a nossa vez.
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