[COPA 2014]: Tetracampeão mundial diz que Copa arranhou a imagem do Brasil

25/5/2014 15:10

[COPA 2014]: Tetracampeão mundial diz que Copa arranhou a imagem do Brasil

Ex-jogador Mauro Silva ataca organização do evento e diz que país não tem desculpa

[COPA 2014]: Tetracampeão mundial diz que Copa arranhou a imagem do Brasil

De jogador com posição fixa, Mauro Silva passou a atuar em múltiplas funções após o término da carreira

Getty Images








O ex-jogador Mauro Silva, volante campeão mundial pela seleção brasileira em 1994, não poupa críticas à organização da Copa do Mundo de 2014, em entrevista exclusiva ao R7.



— Quando se falou em Copa do Mundo, todos ficaram felizes. Mas vemos a Copa se aproximar e os aeroportos, por exemplo, não estão prontos. Isso sem contar outras áreas. Perdemos uma grande oportunidade de mostrar um país mais eficiente e organizado. Fico estupefato quando vejo que a presidente Dilma diz que tudo está pronto. Houve muito tempo para a preparação. Não tem desculpa, faltou planejamento e a imagem do país fica arranhada.



De fora do campo ele aprendeu a ver como funciona o futebol sob diversos ângulos. Inclusive sobre o funcionamento da máquina governamental. Aos 46 anos ele é um dos líderes da ONG Atletas pelo Brasil, composto de 60 esportistas e ex-atletas de renome, como Raí, Rubens Barrichello, Hortência e Daniel Alves, que tem como meta aproximar o esporte da sociedade, gerando inclusão social e políticas públicas financiadas.



Como representante da ONG, Mauro viajou inúmeras vezes para Brasília, para discutir as bases da MP 620, do Esporte, já sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Na medida, entre outros itens, o mandato de dirigentes em entidades esportivas está limitado a oito anos, com direito a uma reeleição na metade do período. Haverá ainda direito a voto dos atletas e necessidade de prestação de contas.



— Nosso objetivo é ver o esporte mais transparente e melhor administrado.



Seleção brasileira vai iniciar preparação para a Copa do Mundo atrasada em relação a rivais



Dentro das quatro linhas ele atuava fixo em sua posição. Raramente subia ao ataque. Terminada a carreira, no entanto, ele assumiu múltiplas funções: além de voluntário, atua como empresário do ramo da construção e dá palestras motivacionais para empresas.



Na condição de empreendedor imobiliário, Mauro Silva conta que está sentindo na pele as repercussões da Copa. Para a TC Procupisa, incorporadora espanhola da qual é sócio e tem empreendimentos em São Paulo, ficou mais difícil investir em um país cuja imagem no cenário internacional foi prejudicada, segundo o ex-jogador. Mesmo assim, ele considera que ainda não tem motivos para reclamar do negócio.



— Nunca parei para comparar se ganho mais ou menos do que nos tempos de jogador, mas estou satisfeito com a minha rentabilidade.



Mauro seguiu um caminho diferente de outros ex-jogadores, que se tornam em muitos casos empresários de atletas, treinadores ou comentaristas. "Fui para um outro lado. É difícil, mas isso obriga a aprender, estudar e crescer. Ganhei conhecimento no mundo empresarial e acrescento com a vivência dos tempos de jogador.



Títulos inusitados

A experiência como jogador internacional agora é usada por ele para dar palestras a empresários, baseadas na importância do trabalho em equipe e do planejamento. Seu currículo como jogador é inusitado. Jogou pouco pelo Guarani, na juventude, porém lá teve a oportunidade de estudar, com auxílio do clube.



— Isso foi fundamental para a minha carreira.



Depois, atuou no então "pequeno" Bragantino e chegou ao inédito e inesperado título paulista de 1990. Transferiu-se para o mediano La Corunã, da Espanha, e ajudou a escrever o mais importante capítulo da história do clube, que foi pela única vez campeão espanhol com a presença de Mauro, em 2000.



Além disso, durante sua trajetória por lá, a equipe se tornou um dos grandes times do futebol espanhol. Ganhou o primeiro título, da Copa do Rei, em 1995 e, em 1993/94 terminou o campeonato com a defesa menos vazada da história da Liga, sofrendo 18 gols.



No auge da carreira, Mauro Silva se sagrou campeão mundial pela seleção brasileira em 1994, em um momento em que a equipe nacional estava há 24 anos sem títulos. Ele utiliza vários exemplos destas passagens para mostrar aos empresários o "caminho das pedras".



— Este tipo de conhecimento, de saber a melhor maneira de se chegar às vitórias é importante para o empresariado".



Como um dos exemplos básicos, o ex-jogador utiliza a própria conquista do tetra. Ele considera que a união do grupo após a derrota do Brasil para a Bolívia, a primeira da seleção brasileira na história das Eliminatórias, foi um ponto crucial. A partir daquele jogo, além disso, o ex-volante ganhou um companheiro de marcação: Dunga.



— Não pedi nada para o Parreira. Foi uma decisão do treinador. Às vezes é bom esperar para ver como as coisas acontecem.



Para ele, a partir daquele jogo de volta contra a Bolívia, em Recife, quando o Brasil venceu a revanche por 6 a 0, após os jogadores entrarem em campo de mãos dadas, a campanha do tetra teve início. Em toda a Copa, e por alguns anos que se seguiram, o time pisava no gramado daquela maneira.



— Foi o trabalho em conjunto que nos fez vencer. O Bebeto aceitava se movimentar e ajudar na marcação. O Raí perdeu a posição e encarou com naturalidade. E o Romário também foi solidário. Ele é especial, ninguém espera que ele tenha o mesmo comportamento que os outros. Mas ajudou com seu talento. Não adianta ter 11 santinhos em campo e não ganhar.







4719 visitas - Fonte: R7

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