Administradora da arena do Palmeiras

O presidente da WTorre, Walter Torre Júnior, entrou na mira da Operação Lava Jato



O empresário Walter Torre Júnior, presidente da empreiteira WTorre teve a sua condução coercitiva determinada pelo juiz federal Sérgio Moro nesta segunda-feira, como parte da Operação Abismo, a 31ª fase da Lava Jato. A construtora é acusada de receber propina de R$ 18 milhões para abandonar a licitação do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes).



Moro ainda autorizou a realização de buscas na sede da empresa, em São Paulo.



De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o encarregado por encaminhar a proposta propina a Walter Torre e ao executivo da mesma empresa, Francisco Geraldo Caçador, teria sido José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, dirigente da OAS.



"Aceita a propina, a WTorre retirou-se do certame e o Consórcio Novo Cenpes acabou, de fato, negociando com a Petrobrás e reduziu sua proposta de preço, para R$ 849.981.400,13, e ficou com o contrato, assinado em 21 de janeiro 2008 (contrato 0800.0038335.07.2)", destacam os investigadores.



Até anunciar a sua saída da disputa, a WTorre havia colocado na mesa oferta de R$ 858.366.444,14, cerca de R$ 40 milhões inferior ao da proposta apresentada pelo Consórcio Novo Cenpes de R$ 897.980.421,13.



Em sua decisão, o juiz Sergio Moro explica a motivação da condução coercitiva.



"Alguma prova de corroboração da fraude na licitação e pagamento de propina a WTorre pode ser encontrada já nas circunstâncias da licitação e da contratação. Em especial, chamam a atenção especificamente atas de duas reuniões havidas na Petrobrás, em 14 de setembro de 2007 e em 19 de setembro de 2007, acerca da negociação do contrato para a obra do Cenpes", afirma.



A WTorre administra hoje o Allianz Parque, casa do Palmeiras, e enfrenta arbitragem na Justiça com a diretoria alviverde que envolve as cadeiras do estádio.



A empresa esclarece que não teve participação na obra de expansão do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) e que não recebeu ou mesmo pagou a agente público ou privado nenhum valor referente a qualquer obra pública.