5/7/2016 17:05

Um Brasileiro nas mãos de Cuca?

É estreia. Falar com vocês por aqui é uma honra para um maluco por futebol como eu. Para abrir a minha participação faço questão de escrever sobre um personagem que admiro e que muito tento entender. Não é que começo falando do líder do Brasileiro. Abro falando sobre o personagem mais interessante do elenco palmeirense. A minha primeira participação por aqui é sobre Cuca.



Cuca já assumia o favoritismo do Brasileirão há algum tempo. Ele sabia o que estava dizendo. Deve ter calculado o risco e soltou.



É claro que é cedo. É óbvio que ele pode ter errado, mas chamar a bronca é inflamar torcida e elenco. E inflamar a torcida é ter uma multidão ansiosa te apoiando.



O treinador do líder do Brasileiro sabe muito bem o estilo de jogo que ele entende ser o melhor para o Palmeiras. Ele acredita no fator casa e aposta muito alto na intensidade/loucura do início de jogo. Nas nove vitórias do time de Cuca, em seis o time marcou nos vinte primeiros minutos. E foi também assim no Galo Doido dirigido pelo mesmo Cuca. O Atlético campeão da Libertadores de 2013 sustentou uma invencibilidade em casa de 54 jogos e uma boa parte deles foi resolvido no início. Chamar o favoritismo é acender o torcedor e é tratar de trazer mais e mais gente para empurrar para cima dos adversários. Cuca fez bem e faz bem o trabalho dele.



A pulga atrás da orelha do torcedor palmeirense era e ainda é a campanha fora de casa. Mesmo tendo vencido o Flamengo em Brasília. Ganhar do Sport, fora de casa, nunca foi fácil e o Palmeiras, ontem, conseguiu. Cuca, novamente, acertou. A aposta inicial por Erik ao lado dos velozes Róger Guedes e Gabriel Jesus era a declaração de que tentaria atacar o tempo todo em cima de uma zaga mais pesada. Thiago Santos ao lado de Tchê Tchê também era um indicativo de um time mais protegido. Deu certo e continuará dando certo se Cuca continuar com os olhos grudados na taça do Brasileiro. Mas sabe qual é o maior problema de Cuca? Talvez o próprio Cuca.

Cuca é o grande trunfo e também pode ser um problema.



O ótimo treinador, campeão da Libertadores com o Galo e formador de diversos outros belos times espalhados pelo Brasil quase se complica no episódio Lucas Barrios. Qual a necessidade que ele tinha de falar sobre o jogador do elenco? Qual a necessidade? Barrios, claro, ficou irritado e tratou de se posicionar. Parece que a fogueira foi apagada, mas ainda fico me questionando qual era a necessidade daquilo tudo. O próprio Cuca só foi vencedor em um elenco recheado de jogadores com predileção pelo período noturno porque as noitadas quase não vazavam. E sem precisar administrar crises externas o time rendia e vencia.



Cuca, o técnico que trocou a fama de azarado e pela de vencedor, tem que, urgentemente, não se boicotar de novo. Se ele continuar trabalhando bem o campo. Se ele continuar inflamando o torcedor. Se ele cuidar de não aumentar a temperatura dos normais conflitos do grupo de jogadores, Cuca pode mesmo ser campeão brasileiro. Sei que falo isso cedo demais, mas ele mesmo – o próprio Cuca – já chamou a responsabilidade antes.

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